Estava eu a
tentar dormir e a falhar profundamente quando me lembro de uma passagem
caricata do meu “melhor” professor de matemática que achei digna de atenção.
Aquele
professor era, todo ele, digno de nota, mas, quando queria, chegava a ser
épico.
Esta
passagem teve lugar em dois dias.
1º dia. Sala
em silêncio, teste a decorrer.
André
(colega de turma): Professor, pode chegar aqui?
Professor:
*desloca-se até perto do André*
André: Neste
exercício posso fazer assim *indicando no papel a resolução em questão*
Professor:
Podes.
Até aqui
tudo normal. Terminamos o teste, entregamos e passado uma semana ou duas, dia
da entrega do teste:
André (em
surdina, apenas para colegas próximos o ouvirem): Mas que merda, isto está mal?
– Agora em voz alta – Oh professor, pode vir aqui?
Professor:
*desloca-se até perto de André*
André: Oh
professor, eu durante o teste perguntei-lhe se podia resolver este exercício
assim e o professor disse-me que podia… *???*
Professor:
Então, poder podes, tens é mal…
Portanto… Eu,
na verdade, não sei bem como comentar isto. Tecnicamente o professor não
mentiu. Foi-lhe perguntado se se podia dar determinada resposta. Não se essa
resposta estava correta. Mas algo me diz que ele mandou o bom senso ir levar
num certo sítio antes de fazer o que fez.
Mas não
pensem que esta literalidade do homem era apenas incomodativa! Muito pelo
contrário, a mim até me favorecia! Pelo menos até chegarmos ao dia do exame
nacional.
Passo a
elucidar-vos:
Este
professor era, falando curto e grosso, incompetente e desinteressante. As aulas
eram chatas e nós saíamos de lá a saber menos do que quando tínhamos entrado.
Eu, como aluno interessado pela escola que sempre fui, decidi que o melhor que
tinha a fazer era dormir nas aulas. “Mas isso é uma falta de respeito para com
o professor” pensarão vocês se forem sensatos. Mas enganam-se redondamente!
Certo dia,
estava o professor indignado com toda a peixeirada que estava na sala quando
começa a enumerar os poucos que se portavam bem. E qual não é o meu espanto
quando eu estou na lista. Ah pois, não ouvia nada do que ele dizia mas também
não perturbava a aula.
Tal como já
disse, isto foi tudo muito bonito até eu chegar ao exame nacional e chumbar com
uma nota que dou graças por não me lembrar.
As aventuras
deste professor de matemática não ficam por aqui, mas deixo o resto para uma
próxima oportunidade. Assim não satura… como as aulas dele… às segundas, terças
e quartas de manhã… às oito e vinte (se não me engano)…
P.S.: O
título deve-se ao aspeto físico do senhor.