terça-feira, 20 de setembro de 2016

O REI FAZ ANOS HOJE!

O meu pai faria anos hoje. Seriam setenta e quatro. Dado isso, gostava de celebrar esse evento escrevendo uma pequena homenagem com setenta e quatro palavras. Uma coisa curta mas que desse para transmitir, de forma simples, o simbolismo dela mesma. Setenta e quatro palavras para celebrar os setenta e quatro anos que passaram desde o nascimento de uma pequena lenda. E cá está o pretendido: um pequeno texto de setenta e quatro palavras.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA: Eu a elogiar a Bófia!

Só pelo título já dá para perceber que algo de estranho se passou. Normalmente eu passo o tempo a criticar os desgraçados, mas não desta vez. Desta vez tenho uma palavrinha de apoio e agradecimento. Vamos saber porquê? Vamos pois!
Ontem, estava eu perto de Aveiro, na festa do S. Paio, quando decidimos ir para um bar com bom ambiente, na praia. Fomos, dançámos, bebemos, dançámos mais, empurrámo-nos uns aos outros ao chão, rimo-nos muito e foi muito giro. Até que eu, juntamente com dois amigos meus, decidimos ir até à beira mar despejar o que tínhamos estado a beber (pelo sítio certo, não foi vomitado). Lá fomos, e no meio de muita piada parva e gargalhada, quando me volto para trás sou agarrado no braço por um sujeito que eu não conhecia de lado nenhum. Deparado com tal situação, pensei “este está bêbado e está a meter-se connosco” ao que procedi a um “oh meu, larga-me” suave e amigável. Ao que a resposta do sujeito é “Tu, anda comigo” ao que respondo, ainda de forma calma, qualquer coisa como “mas vou contigo onde? Não vou nada, larga-me”. Vendo que ele continuava a insistir naquilo e agarrar-me cada vez com mais força comecei a perceber que de amigável aquele indivíduo não tinha nada. Apercebo-me entretanto que estavam mais 3 matarruanos com conversas parecidas dirigindo-se aos restantes elementos do meu grupo. Dado a falta de amabilidade dos jovens, comecei eu próprio com uma abordagem mais agressiva (tudo o que aqui está transcrito é uma aproximação da realidade visto que não me lembro das coisas com clareza) “Já te disse, larga-me. Não vou contigo a lado nenhum!”. Perante a minha reação agressiva (talvez inesperada, para eles), o rapaz soltou-me e o amigo tentou tomar conta da situação. E aqui é que vem a parte mais interessante da história: aponta-me uma pequenina pistola e manda-me ajoelhar. Apanhado de surpresa e, ainda por cima, com o raciocínio meio tolhido pelo álcool, o meu pensamento foi qualquer coisa como “mais depressa me dás um tiro do que me fazes ajoelhar”. Estúpido, eu sei, mas numa situação de pressão como esta uma pessoa nunca pensa nada de inteligente. E, dado tal pensamento, fiquei apenas a olhar para a pequena arma. Perante a minha “indiferença”, o jovem assaltante decidiu levar a ameaça para um nível ainda mais elevado: “deita-te no chão! Todos deitados no chão”. Querem tentar adivinhar a minha reação? Pois, continuei a olhar para a puta da pistola, a tentar perceber se era verdadeira e eu podia ficar com um buraco na testa a qualquer momento ou se era de água e eu podia ficar com a cara molhada a qualquer momento. O pequeno gatuno continuou sem saber como reagir à minha falta de reação. Decidiu optar por mais ameaças: “olha que eu disparo!” e foi após este momento, que uma qualquer pessoa com o raciocínio desimpedido teria percebido que aquilo era, de facto, um brinquedo: o anormal fingiu puxar a culatra da arma como quem a põe “mais pronta” para disparar. Obviamente que aquilo para mim não foi o suficiente para pensar “é falsa e tu vais sair daqui com ela enfiada no cu” e partir para a bofetada. Já farto daquele impasse do “faz isto – não faço” decidi perceber o que eles realmente queriam (lerdo): “mas o que é que vocês querem?!” ao que o gajo da pistola me responde “dinheiro” com um tom de voz forçadamente ameaçador. A minha reação a isto também não foi muito inteligente, mas tive sorte que eles, alem de serem nabos a assaltar, também eram nabos a pensar:

Eu: Não temos dinheiro (resposta de um engenho espetacular)
Assaltante da arma: De certeza?
Eu: Absoluta

E com esta conversa lá nos fomos afastando deles. Assim que nos aproximámos da festa, os nossos raciocínios em relação à arma aclararam-se e ficamos com vontade de vingança. Chamámos um 4º elemento do nosso grupo que tinha ficado na festa (para ficarmos equilibrados em número) e fomos atrás dos assaltantes chamando-os, como bons cidadãos civilizados que somos. Já bem longe de nós e numa zona mais luminosa (toda a cena anterior foi quase sem luz visto estarmos longe da festa), acharam que era boa ideia não voltarem para trás. Acabámos por desistir da nossa vendetta e voltámos para a festa. Para quem me conhece, sabe perfeitamente que eu voltei para a festa mas mais me apetecia ir atrás dos arruaceiros. E aqui, surgiu uma, estranhamente, boa ideia no seio do nosso grupo: vamos falar com as autoridades. Os primeiros a quem nos dirigimos foram os seguranças da festa que, de imediato, nos disseram que não podiam fazer nada e que tínhamos de recorrer às autoridades (nós pensávamos que eles eram as autoridades. Só depois de falarmos com eles é que percebemos que eram só seguranças). Agradecemos e fomos perguntar a uma rapariga que trabalhava no bar onde podíamos encontrar as autoridades. Ela indicou-nos o que pretendíamos e lá fomos nós procura-los. Pelo que me lembro da expressão facial do primeiro GNR a quem me dirigi aposto que o pensamento dele foi algo como “Lá vem o par de bêbados dizer merda…”. Pedi-lhe que baixasse o vidro da carrinha em que se encontrava e lá lhe expliquei a situação. Que tínhamos sido abordados por 4 jovens na praia, que tinham uma arma que achávamos ser falsa, mas ainda assim uma arma, e que eles podiam andar a fazer o mesmo a mais pessoas. Nisto, começo a ver GNR’s a aparecerem de trás dos dois ou três veículos que lá se encontravam como se fossem gatos assassinos a sair dos baldes do lixo de um beco. Dado não conseguirmos descrever bem os assaltantes, o agente que falou connosco pediu-nos para irmos para a zona onde os tínhamos visto a última vez e, caso os encontrássemos, um ficar na zona a controlar para onde eles iam, e o outro ir chamá-los (aos GNR’s) rapidamente (isto enquanto eles iam dar uma volta pela zona para o caso de os apanharem em flagrante). Assim fizemos. Poucos minutos depois de iniciarmos a procura encontramos um que me pareceu o primeiro que me agarrou na praia: boné, casaco com carapuço por cima do boné e cores de roupa semelhantes as do da praia. Eu fui chamar os agentes, enquanto o meu amigo ficou na zona a ver se eles ficavam por ali. Encontrei as autoridades, orientei-os para a zona onde estava o grupo de quem nós suspeitávamos e indiquei o sujeito que pensava (com 99.99% de certeza) ser o que me tinha agarrado na praia. Eu mal tive tempo de perceber o que estava a acontecer quando vejo um dos agentes a agarrar no badameco com um braço meio torcido atrás das costas e a levá-lo para uma parede onde o interrogaram. Naturalmente que sem certezas nossas, seria difícil apanhar os culpados, mas alguns foram interrogados enquanto um dos agentes conversava connosco na tentativa de conseguir alguma informação útil para a identificação dos assaltantes.
Como podem ver isto sou eu a elogiar o bom trabalho de GNR’s (forças de intervenção, se não me engano).

MAS!


Pode parecer mentira mas tenho mais a dizer: quero destacar a prontidão, eficácia, simpatia, compreensão e flexibilidade (no sentido figurativo. Era estúpido agora estar aqui a elogiar a boa espargata ou espetacular ponte que um dos agentes conseguia executar) que todos os agentes demonstraram perante a situação. Obviamente, tratando-se de um caso em que assaltantes andam armados (quer seja uma arma a sério ou uma imitação barata) a tentar sacar dinheiro às pessoas na festa, eles não podiam ficar indiferentes, mas a forma como trataram de todo o caso e como nos abordaram, tendo em conta a nossa falta de precisão na descrição dos sujeitos, foi deveras digno de destaque.

E convenhamos, seria um pouco hipócrita (não sei se será a palavra que melhor se aplica aqui, mas vocês vão perceber a ideia) passar o tempo a cascar nos senhores das autoridades quando os vejo a serem inúteis e não dar uma palavrinha de apreço quando os vejo a ser úteis e empenhados no seu trabalho de proteção do civil.

domingo, 4 de setembro de 2016

Um dia em Castro Laboreiro

Eu juro que estes posts todos seguidos não têm nada a ver com o facto de ter tido um com muito sucesso. Adiante.
Estou, de momento, com a minha namorada a passar o fim-de-semana em Castro Laboreiro. E tenho a dizer que vale bastante a pena (eu sei que isto está a parecer um texto chato e desinteressante mas eu não vos vou desiludir, acreditem). Hoje começámos o dia com Canyoning, atividade bastante emocionante e com vistas espetaculares. Almoçámos, eu um belo cachorro quente com pão rustico e ela um hambúrguer muito bem servido. Pela tarde fomos de forma autónoma (quero com isto dizer, sem qualquer tipo de guia ou acompanhante) ao Castelo de Castro Laboreiro, caminhada pelo meio da natureza, sem qualquer incómodo (dado ser uma zona sem pessoas), com vistas espetaculares, até ao castelo a, aproximadamente, 1025 metros de altitude (salvo erro) onde pudemos ver coisas deslumbrantes. À noite, decidimos ir visitar uma piscina natural com água quente, sobre a qual ouvimos um monitor da atividade matinal a falar com uma das participantes. Segundo o jovem, era algo que valeria mais a pena ser visitada à noite devido à elevada temperatura da água. Curiosos, lá fomos. Jantámos num restaurante perto da dita nascente e seguimos caminho para descobrir do que se tratava a mesma. Chegados ao local, vimos uma piscina com aproximadamente 15 metros de comprimento, algumas pessoas lá dentro e muito vapor a sair. Prepáramos as nossas coisinhas e lá fomos. Estava espetacular. Noite fresca, água quente (daquela em que custa a entrar mas depois também custa a sair), pouca luz, o que nos permitia ver as estrelas relativamente bem, dado ser ao ar livre, e, como não podia faltar, um par de irmãos, com idades perto dos 25, a ouvir quizomba e música eletrónica com uma coluna que permitia a toda a gente que estivesse num raio de 25 metros ouvir as suas escolhas musicais.

Estão a ver este parágrafo que acabei de fazer? Significa que a conversa vai mudar. Sabem como? Exato. Vou entrar na minha “praia” de escrita agora: a crítica. E normalmente não é construtiva.
O que é que passa pela cabeça de alguém que obriga quem o rodeia a ouvir o mesmo excremento musical que eles querem ouvir? Será que não pensam? Será que não lhes passa pela cabeça “há aqui pessoas que podem não gostar de ouvir isto e eu não estou no direito de as obrigar a tal”? E mais! Como já disse, fomos lá de noite.


UM DELES ESTAVA DE BONÉ! NINGUÉM VAI PARA UMA PISCINA DE ÁGUA QUENTE NATURAL À NOITE E BONÉ!


Eu podia ter acabado o dia da melhor forma. Um dia espetacular que foi e podia ter sido até ao fim. Mas não foi. Porque dois cagalhões com braços, pernas e uma coluna decidiram que era boa ideia imporem os seus gostos musicais a todos os que quisessem desfrutar da água quente da nascente.

Pronto, já desabafei. Mas continuo com vontade de matar toda a gente que obriga as pessoas à sua volta a ouvirem a sua música que, ainda por cima, é quase sempre horrível (para não dizer “sempre”).

sábado, 3 de setembro de 2016

Táxis, os bullies do asfalto

Olá olá olá! Tanto textinho em tão pouco tempinho! Já vão perceber.
Se não me engano, já por mais de uma vez que aqui desabafei sobre o meu ódio generalista em relação a taxistas. E o que aqui escrevo hoje é o cúmulo dessa revolta. Como a grande maioria das pessoas já sabe, os taxistas andam de birra por causa da Uber (não sabem o que é a Uber? Vão ver ao Google). Manifestações e coisas do género são já comuns por parte dos mesmos, mas agora estão a chegar ao limite da estupidez humana. Ora vejam:


Já não bastava andarem a chorar por causa da preferência do cliente para com a opção menos vigarista, agora também se tornaram agressivos para com os condutores da concorrência. Para quem tiver paciência para ler tudo o que a senhora escreveu, ou esperteza para passar as apresentações à frente, é provável que eu aqui repita algumas coisas, mas não se chateiem. Porque se se chatearem eu atiro-vos um pote de merda acima (não perceberam a referência? Deixem de ser remolgos e vão ver o link que pus lá em cima que passam a perceber).
Eu juro que nunca pensei que um povo “civilizado” conseguisse ser tão primitivo. Vou tentar mostrar o meu ponto de vista de uma forma mais prática para ser mais fácil de entender e, quiçá, mais divertido:

- Cliente: Boa tarde, que trajeto é que o senhor leva daqui (Lisboa) ao Algarve?
- Taxista: Ora boa tarde. Isso é muito simples: passamos pelo Porto, depois Minho, Coimbra, Ribatejo, Alentejo e pouco depois chegamos ao Algarve.
- Cliente: E mais ou menos quanto fica isso?
- Taxista: Não é muito. Deixe-me só fazer as contas: Taxa de rotação dos pneus, mais a taxa de emissões de CO2, mais o imposto de circulação por nacionais, mais 5€ por minuto, mais a taxa de lavagem das meias sujas dá qualquer coisa como o seu salário, mais a reforma dos seus avós e a pensão de viuvez da sua tia.
- Cliente: Ok, obrigado. Então eu vou só ver as minhas outras hipóteses e já venho.
- Taxista: Outras hipóteses? Só se for montado na mãe do Luís Filipe Vieira eheheheheh. Porque ela é uma égua, percebeu? Eheheheh. (eu sei que é uma coisa forçada, mas eu não tenho jeito para inventar piadas futebolísticas)

- Cliente: Boa tarde, que trajeto é que o senhor leva daqui (Lisboa) ao Algarve?
- Funcionário Uber: Boa tarde. Daqui ao Algarve é só passar o Alentejo e estamos lá. Mas ainda é um esticãozinho.
- Cliente: E quanto é que isso fica, mais ou menos?
- Funcionário Uber: Se formos pela auto-estrada são 100€, se formos pela nacional são 80€.
- Cliente: Ok, então eu venho já.
- Funcionário Uber: Com certeza.

- Cliente: Olá outra vez, senhor taxista. Venho só avisá-lo que vou antes usar os serviços da Uber.
- Taxista: O QUÊ? ESSES GATUNOS? QUE TRABALHAM DE FORMA ILEGAR E DESONESTA? COM JOGO SUJO PARA COM OS TAXISTAS SEM QUALQUER TIPO DE FAIRPLAY? O SENHOR DEVE ESTAR A BRINCAR COMIGO!
- Cliente: Não, mas fica mais barato e demoro menos tempo. É só por isso…
- Taxista: VAMOS VER ENTÃO SE DEMORA MENOS TEMPO COM UM CONDUTOR COM A CABEÇA ABERTA AO MEIO! *saca de um taco de basebol da mala do carro e vai direito ao funcionário Uber*

Agora seria a parte em que eu diria que estou a exagerar. O problema é que o único exagero nesta história é o trajeto que o cliente queria percorrer de táxi/uber.

Eu sei que vocês já apanharam a ideia, mas eu vou fazer ainda outra metáfora:

- Táxi: Mãe, posso comer duas pizzas?
- Mãe: Não, só uma. A mãe só tem dinheiro para duas e o teu irmão mais novo também precisa de comer.
- Táxi: *espeta faca na testa do pequeno irmão, Uber* Mas eu sou filho único.


Agora provavelmente ficaram mais confusos e perturbados. Se este for o caso, ignorem esta última parte. Se não, acho que conseguem realmente compreender a minha revolta neste tema.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Um macaco, uma avestruz e uma espingarda

Ontem, durante uma pacífica viagem de carro, ouvi a seguinte notícia na rádio: "Trump afirma que realmente tenciona construir o muro na fronteira com o México. Afirma ainda que serão os mexicanos a pagar a construção do muro." Ora bem, eu não sei se esta última parte é verdade visto que passaram gravações do homem a dizer que realmente era para construir o muro mas nada de serem os Mexicanos a pagá-lo. Mas, para bem deste texto, vamos assumir que tudo é verdade.
Meninos e meninas, estão a ver porque é que nunca se deve dar uma espingarda a um macaco? É que ele até pode vir a aprender a manobrar a arma, mas nunca vai aprender para onde é que a deve apontar. E este é o caso do Trump. Ele sabe que se vier a ser presidente vai ter poder para fazer coisas, mas não sabe que coisas é que deve fazer para melhorar o país. Mas o que me preocupa mais, não é o macaco que quer a espingarda. É a quantidade de anormais que querem dar a espingarda ao macaco. Eu sei que a outra grande hipótese é dar a espingarda a uma avestruz, mas de certeza que com tempo, paciência e bom senso conseguiam arranjar uma terceira alternativa que não pusesse a 3ª guerra mundial tão próxima da realidade.
Uma coisa que eu não percebo nesta situação em concreto é que o mundo inteiro parece perceber que pôr o Trump à frente de uma das maiores potências mundiais é estúpido, exceto os norte-americanos. Ou pelo menos a maior parte deles. Ou seja, os únicos que têm poder para não dar a espingarda ao macaco, são também os únicos que acham boa ideia dar a espingarda ao macaco.

Vá lá, gente. Esta história do muro já aconteceu uma vez e, bem ou mal, todos sabemos que deu merda. Porque é que agora há-de correr bem? Eu sei que não devemos desistir das coisas à primeira, mas se dar um tiro no pé esquerdo doeu e não serviu de nada, ir dar um tiro no direito não vai ser melhor.