segunda-feira, 30 de abril de 2018

Um objetivo atingido, uma etapa concluída


Há aproximadamente oito anos que entrei no mundo das artes marciais através do Karate e há aproximadamente oito anos que sonhava com o dia em que me viria a graduar Cinto Negro (1º Dan). Inesperadamente, esta data foi ainda mais especial para mim do que o que antecipei, dado ter sido separada por apenas uma semana exata da minha primeira graduação em Kajukenbo. O finalizar de uma grande etapa e o começo de uma segunda caminhada igualmente longa tiveram (por obra do acaso, ou não) lugar em dias particularmente próximos.
Desde o princípio que tenho vindo a idealizar a chegada deste dia brindando-o com três particulares agradecimentos. Como puderam constatar, surpresas acontecem e esses três agradecimentos passaram a quatro.

Dado o recente aparecimento deste quarto agradecimento, será o primeiro a tomar lugar aqui. O Sibak Tomás Sanchez. O meu mais recente mestre, mas com o qual já tanto aprendi (a levar porrada, principalmente) – nada comparado com o que pretendo vir a aprender, mas ainda assim…


Ainda estou a dar os primeiros passos nesta arte marcial, mas, pelo pouco que já vi, tenho alguém de confiança que me pode ajudar a ir longe. Por tudo isso e pelo que está por vir, agradeço aqui ao Sibak Tomás Sanchez.




Em segundo lugar quero agradecer à pessoa sem a qual nada disto seria possível. Sem a qual não existiria uma Secção de Karate em Ponte de Sor. Sem a qual o Karate não teria entrado na minha vida e, muito provavelmente, sem a qual eu não teria sido apresentado a uma das minhas grandes paixões: o mundo das artes marciais. Estou a falar do Mestre Carlos Mateus. O homem que, tal como a mim, treinou e ensinou os dois próximos nomes desta “lista”. O homem que, como ele próprio diz, “aos fins de semana podia estar em casa descansadinho a ver a bola” e vai para o pavilhão treinar meia dúzia de caramelos que querem competir ou graduar. Aqui fica o meu agradecimento ao homem sem o qual eu hoje não seria cinto negro – 1º Dan de Karate Wado Ryu.




Em terceiro está o maior cromo da lista. Um mestre, um parceiro, um companheiro, um amigo. Pedro Pereira. O grande gatilho para a minha entrada no Karate. A pessoa que eu via a dar porrada noutras pessoas e que me fez pensar “eu quero conseguir fazer isto”. Foi o Pedro Pereira o principal responsável pela minha preparação para os exames mais altos (entre 5º e 1º kyu, aproximadamente). Foi o Pedro Pereira que, não só no Karate, como na preparação para os pré-requisitos necessários para entrar para o ensino superior, me treinou e ajudou a alcançar objetivos. Foi o Pedro Pereira quem mais me incentivou na procura de novas artes marciais e até mesmo me acompanhou na demanda. É com o Pedro Pereira que ambos pomos capacetes de mota na cabeça, arranjados por ele, e vamos andar à bofetada um com o outro até estarmos ambos todos amassados mas contentes e a rir das nódoas negras do outro. Foi o Pedro Pereira que praticamente se vestiu de plastrons dos pés à cabeça para eu poder treinar o meu exame de Kajukenbo nele, à vontade. É o Pedro Pereira que, tão depressa me está a ensinar o Kihon Kumite nº5, como eu tenho de o relembrar qual é a posição das mãos na Pinan Nidan. E por aí podia continuar com “Foi o Pedro Pereira que…”, dentro e fora das artes marciais.





Pelo que enunciei e pelo que ficou por enunciar, exponho aqui a minha gratidão para com o maluco que mais me acompanha na minha exploração no mundo das artes marciais.

A última pessoa a quem vou agradecer foi quem me ajudou a dar os primeiros passos no mundo do Karate. E era uma das pessoas que mais feliz me deixava quando assistia aos meus exames. Era das pessoas a quem eu mais pressa tinha de dizer “Já sou cinto verde/azul/vermelho/etc.”
É uma pessoa que eu nunca mais vou ver num exame meu. É uma pessoa a quem eu nunca vou poder dizer “Já sou cinto negro! Já sou 1º Dan!”. É o Miguel Dias. Foi com o Miguel que eu fui treinar vários fins de semana e dias de férias às sete ou oito da manhã ao ar livre, no inverno, para poder aprender a fazer a Pinan Nidan e alguns Sanbons. Ele treinava fisicamente enquanto eu ficava a treinar o que ele me ensinava antes de ir dar voltas ao campo de minigolfe ou à zona ribeirinha a correr. Foi o Miguel Dias que me ensinou que “o braço só ataca depois da perna avançar”. Foi o Miguel o primeiro a tirar do seu tempo para me ajudar exclusivamente a mim a melhorar no Karate. O Miguel era uma figura que, não estando muito presente, era particularmente especial e importante, não só para mim, como para (arrisco a dizer) todos os que o conheceram na nossa secção de Karate.


Com estes agradecimentos aos meus 4 mestres quero marcar o término duma grande etapa da minha vida para iniciar outra similarmente fundamental.


Teria muito mais a quem agradecer especificamente, mas, nesta fase, decidi destacar apenas aqueles que me influenciaram de forma direta e visível (através das minhas graduações) no meu desenvolvimento como artista marcial. Muito fica por dizer, mas tenho que guardar qualquer coisa para possíveis futuras conquistas. Como tal fica aqui apenas um agradecimento geral a todos os que fizeram e fazem parte deste meu mundo.












Arigato Gozaimasu. Mahalo Nui Loa.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Liberdade


Liberdade. Liberdade é um tema que dá para dizer tanta merda que nem sei como é que não me lembrei mais cedo de falar sobre isto. É espetacular!
A definição de liberdade é, há muito, motivo de discussão e discórdia entre todos os que se julgam no direito de expressar a sua opinião. Direta e indiretamente.
“A tua liberdade acaba onde começa a do outro” frase tantas vezes dita por filósofos de taberna. Isso é muito bonito, a questão é que esse mesmo limite difere de pessoa para pessoa.

Pessoas iluminadas, com visão privilegiada para o sentido da vida, felizmente para nós meros mortais, são as que mais prazer têm em se fazer notar.
- “Vai trabalhar durante oito horas para pagares uma casa que deixas vazia o dia inteiro!”
- “Vivemos numa sociedade que nos oprime com a obrigação de arranjar um emprego para pagar impostos e quem quiser viver de maneira diferente é posto de parte!”
- “Livres são os que vivem um dia de cada vez sem sofrerem com as preocupações do amanhã!”

Epá, bardamerda! Juntem os trapinhos e vão viver para o mato. O alcance das imposições da sociedade não chega lá. É claro que, de mãos dadas com as imposições, estão também os confortos. Julgo eu na minha ingenuidade que, ver a novela na televisão será, certamente, mais sedutor que ver a novela num eucalipto. Até porque no eucalipto não dá para ver a novela. Na melhor das hipóteses veem o BBC Vida Selvagem ao vivo… mas sem narrador… todos os dias. Assim serão vividos todos os dias um de cada vez. Até porque se caçarem para o mês todo, ao fim de dois dias já a carninha está boa para produzir asticot para irem pescar. Um dia de cada vez para a carne não se estragar!

Nos dias que vivemos, em países ditos desenvolvidos, a liberdade que está mais notoriamente ameaçada é a de expressão. Grupos “revolucionários” modernos que lutam pela “liberdade” e pela “igualdade” defendem políticas como “Não podes dizer isso porque oprimes a liberdade desta minoria”. Ãh…?
Quando a liberdade de uns para ser algo é priorizada em detrimento da liberdade de outros de expressarem a sua opinião em relação a isso, o Salazar e o Hitler dão cada um uma voltinha de alegria nas suas respetivas campas.
E por falar em Salazar, algo que cativa a minha admiração hoje em dia, são as pessoas que dizem coisas como “Fazia cá falta o Salazar”. A sério… a hipocrisia nessa frase não é explícita?
Estão a ver quando se veem obrigados a dialogar com uma formosa moça que tem em sua posse avultados e bem formados seios, brindados com um enaltecedor decote e têm que manter o olhar focado nos olhos da jovem? Esta frase pode ser representada pela bonita moça e, a hipocrisia que referi, pelos protuberantes seios por ela exibidos. Não dá para ignorar.
A lógica é algo que eu admiro bastante e, como tal, farei o melhor uso dela que me for possível para expor o meu ponto de vista: O António sentiu-se ofendido. Ao se sentir ofendido achou que no tempo em que ninguém era ofendido é que era bom. Dado isso pensou e disse “No tempo do Salazar é que era!”. Ao dizer isso, o António, não se apercebeu que só o pôde fazer porque não existe um outro “Salazar” no poder que mande arrancar as unhas de quem enaltecer o Salazar original. E que no tempo que ele tanto almejava viver, não só não era permitido emitir ideias ofensivas, como também não era permitido demonstrar-se ofendido pelas ideias impostas pelo governo. Daí a escassez de ofendidos contemporâneos de Salazar.

O objetivo deste texto não era este. Não era mesmo nada este… Isto é falta de prática.