domingo, 14 de agosto de 2016

Pokémon Go 2

Estava a pensar em algo para escrever e apetecia-me reclamar com alguma coisa (não me perguntem porquê que não sei), mas não me lembrava de nada e o que mais me tem irritado ultimamente são, de facto, os haters do Pokémon Go. Eu sei que já escrevi sobre isso, mas escrevi de forma defensiva. Hoje estou mesmo com vontade de escrever de forma ofensiva. E o mais certo é isto dar merda.
Vou tentar pegar nos argumentos mais usados para criticar o jogo e explicar-vos porque é que são absurdos.
Então cá vamos.

“Que sentido é que isto faz? Sempre agarrados aos telemóveis pelas ruas que nem veem nada à frente?” Só ao escrever isto é que me apercebi do quão imbecil este argumento é. A sério, hoje em dia, que as redes sociais dominam tudo e mais alguma coisa, ainda há gente que diz que foi o Pokémon Go que provocou isso?
Este tema ainda leva a um ponto mais avançado que é o facto de haver pessoas que realmente não veem por onde andam e chegam mesmo a ter acidentes graves devido a isso. Minha gente, isso não é provocado pelo jogo, é provocado pela estupidez humana. Ainda há uns tempos (um/dois anos) apareceu nas notícias que uma ou duas crianças (não me recordo) ficaram órfãs de ambos os pais porque estes caíram de uma falésia a tirar uma fotografia. E nessa altura ninguém disse “olha esta moda parva agora de andar a tirar fotografias!”, pois não? E como este exemplo há muitos. Mas eu já vou explorar mais a estupidez humana noutras áreas.

“Isto é mesmo uma loucura, até já houve violência e mesmo assassinatos por causa do jogo.” Têm toda a razão neste aspeto, mas agora respondam-me a uma pergunta simples: onde é que isso é novidade? Em que mundo é que vocês vivem para estranharem haver violência por causa de coisas mesquinhas? Eu vou só escrever uma palavrinha aqui e vocês depois refletem sobre isso: futebol. Apanharam a ideia? Não? Pensem um bocadinho e se não perceberem a associação venham falar comigo que eu explico (dica: lembram-se da cena da estupidez humana? Tentem associar aqui…)

“Este jogo é um perigo. As pessoas vão para sítios isolados à procura dos Pokémons e depois são assaltadas ou até mesmo raptadas e violadas.” Também têm razão aqui, mas se formos por aí, passear o cão também é perigoso. Porque, sejamos sinceros, ninguém vai deliberadamente para um sítio isolado só para apanhar Pokémons, visto que o jogo não indica direções, apenas diz se os há por perto. Um jogador só vai para determinado sítio se tiver por hábito ir lá. Esta questão envolve ainda a possibilidade de haver quem tente ludibriar crianças através do jogo. Mas vão culpar o jogo por isso? Já pensaram que se isso acontecer pode ser por falta de cuidado dos pais? Não? Então quem é que não se lembra da velha história da carrinha branca que diz “temos doces”? Aí a culpa também era dos doces? “Olha filho, cuidado que os doces fazem cáries nos dentes, lombrigas no estômago e alargam-te o olhinho do cu! E com jeitinho também te vendem os órgãos no mercado negro…” Não faz muito sentido pois não? Foi o que eu pensei.

“E as figuras que os jogadores fazem? Parecem uns tontinhos à procura de coisas fictícias! E o pior é que há mais adultos a fazer isso do que crianças!” Mas toda a gente gosta de ver um bom filme, e até são capazes de chorar se puxar ao sentimento, certo? Mas porquê? É fictício. E sabem o que é que também é ridículo e há muitos homens e mulheres adultos a fazer? Andar de calça folclórica justa a enfiar farpas num touro. E aí é tudo ridículo, desde a vestimenta até ao facto de ficarem felizes porque enganaram e torturaram um animal por pura diversão. Eu sei que aqui estou a atacar um grupo em específico e que há sempre os que são contra as touradas que também acham parvo andar a apanhar Pokémons, mas pelo menos os Pokémons são virtuais. Não sentem qualquer tipo de dor, medo ou frustração.

“Isto é tudo um negócio. Ganha quem fez isto e ganha o resto da malta esperta que se aproveita disto para enganar o Zé-povinho e fazer mais dinheiro.” Sabem o que é que também é um negócio onde as pessoas se aproveitam para extorquir dinheiro aos menos astutos? Fátima. Não, não é o programa das manhãs (“a Fátima já não apresenta nenhum programa da manhã!” nas nalgas, ninguém quer saber), é mesmo a cidade de Fátima onde se usa a crença e ingenuidade das pessoas para se fazer dinheiro de toda a forma e feitio. Por amor de Deus, até santas que brilham no escuro! Essa merda é para quê? Para condizer com os néons do carro do filho azeiteiro que anda a fazer corridas de carros ilegais?
“Já estás a misturar duas coisas que não têm ligação e a desrespeitar as crenças dos outros” (eu tento sempre prever qual é o contra argumento do possível leitor que não concorde comigo, caso não tenham já percebido). Primeiro, não estou. Estou a pôr em causa o oportunismo do ser humano para se aproveitar do próximo. E segundo… Não, há segundo, respondi às duas coisas só com o primeiro ponto. Sou tão prático! E bonito! Ok, já estou a avacalhar…


E por agora, são os que me lembro. Se me lembrar de mais, eu digo, não se preocupem.

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