Estou
revoltado. E como tal venho escrever para não estar a encher a cabeça de quem
me rodeia com as minhas frustrações.
Faz hoje,
dia 7 de fevereiro de 2015, uma semana que me envolvi numa cena de pancadaria
numa discoteca. E com “cena de pancadaria” quero dizer “levei na tromba forte e
feio”.
Tudo começou
com um jantar de amigos em minha casa. Comprámos comida e bebida e emborrachámo-nos
que nem bestas. Como já estávamos bem bêbados e nesse dia havia uma festa na
única discoteca da minha terra, que só abre de mês a mês, decidimos ir lá dar
um saltinho. Agarrámos no que sobrou da bebida, metemos numa garrafa de gasosa
para irmos a beber pelo caminho, e aí fomos nós. Chegados à discoteca bebemos
mais um shot a que o bilhete de entrada dava direito e umas cervejas. Se mal
estávamos pior ficámos.
Poucos
minutos depois tive que sair para ir levar a minha namorada a casa. Encharcado
em álcool que nem um cacho lá fui. Pelo caminho avistámos um grupo de agentes
da autoridade, GNR neste caso, e a minha namorada pergunta-me se eles não iriam
implicar pelo facto de eu ir a beber na rua. Eu com a bebedeira e a não querer chatices
bebi de uma vez o que restava da cerveja e lá fui. Passámos por eles sem
qualquer problema. Deixei-a em casa e voltei para a discoteca. A partir daqui
pouco me lembro. Lembro-me de ir direito a um labrego qualquer e de ter pelo
menos mais dois a baterem-me, depois disto lembro-me de estar deitado no chão a
tentar defender-me desse mesmo labrego que me estava a bater.
Até há umas
horas atrás toda a minha frustração recaía sobre este momento. Até que alguém
que não estava tão bêbado como eu contou mais pormenores da noite.
Vamos agora
à parte interessante: Ao que parece eu fui defender um amigo com o qual um
bando de arruaceiros se meteu, batendo-lhe sem qualquer motivo depois de o
tentarem provocar dando-lhe repetidas cotoveladas (este mesmo grupo de
arruaceiros já se tinha envolvido à porrada duas vezes nessa noite, ou seja,
andavam lá só para meter nojo). Resultado: eu acabei bem longe desse meu amigo
e a levar porrada de uma data de gajos ao mesmo tempo. Até aqui tudo bem
(dependendo do ponto de vista). O que me leva a escrever este texto é o que se
segue: estava lá a GNR (eu estava tão bem encaminhado que nem me lembro deles).
E não fizeram nada. Estavam lá a ver se a discoteca, que tinha autorização para
estar aberta até às 4 da manhã, não fechava depois. Está um gajo no chão a
levar porrada de dois ou três ao mesmo tempo e os senhores agentes não fazem
nada. Teve de ser uma amiga minha a ir tirar-me de lá. Mais amigos meus tiveram
que lidar com meia dúzia de labregos e os senhores guardas não fizeram nada. É
mais importante passar multas aos responsáveis da festa se aquela merda não
fechar às horas combinadas. Chupar dinheiro é que interessa. Poupar um gajo a
um lábio inchado durante uma semana é cagativo.
Como deve
dar para calcular, ao ouvir isto mostrei-me indignado e comecei a reclamar. E
qual não é o meu espanto quando um amigo meu também ele agente da autoridade
(neste caso PSP) me diz “a culpa é tua, não tinhas nada que te ir lá meter” ao
que eu respondo/pergunto: “se tu visses um amigo teu a levar porrada de uns
três ou quatro não fazias nada?” e ele continuou a insistir que a culpa era
nossa porque “não tínhamos nada que nos ir lá meter”.
E agora
muito calmamente eu pergunto: mas que merda de teoria é esta? A PSP (Polícia de
Segurança Pública, LOL. Mas só se não te fores lá meter. Se fores, azar,
problema teu) e a GNR só servem para passar multas e foderem a cabeça a quem
bebe na rua (entre outros)? Alguém me disse e com razão “esta teoria é parecida
à das gajas que provocam os violadores por usarem saias curtas e decotes”. Os
senhores agentes se se depararem com esta situação provavelmente vão verificar
primeiro a roupa de menina, e depois se a menina estiver vestida de forma
decente prendem o violador, se não deixam-no continuar o seu trabalho.
Acredito que
nem todos os PSP’s e GNR’s pensem assim e não gosto de generalizar, mas estas
atitudes dão-me nojo. Já por várias vezes que vejo agentes a queixarem-se que o
seu trabalho não é valorizado e que fazem muito e não sei o quê, e acredito que
existam muitos nesta situação, mas de certeza que não são todos e que muitos pouco
ou nada fazem para manter o povo seguro. Ah, esperem! Passam multas por excesso
de velocidade. Isso eles fazem. Embora não faça muito sentido, já que se houver
algum acidente, as vítimas “é que se foram lá meter”.
Eu juro que não quero ofender ninguém!
Eu juro que não quero ofender ninguém!