Estava a
pensar em algo para escrever e apetecia-me reclamar com alguma coisa (não me
perguntem porquê que não sei), mas não me lembrava de nada e o que mais me tem
irritado ultimamente são, de facto, os haters do Pokémon Go. Eu sei que já
escrevi sobre isso, mas escrevi de forma defensiva. Hoje estou mesmo com
vontade de escrever de forma ofensiva. E o mais certo é isto dar merda.
Vou tentar
pegar nos argumentos mais usados para criticar o jogo e explicar-vos porque é
que são absurdos.
Então cá
vamos.
“Que sentido
é que isto faz? Sempre agarrados aos telemóveis pelas ruas que nem veem nada à
frente?” Só ao escrever isto é que me apercebi do quão imbecil este argumento
é. A sério, hoje em dia, que as redes sociais dominam tudo e mais alguma coisa,
ainda há gente que diz que foi o Pokémon Go que provocou isso?
Este tema
ainda leva a um ponto mais avançado que é o facto de haver pessoas que
realmente não veem por onde andam e chegam mesmo a ter acidentes graves devido
a isso. Minha gente, isso não é provocado pelo jogo, é provocado pela estupidez
humana. Ainda há uns tempos (um/dois anos) apareceu nas notícias que uma ou
duas crianças (não me recordo) ficaram órfãs de ambos os pais porque estes
caíram de uma falésia a tirar uma fotografia. E nessa altura ninguém disse
“olha esta moda parva agora de andar a tirar fotografias!”, pois não? E como
este exemplo há muitos. Mas eu já vou explorar mais a estupidez humana noutras
áreas.
“Isto é
mesmo uma loucura, até já houve violência e mesmo assassinatos por causa do
jogo.” Têm toda a razão neste aspeto, mas agora respondam-me a uma pergunta
simples: onde é que isso é novidade? Em que mundo é que vocês vivem para
estranharem haver violência por causa de coisas mesquinhas? Eu vou só escrever
uma palavrinha aqui e vocês depois refletem sobre isso: futebol. Apanharam a
ideia? Não? Pensem um bocadinho e se não perceberem a associação venham falar
comigo que eu explico (dica: lembram-se da cena da estupidez humana? Tentem
associar aqui…)
“Este jogo é
um perigo. As pessoas vão para sítios isolados à procura dos Pokémons e depois
são assaltadas ou até mesmo raptadas e violadas.” Também têm razão aqui, mas se
formos por aí, passear o cão também é perigoso. Porque, sejamos sinceros,
ninguém vai deliberadamente para um sítio isolado só para apanhar Pokémons,
visto que o jogo não indica direções, apenas diz se os há por perto. Um jogador
só vai para determinado sítio se tiver por hábito ir lá. Esta questão envolve
ainda a possibilidade de haver quem tente ludibriar crianças através do jogo.
Mas vão culpar o jogo por isso? Já pensaram que se isso acontecer pode ser por
falta de cuidado dos pais? Não? Então quem é que não se lembra da velha
história da carrinha branca que diz “temos doces”? Aí a culpa também era dos
doces? “Olha filho, cuidado que os doces fazem cáries nos dentes, lombrigas no
estômago e alargam-te o olhinho do cu! E com jeitinho também te vendem os
órgãos no mercado negro…” Não faz muito sentido pois não? Foi o que eu pensei.
“E as figuras
que os jogadores fazem? Parecem uns tontinhos à procura de coisas fictícias! E
o pior é que há mais adultos a fazer isso do que crianças!” Mas toda a gente
gosta de ver um bom filme, e até são capazes de chorar se puxar ao sentimento,
certo? Mas porquê? É fictício. E sabem o que é que também é ridículo e há
muitos homens e mulheres adultos a fazer? Andar de calça folclórica justa a
enfiar farpas num touro. E aí é tudo ridículo, desde a vestimenta até ao facto
de ficarem felizes porque enganaram e torturaram um animal por pura diversão.
Eu sei que aqui estou a atacar um grupo em específico e que há sempre os que
são contra as touradas que também acham parvo andar a apanhar Pokémons, mas
pelo menos os Pokémons são virtuais. Não sentem qualquer tipo de dor, medo ou
frustração.
“Isto é tudo
um negócio. Ganha quem fez isto e ganha o resto da malta esperta que se
aproveita disto para enganar o Zé-povinho e fazer mais dinheiro.” Sabem o que é
que também é um negócio onde as pessoas se aproveitam para extorquir dinheiro
aos menos astutos? Fátima. Não, não é o programa das manhãs (“a Fátima já não
apresenta nenhum programa da manhã!” nas nalgas, ninguém quer saber), é mesmo a
cidade de Fátima onde se usa a crença e ingenuidade das pessoas para se fazer
dinheiro de toda a forma e feitio. Por amor de Deus, até santas que brilham no
escuro! Essa merda é para quê? Para condizer com os néons do carro do filho
azeiteiro que anda a fazer corridas de carros ilegais?
“Já estás a
misturar duas coisas que não têm ligação e a desrespeitar as crenças dos
outros” (eu tento sempre prever qual é o contra argumento do possível leitor
que não concorde comigo, caso não tenham já percebido). Primeiro, não estou.
Estou a pôr em causa o oportunismo do ser humano para se aproveitar do próximo.
E segundo… Não, há segundo, respondi às duas coisas só com o primeiro ponto.
Sou tão prático! E bonito! Ok, já estou a avacalhar…
E por agora,
são os que me lembro. Se me lembrar de mais, eu digo, não se preocupem.
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