quinta-feira, 30 de junho de 2011

CONFUSÃO DE PARENTESCOS

Certo doido, internado

Num hospital da cidade

Contou-me qual foi a causa

Da sua anormalidade

 

Sua história verdadeira

Consternado me deixou

Eis aqui, exactamente

O que o louco me contou:

 

-Eu um dia me casei

Por azar da minha vida

Com uma viúva, que tinha

Uma filha já crescida.

 

Meu pai era viúvo

De minha enteada gostou

E ficou meu enteado

Quando com ela se casou.

 

Então minha enteada

É minha madrasta agora

Minha mulher, ao meu pai

Ela sogra, e também nora!...

 

Minha mulher e a filha

Para cúmulo do sarilho

Após tempo passado

Cada uma, teve um filho!...

 

Minha enteada e madrasta

O seu filho… com razão

Como é filho do meu pai

É também meu irmão!...

 

O filho de minha esposa

É neste caso, também

Irmão de minha madrasta

E seu neto… veja bem!…

 

Minha mulher, do filho é tia

De minha madrasta, sou cunhado

Meu pai, é tio do neto

Porque é meu enteado!...

 

O meu filho, é cunhado

Do meu pai… que confusão!

E o filho do meu pai

É meu neto… e meu irmão!...

 

Depois de tanto pensar

De como a coisa ficou

Eu cheguei à conclusão

Que até de mim… sou avô!...

 

Não pude mais suportar

Este caso complicado

Vim parar ao hospital

Completamente chalado.

 

E o louco terminou

A sua história, e contudo

Nunca deixei de pensar

No seu caso tão bicudo

 

Depois de ouvir a história

Eu cheguei à conclusão

Que por casos mais pequenos

Muitos perdem a razão!...

 

Não sei quem foi o autor deste poema, mas com certeza um génio ou um louco… ou os dois (afinal de contas a genialidade e a loucura não andam muito distantes uma da outra). Não é qualquer um que consegue, em rima, provar que podemos ser avôs de nós próprios.

O que é bom é p’ra se ver

Mulher jovem que mostrais

O teu corpo de flor,

Pensa se o mostrares demais,

Perdes p’ro homem o valor.

 

O que é bom é p’ra se ver,

Mas só enquanto apetece;

Todos ouvimos dizer

Que o que é demais aborrece.

João Rebocho Velez (1911-2002)

Pois é meninas, toca a ouvir a voz dos antigos.

Que muitas de vocês têm uns corpinhos bonitos, é verdade, mas se os mostrarem todo o santo dia, sem qualquer pudor, começam a perder o interesse e torna-se banal. Quanto mais reservadas forem (sem exageros, claro), mais curiosidade desperta no sexo masculino, e ao fim ao cabo, é isso que vocês pretendem quando se andam por aí a pavonear pelas ruas.

Deixando por agora as lições de moral de lado, este poema foi obra de um homem que além de que, caso fosse vivo, teria 100 anos, era analfabeto. Exactamente! O autor deste poema (e de tantos outros) não sabia ler nem escrever. Era a sua neta que escrevia os poemas por ele ditados.

Como já devem ter percebido, acabaram de receber uma lição de moral de um homem que nasceu há cem anos e não sabia ler nem escrever…

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Dislexia nos cantores portugueses

Já alguém notou que existem letras de canções portuguesas que não fazem sentido absolutamente nenhum? Algumas delas parecem que foram escritas por um estrangeiro que apenas possuía um dicionário português e um dicionário de rimas, também este português.

Por exemplo “Intervalo”, música interpretada pelos Per7ume juntamente com Rui Veloso. Uma música apreciada por muitos e que pessoalmente também não desgosto, mas se dermos atenção à sua letra reparamos que não tem sentido absolutamente nenhum.

Comecemos pelo início da dita letra:

“Vida em câmara lenta,
Oito ou oitenta,

Sinto que vou emergir,
Já sei de cor todas as canções de amor,
Para a conquista partir.”

Ora bem, “Vida em câmara lenta,” é como quem diz “não tenho nada de jeito para por aqui, logo vou inventar”.

“Oito ou oitenta,” – “não consegui arranjar nada de jeito para o primeiro verso, então agora tenho que inventar qualquer coisa que rime (seja lá o que for) ”

“Sinto que vou emergir, / Já sei de cor todas as canções de amor,” - “deixa lá ver no Google se arranjo umas frases feitas para por aqui pelo meio”

“Para a conquista partir” – “mais uma rima inventada à pressão…”

Passemos agora à estrofe seguinte:

“Diz que tenho sal,

Não me deixes mal,

Não me deixes”

Em relação a esta estrofe posso dizer que… Ok, sem comentários…

Vamos então à terceira estrofe:

“No livro que eu não li,

No filme que eu não vi,

Na foto onde eu não entrei,

Notícia do jornal

O quadro minimal

Sou eu”

Os três primeiros versos dão a entender que foram feitos com o objectivo de parecerem muito profundos, sendo que os dois primeiros estão apenas descontextualizados e o 3º só me faz imaginar o autor da letra isolado a um canto enquanto toda a gente tira uma foto de grupo. O quarto verso vem um bocado no embalo do “livro que o senhor não leu” e o quinto foi mais uma das ditas rimas feitas à pressão. O último verso é apenas uma demonstração de puro e acentuado egocentrismo.

Agora vem a minha estrofe favorita:

“Vida a média rés,

Levanta os pés

Não vás em futebóis, apesar

Do intervalo, que é quando eu falo,

Para não incomodar.”

Quando uma pessoa olha para esta estrofe com olhos de ver o que é que lhe é transmitido? Que existem dois indivíduos, um deles tenta andar para trás com os pés no ar enquanto vê futebol e que o outro só fala durante o intervalo do jogo para não incomodar o primeiro que está entretido a tentar andar às arrecuas com os pés no ar.

Por fim, todas as estrofes anteriores se repetem e é-lhes acrescentada uma pequena companheira lá no meio:

Não me deixes na

história que não terminou

Não me deixes

Parecendo que não, esta é a estrofe que faz mais sentido e mais se enquadra com tudo o resto da letra.

Outro bom exemplo que temos é a Música “Momento”, do artista Pedro Abrunhosa.

Vou transcrever apenas um pouco do início da letra, porque se não tinha aqui pano para mangas, e tenho mais que fazer:

“Uma espécie de céu

Um pedaço de mar

Uma mão que doeu

Um dia devagar

Um Domingo perfeito

Uma toalha no chão

Um caminho cansado

Um traço de avião

Uma sombra sozinha

Uma luz inquieta

Um desvio na rua

Uma voz de poeta…”

Pois é! Esta letra então é que é mesmo só para ver se rima, porque não precisamos de mudar de uns versos para os outros para isto não fazer sentido. O excelentíssimo senhor autor da letra deve ter-se limitado a definir que todos os versos iriam começar com um artigo indefinido singular, a tirar palavras ao calhas de um dicionário e a mistura-las todas de modo aleatório, e por fim a por os versos que rimavam de dois em dois….

Obviamente, como estes dois, existem muitos outros exemplos… Tanto portugueses como de qualquer outro idioma…

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Adolescência

O que são os adolescentes?

Ora bem, são uma cambada de meninos mimados convencidos que já são alguém muito importante neste mundo. Consideram os seus problemas os piores de todos e sentem-se infelicíssimos sempre que se deparam com uma discussãozinha ou desentendimento com alguém, ou seja, quando as coisas não correm como querem.

Acham que só se podem divertir se beberem, fumarem ou fizerem as duas coisas ao mesmo tempo, já nada mais lhes dá prazer numa saída à noite. Se não podem beber durante uma noite acham que a noite não prestou, por outro lado se beberem de mais e vomitarem uma vez ou mais acham que a noite foi demais e querem repetir o mais rápido possível. Mesmo que fazer estas coisas não lhes saiba bem, fazem-no para que pareça bem aos outros e não sejam excluídos dos seus grupos sociais. E como é claro, são excluídos da mesma maneira que excluem os outros quando estes não fazem alguma coisa considerada “fixe”.

Como se costuma dizer têm a mania que sabem tudo e que são imortais, que nada os atinge. É óbvio que se lhes perguntarmos se acham que sabem tudo ou se são imortais, eles respondem que não, mas a verdade é que lá no fundo acham que sim. Acham que podem beber, fumar e fazer tantas mais outras coisas sem que haja consequências para o lado deles, e não param um bocadinho para pensar que alguns anos mais tarde irão pagar por tudo o que fazem agora.

Voltando à questão dos problemas dos pobres meninos, eu pergunto: o que é uma traição num relacionamento de um casal de jovens de 15, 16 ou 17 anos? Ou então o que é ser castigado porque se fez asneira? Eu respondo: não é nada. Alguém desta idade pode muito bem recuperar de um desgosto de amor ou aguentar uns dias sem sair à noite ou outra coisa qualquer que lhe dê prazer. É óbvio que estar um dia que seja sem estar com os amigos ou sem ver TV é uma catástrofe das piores que pode haver na vida de um adolescente, o pobre coitado pode morrer de tédio ou solidão durante esse tempo.

Se lhes for falado na fome em África, no terramoto do Japão, ou nos estragos e pessoas que morreram por causa do atentado às torres gémeas, eles dizem que sentem muita pena e até são capazes de mandar umas mensagens a pagar, pelo telemóvel, para associações que ajudam as pessoas vítimas desses males. Mas enquanto só tiverem contacto com essas situações pela TV e não as sentirem na pele, não darão o valor devido àquilo que têm, e ainda menos ao que as vítimas dos referidos acontecimentos sentem.

O que posso dizer mais? Já que não posso dizer ou fazer nada para mudar tudo isto, aconselho-vos a aproveitarem enquanto vivem na idade em que essas fantasias vos são toleradas.

Autor:
O estereótipo de adolescente.

Redes sociais

O ser humano é um bocado estúpido, mas o mais engraçado é que tem a noção disso e não faz nada para alterar esse facto. Estou a falar neste caso de redes sociais (hi5, facebook, myspace, etc.). É claro que há muitos mais exemplos da estupidez do Homem, mas agora irei abordar apenas as redes sociais.

Normalmente, antes de abrir uma conta numa porcaria dessas, todos dizem “não gosto”, “isso é estúpido”, “não tenho tempo para isso”, “não ligo a essas coisas”, etc., mas o que mete piada é que quase todos acabam por fazer uma conta, e a grande maioria passa grande parte do seu tempo a navegar nesses sites. Ou seja, todos dizem que não faz sentido “brincar” com esses sites, mas gostam de o fazer e mesmo sabendo que isso é estúpido não fazem nada para perder esse hábito.

E depois ainda há os casos extremos que fazem desses sites um vício, e que além de passarem horas a “passear” lá quando estão em casa, ainda abrem as suas contas sempre que têm um computador e internet com eles, mesmo fora de casa. Há também aqueles que metem o despertador para acordarem a certas horas para irem fazer isto ou aquilo num jogo que tenham numa dessas redes sociais.

É ou não é coisa de gente estúpida? Se não têm nada para fazer estudem, façam exercício físico, escrevam, façam o que entenderem, mas algo que seja útil para a sociedade.