segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Programas da Manhã! Uma bomba de excremento cerebral!

Querem ver uma coisa bué gira? Eu, que odeio política e políticos de um modo geral, a defender um político em relação aos cães da SIC. E para verem o quão empenhado estou nisto, estou a escrever sobre o tema, apenas 2 ou 3 horas após o acontecimento e alguns minutos após ter tido conhecimento do mesmo.
Pois é. O Senhor Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor foi ao programa Queridas Manhãs, na SIC, apresentado pela, já tão bem afamada, Júlia Pinheiro e pelo João Paulo Rodrigues. Nesta “entrevista” pudemos também contar com a excelente participação do Dr. Hernâni Carvalho. Acho que nem vale a pena dizer o motivo de tal “entrevista”. Ok, é melhor prevenir possíveis leitores que vivam debaixo de uma pedra ou com capacidade dedutiva reduzida: Foi por causa do caso dos dois meninos iraquianos terem espancado o menino de Ponte de Sor.
Do pouco que conhecia, eu até tinha uma boa impressão do senhor Hernâni, mas depois de hoje, o único frequentador assíduo daquele programa de quem continuo com boa impressão é o João Paulo Rodrigues e foi porque ele não abriu a boca durante a entrevista toda.
Ora vamos estudar bem esta entrevista. Para começar, uma das primeiras questões que a senhora Júlia coloca é: “O Sr. Presidente da Câmara fez muita questão de estar connosco aqui para nos ajudar a entender o que é que se passa na sua cidade, onde acontecem estas coisas, às três/quatro da manhã. Quer-nos explicar?” Isto tudo, dito com uma cara de cabra do liceu que só visto é que é credível. E para quem é mais bom-de-coração e gosta de não ver más intenções nas pessoas, ela mais à frente reforça a ideia mesmo como quem diz “Eu estou mesmo a ser cabra, não foi só impressão”. E faz isso da seguinte forma: “Eu esperava que nos viesse dizer como é que estas coisas acontecem na sua cidade.” Ora bem, ela não está a falar com o Batman. Senhora Júlia, a função de um presidente da câmara não é andar à noite pelas ruas a defender os fracos enquanto grita aos vilões: “Em nome do município, declaro-te inimigo da sociedade!”.
Mas há mais. Claro que há mais, estamos a falar de um programa da manhã. Nem podia ser de outra forma. Durante o pouco tempo de antena que o Presidente de Ponte de Sor consegue falar sem grandes interrupções, a Júlia pergunta-lhe o que é que tem sido feito para prevenir o tipo de situações em questão, ao que o Presidente responde com a nova força de segurança em ação na nossa cidade: GNR’s de bicicleta. E como é que a Júlia reage a isto? “Neste caso com os iraquianos ia ser complicado, eles andavam de carro…”. Portanto… Eu não sei se a senhora acha que está a apresentar um programa de comédia tipo roast (em que o objetivo é unicamente enxovalhar o convidado) ou se tem um atraso mental que devia ser estudado por veterinários de alta patente.
Eventualmente, durante a conversa, o Hernâni começa a meter-se suavemente, mas em pouco tempo transforma essa suavidade em “ATÉ TE CHUPO O TUTANO DOS OSSOS!”. E quem ouve isto, inocentemente tal como eu, pensa que o Sr. Hernâni deu uma real sova de moral e informação económica ao nosso presidente mas, após assistirem ao “debate” em questão, percebem que o Hernâni é só um perito na arte do bom “não deixar falar” (arte essa que, como todos sabem, a Júlia Pinheiro é a campeã).
Mas, no meio de toda aquela selva de comentários, o que mais me deu vontade de trocar de lugar com o Presidente e enfiar um par de lambadas a cada um dos dois (Júlia e Hernâni) enquanto soava o “Eye of the tiger” de fundo, foi o seguinte:

Presidente: (algures pelo meio de demasiada gente a falar por cima uns dos outros): só fui vice-presidente.

Eventualmente, depois de muito lixo falado, acontece isto perto do minuto 22:00:

Hernâni: Então acha que eu falei da câmara de Ponte de Sor?
Presidente: Falou.
Hernâni: Tenho mais que fazer.
Presidente: Quer que eu lhe leia?
Hernâni: Quero.
Presidente: Então eu vou ler: “Ponte de Sor tem um ar completamente diferente do de Tires…”
Hernâni (interrompendo): E então? É proibido dizer isso?

Vamos lá Dr. Hernâni. Pediu ao homem para ler aquilo que o Dr. disse e, antes de ser acabada de ler a primeira frase, já está a interromper? Mas que manipulação barata da conversa é essa? E quando é que o Presidente disse que o senhor tinha dito alguma coisa proibida? O que ele disse não foi que o senhor tinha falado do município de Ponte de Sor? Bem, continuemos então para eu chegar ao ponto fulcral da questão que nem sequer é este.

Júlia: Deixe lá o Sr. Presidente acabar de falar com os seus munícipes. (acho eu que foi o que ela disse, visto que, para variar, está uma confusão de vozes que mais parece um debate futebolístico)
Presidente: Eu não vim aqui para falar com os meus munícipes. Vim aqui para esclarecer…
Hernâni: (Adivinhem o que aconteceu aqui! Acertaram! Ele interrompeu-o novamente) Ah pois não… Então vinha aqui dizer que tinha rebentado 35% do orçamento no aeródromo?

*muita conversa palha pelo meio que não me apetece transcrever por isso vão ver ao link que eu mandei e não me chateiem*

Presidente: O senhor sabe que a SIC em 2010 entregou um prémio como autarquia do ano à Câmara Municipal de Ponte de Sor? A nível social?
Hernâni: Sim, e então?
Presidente: “E então?” o senhor não sabe! A dizer que só gasto dinheiro no aeródromo… Como é que uma autarquia com uma dimensão tão restrita, naquilo que é a sua atividade e o seu orçamento, consegue ser a autarquia do ano em serviço social.
Hernâni: (ao mesmo tempo que o Presidente dizia o que transcrevi imediatamente acima) É verdade, em 2010. O senhor está cá em 2016. O que é que o senhor tem a ver com isso?
Presidente: O que é que eu tenho a ver com isso?! O Senhor não disse que eu era vice-presidente da câmara?
Hernâni: Então foi ou não foi?! *mesmo como quem diz: “já te apanhei”*

E aqui podemos ver a cara do Sr. Presidente com todo um choque que, traduzindo o que ele realmente sentiu naquele momento no seu íntimo, deve ter sido qualquer coisa como “Foda-se, mas este gajo tá bêbado ou também foi atropelado por iraquianos antes de vir para aqui?”

Presidente: “Fui ou não fui?!”
Hernâni: Isto apanha-se mais depressa um distraído do que um coxo (aqui tenho que gabar a agilidade de palavras do Hernâni para não chamar mentiroso ao Presidente descaradamente).


E assim terminam a entrevista, sem nada ter sido esclarecido como deve ser porque a ideia da apresentadora e do comentador nunca foi esclarecer as coisas, mas sim enxovalhar um político porque ele próprio se propôs a ir lá (pelo que eu percebi) e porque enxovalhar políticos dá audiências, porque fica sempre bem escarrar mais uma vez em alguém que já tem a fama de ser uma grande parte do excremento da sociedade. Atenção que não estou a defender os políticos de um modo geral, mas há que ter dois dedos de testa e ver quando é que uma pessoa tem motivos para ser criticada e quando é que não tem sequer qualquer tipo de relação com os problemas que acontecem.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Imunidade Diplomática

Nunca eu pensei que a minha rica terrinha andasse tanto nas bocas do mundo. Claro que por maus motivos, mas isso não interessa.
Uma vez mais deveria ter escrito sobre isto mais cedo (visto que tive conhecimento do ocorrido no dia a seguir ao mesmo) mas como sou preguiçoso, não escrevi.
Para quem ainda não percebeu do que estou a falar, é do menino que levou uma remodelação facial involuntária por parte de dois outros meninos, dois anos mais velhos, que, por sua vez, são filhos do embaixador do Iraque em Portugal e, como tal, beneficiam de imunidade diplomática.
É tão reconfortante saber que um qualquer par de putos de 17 anos pode chegar ao pé de nós e malhar-nos de tal forma que ficamos em perigo de vida sem que nenhuma repercussão caia sobre eles.
E toda a gente tem pena do pobre coitado que foi espancado (e com razão. O ter pena, não o ser espancado), mas, na minha opinião, quem deve estar a sofrer mais com isto são os pais da vítima. Ora experimentem a imaginar-se na posição deles. Apetecer-vos esganar os cabrõezinhos que deixaram a vossa cria com cara de pintura do Pollock e nem sequer terem o prazer de os ver sofrer um bocadinho que seja. Porquê? Porque existe uma lei, que ninguém sabe porque é que foi inventada, que diz que se nasceres na família certa podes fazer o que quiseres sem quaisquer consequências. “Ah, mas isso não é bem assim porque ainda estão a averiguar o caso…” e entretanto as bestas podem por-se na alheta. E só se faz alguma coisa se o governo iraquiano ou a própria família do embaixador levantar a imunidade. Que obviamente o vão fazer.

*Dlim dlão*
- Olhe, os seus dois filhos acabaram de atropelar e espancar um outro miúdo, dois anos mais novo que eles, deixando-o em estado grave num hospital.
- Então e agora?
- Agora precisamos da sua autorização para os poder castigar.
- Da minha autorização?
- Sim, se o senhor ou o seu país não levantarem o direito à imunidade diplomática não podemos fazer nada.
- Hmm, então esperem aqui só um bocadinho.
*Porta fecha-se*
- *vozes altas dentro de casa*: Rapazes, entrem no carro, vamos voltar para o Iraque antes que isto dê mais merda!

Mas no fim disto tudo eu ainda acho que essa imunidade devia ser testada. Como? Mandar os gémeos para os pais e amigos da vítima e ver se a imunidade dá mesmo para tudo. Ah! E, já agora, gravar para o jovem hospitalizado mais tarde poder apreciar a festa.

domingo, 14 de agosto de 2016

Pokémon Go 2

Estava a pensar em algo para escrever e apetecia-me reclamar com alguma coisa (não me perguntem porquê que não sei), mas não me lembrava de nada e o que mais me tem irritado ultimamente são, de facto, os haters do Pokémon Go. Eu sei que já escrevi sobre isso, mas escrevi de forma defensiva. Hoje estou mesmo com vontade de escrever de forma ofensiva. E o mais certo é isto dar merda.
Vou tentar pegar nos argumentos mais usados para criticar o jogo e explicar-vos porque é que são absurdos.
Então cá vamos.

“Que sentido é que isto faz? Sempre agarrados aos telemóveis pelas ruas que nem veem nada à frente?” Só ao escrever isto é que me apercebi do quão imbecil este argumento é. A sério, hoje em dia, que as redes sociais dominam tudo e mais alguma coisa, ainda há gente que diz que foi o Pokémon Go que provocou isso?
Este tema ainda leva a um ponto mais avançado que é o facto de haver pessoas que realmente não veem por onde andam e chegam mesmo a ter acidentes graves devido a isso. Minha gente, isso não é provocado pelo jogo, é provocado pela estupidez humana. Ainda há uns tempos (um/dois anos) apareceu nas notícias que uma ou duas crianças (não me recordo) ficaram órfãs de ambos os pais porque estes caíram de uma falésia a tirar uma fotografia. E nessa altura ninguém disse “olha esta moda parva agora de andar a tirar fotografias!”, pois não? E como este exemplo há muitos. Mas eu já vou explorar mais a estupidez humana noutras áreas.

“Isto é mesmo uma loucura, até já houve violência e mesmo assassinatos por causa do jogo.” Têm toda a razão neste aspeto, mas agora respondam-me a uma pergunta simples: onde é que isso é novidade? Em que mundo é que vocês vivem para estranharem haver violência por causa de coisas mesquinhas? Eu vou só escrever uma palavrinha aqui e vocês depois refletem sobre isso: futebol. Apanharam a ideia? Não? Pensem um bocadinho e se não perceberem a associação venham falar comigo que eu explico (dica: lembram-se da cena da estupidez humana? Tentem associar aqui…)

“Este jogo é um perigo. As pessoas vão para sítios isolados à procura dos Pokémons e depois são assaltadas ou até mesmo raptadas e violadas.” Também têm razão aqui, mas se formos por aí, passear o cão também é perigoso. Porque, sejamos sinceros, ninguém vai deliberadamente para um sítio isolado só para apanhar Pokémons, visto que o jogo não indica direções, apenas diz se os há por perto. Um jogador só vai para determinado sítio se tiver por hábito ir lá. Esta questão envolve ainda a possibilidade de haver quem tente ludibriar crianças através do jogo. Mas vão culpar o jogo por isso? Já pensaram que se isso acontecer pode ser por falta de cuidado dos pais? Não? Então quem é que não se lembra da velha história da carrinha branca que diz “temos doces”? Aí a culpa também era dos doces? “Olha filho, cuidado que os doces fazem cáries nos dentes, lombrigas no estômago e alargam-te o olhinho do cu! E com jeitinho também te vendem os órgãos no mercado negro…” Não faz muito sentido pois não? Foi o que eu pensei.

“E as figuras que os jogadores fazem? Parecem uns tontinhos à procura de coisas fictícias! E o pior é que há mais adultos a fazer isso do que crianças!” Mas toda a gente gosta de ver um bom filme, e até são capazes de chorar se puxar ao sentimento, certo? Mas porquê? É fictício. E sabem o que é que também é ridículo e há muitos homens e mulheres adultos a fazer? Andar de calça folclórica justa a enfiar farpas num touro. E aí é tudo ridículo, desde a vestimenta até ao facto de ficarem felizes porque enganaram e torturaram um animal por pura diversão. Eu sei que aqui estou a atacar um grupo em específico e que há sempre os que são contra as touradas que também acham parvo andar a apanhar Pokémons, mas pelo menos os Pokémons são virtuais. Não sentem qualquer tipo de dor, medo ou frustração.

“Isto é tudo um negócio. Ganha quem fez isto e ganha o resto da malta esperta que se aproveita disto para enganar o Zé-povinho e fazer mais dinheiro.” Sabem o que é que também é um negócio onde as pessoas se aproveitam para extorquir dinheiro aos menos astutos? Fátima. Não, não é o programa das manhãs (“a Fátima já não apresenta nenhum programa da manhã!” nas nalgas, ninguém quer saber), é mesmo a cidade de Fátima onde se usa a crença e ingenuidade das pessoas para se fazer dinheiro de toda a forma e feitio. Por amor de Deus, até santas que brilham no escuro! Essa merda é para quê? Para condizer com os néons do carro do filho azeiteiro que anda a fazer corridas de carros ilegais?
“Já estás a misturar duas coisas que não têm ligação e a desrespeitar as crenças dos outros” (eu tento sempre prever qual é o contra argumento do possível leitor que não concorde comigo, caso não tenham já percebido). Primeiro, não estou. Estou a pôr em causa o oportunismo do ser humano para se aproveitar do próximo. E segundo… Não, há segundo, respondi às duas coisas só com o primeiro ponto. Sou tão prático! E bonito! Ok, já estou a avacalhar…


E por agora, são os que me lembro. Se me lembrar de mais, eu digo, não se preocupem.

sábado, 13 de agosto de 2016

São Marcos da Serra no seu melhor

Ontem à noite fomos à festa da terrinha da avó. À chegada ao recinto da mesma encontramos um "porteiro" e um papelinho que indicava "Homens 3€ / Mulheres 2€"ao que a minha mãe pergunta para o ar "Porque é que as mulheres pagam menos?". Ao ouvir isto o dito "porteiro" intervém prontamente e segue-se a seguinte conversa:


Porteiro: Não pagam, não! Pagam 2€!
Eu: Então, mas os homens pagam 3...
Porteiro: Sim...
Eu: Então as mulheres pagam menos...
Porteiro: Sim...
Eu: Pronto
Porteiro: :)


Passado isto seguimos para o recinto onde íamos jantar. Iniciamos a refeição e, já mesmo no fim da mesma, deixei cair um pedacinho de pão com molho de frango em cima dos calções que tinham sido comprados nessa mesma tarde. Entrei em euforia. Mal me conseguia controlar. Mas a aventura não fica por aqui.
Durante o jantar fomos servidos por um senhor que certamente bebia um golezito de cada imperial que tirava. Como tal, para o fim da noite, ao servir a penúltima rodada de imperiais decidiu desabafar um pouco sobre a sua atribulada vida. E foi algo parecido com:
"Se eu vos contar uma coisa, vocês não acreditam. A minha profissão é muito complicada. Hoje foi um dia muito complicado. Esta semana foi muito complicada (eu aqui já quase adivinhava que o mês dele tinha sido muito complicado, mas enganei-me).Às sete da manhã já tinha a camisa toda molhada. Às oito cheguei a casa. Ao meio dia almocei. Às oito já aqui estava. A vida de distribuição é muito complicada."
Ora bem... Não é que eu não acredite no que o homem disse. Não percebi foi ponta de corno. Lado positivo: pagou-nos a última rodada da noite. Já não foi mau.