Liberdade.
Liberdade é um tema que dá para dizer tanta merda que nem sei como é que não me
lembrei mais cedo de falar sobre isto. É espetacular!
A definição
de liberdade é, há muito, motivo de discussão e discórdia entre todos os que se
julgam no direito de expressar a sua opinião. Direta e indiretamente.
“A tua
liberdade acaba onde começa a do outro” frase tantas vezes dita por filósofos
de taberna. Isso é muito bonito, a questão é que esse mesmo limite difere de
pessoa para pessoa.
Pessoas
iluminadas, com visão privilegiada para o sentido da vida, felizmente para nós
meros mortais, são as que mais prazer têm em se fazer notar.
- “Vai
trabalhar durante oito horas para pagares uma casa que deixas vazia o dia
inteiro!”
- “Vivemos
numa sociedade que nos oprime com a obrigação de arranjar um emprego para pagar
impostos e quem quiser viver de maneira diferente é posto de parte!”
- “Livres
são os que vivem um dia de cada vez sem sofrerem com as preocupações do amanhã!”
Epá,
bardamerda! Juntem os trapinhos e vão viver para o mato. O alcance das
imposições da sociedade não chega lá. É claro que, de mãos dadas com as
imposições, estão também os confortos. Julgo eu na minha ingenuidade que, ver a
novela na televisão será, certamente, mais sedutor que ver a novela num
eucalipto. Até porque no eucalipto não dá para ver a novela. Na melhor das
hipóteses veem o BBC Vida Selvagem ao vivo… mas sem narrador… todos os dias.
Assim serão vividos todos os dias um de cada vez. Até porque se caçarem para o
mês todo, ao fim de dois dias já a carninha está boa para produzir asticot para
irem pescar. Um dia de cada vez para a carne não se estragar!
Nos dias que
vivemos, em países ditos desenvolvidos, a liberdade que está mais notoriamente
ameaçada é a de expressão. Grupos “revolucionários” modernos que lutam pela
“liberdade” e pela “igualdade” defendem políticas como “Não podes dizer isso
porque oprimes a liberdade desta minoria”. Ãh…?
Quando a
liberdade de uns para ser algo é priorizada em detrimento da liberdade de
outros de expressarem a sua opinião em relação a isso, o Salazar e o Hitler dão
cada um uma voltinha de alegria nas suas respetivas campas.
E por falar
em Salazar, algo que cativa a minha admiração hoje em dia, são as pessoas que
dizem coisas como “Fazia cá falta o Salazar”. A sério… a hipocrisia nessa frase
não é explícita?
Estão a ver
quando se veem obrigados a dialogar com uma formosa moça que tem em sua posse
avultados e bem formados seios, brindados com um enaltecedor decote e têm que
manter o olhar focado nos olhos da jovem? Esta frase pode ser representada pela
bonita moça e, a hipocrisia que referi, pelos protuberantes seios por ela
exibidos. Não dá para ignorar.
A lógica é
algo que eu admiro bastante e, como tal, farei o melhor uso dela que me for
possível para expor o meu ponto de vista: O António sentiu-se ofendido. Ao se
sentir ofendido achou que no tempo em que ninguém era ofendido é que era bom.
Dado isso pensou e disse “No tempo do Salazar é que era!”. Ao dizer isso, o
António, não se apercebeu que só o pôde fazer porque não existe um outro “Salazar”
no poder que mande arrancar as unhas de quem enaltecer o Salazar original. E
que no tempo que ele tanto almejava viver, não só não era permitido emitir
ideias ofensivas, como também não era permitido demonstrar-se ofendido pelas
ideias impostas pelo governo. Daí a escassez de ofendidos contemporâneos de
Salazar.
O objetivo
deste texto não era este. Não era mesmo nada este… Isto é falta de prática.
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