terça-feira, 27 de junho de 2017

Um Santo com Tomates!

História engraçada que me foi dada a conhecer por Ricardo Araújo Pereira: A história de S. Lourenço. Ora bem, esta história, para quem não sabe, trata de um diácono – S. Lourenço – a quem foi pedido, pelo imperador Cornelius Saecularis, para entregar todas as riquezas da igreja. O bom do Lourenço não esteve com falinhas mansas… foi dar um passeio pela cidade, agarrou em tudo o que era gente doente e miserável e apresentou-os ao imperador “Aqui tens o tesouro da igreja… é todo teu, companheiro…”. O imperador não gostou da piada e disse “Pronto, agora vais morrer que é para não seres parvo…”. Até aqui tudo muito bem – imperador ganancioso, diácono com eles no sítio, sentença de morte ao herói da história, etc.. A parte gira começa agora: segundo reza a lenda, o S. Lourenço foi sentenciado à morte na grelha. E esta nem é a melhor parte! “Então qual é a melhor parte?” perguntam vocês em coro. É que, continua a lenda, o Lourencinho, quando estava a ser grelhado, a certo ponto chuta as suas últimas palavras: “Este lado já está! Podem virar!”.
E onde é que eu quero chegar com isto? É que isto é o melhor exemplo anti-bullying que eu alguma vez ouvi.
Pequena associação que fiz entretanto: para quem não sabe, em inglês é costume usar o termo “roast” para identificar gozo. Alguém que está a ser “roasted” está a ser gozado, está a ser humilhado. E o que é que eu pensei? Roast também significa grelhado e isto é perfeito para fazer aqui uma metáfora espetacular e mostrar o quão brilhante eu sou. Entretanto fui verificar e roast afinal significa é assado, não é grelhado… Mas vocês percebem a ideia. Adiante…
Este gajo estava, literalmente, a morrer e mesmo assim destruiu completamente aquele imperador com meia dúzia de palavras, sem que este último pudesse fazer coisa alguma para o impedir ou para se vingar.
“E qual é a relação disto com bullying?” perguntam vocês, novamente em coro. É a atitude. Se não me engano, já não é a primeira vez que refiro isto. Alguém que tenha atitude, até pode estar a levar porrada de 3 marmelos ao mesmo tempo, que é sempre ele que sai vencedor.

Mas não pensem que este tipo de coisa só acontece em lendas e contos! Vou dar-vos a conhecer algo que se deu com um amigo meu:
Como bem sabemos, as crianças são cruéis. E os adultos também. E quem está pelo meio também. Ou seja, toda a gente é cruel. E neste caso específico, havia uma rapariguinha que gostava de martirizar o jovem em questão com bocas de cariz desagradável e maldoso. Porquê? Porque sim. Tipo passatempo – da mesma forma que há putos que gostam de brincar com um yo-yo, há outros que gostam de foder o juízo aos colegas. E esta rapariga era uma das últimas. Um amor de pessoa, portanto. Como seria de esperar, o rapaz estava algo saturado da situação. Ora, falou do ocorrido em casa e a tia arranjou-lhe solução: “Vais já falar com o diretor da escola!” disse-lhe a tia… Obviamente que estou a gozar, não foi nada disso que aconteceu. Isso não teria piada e não demonstraria uma atitude muito valente perante a situação. O que a tia de facto lhe disse foi uma resposta para ele dar à querida colega numa próxima eventualidade de “elogios” gratuitos. E ele assim fez – Só para vos situar na situação, parece que a rapariga era rechonchuda e tinha Coelho como apelido – Eis que um dia a jovem começou numa enxurrada de ofensas despropositadas e a presa virou predador: 

“Cala-te coelha, esfrego-te com alho e sal, enfio-te um ramo de salsa no cu e forno contigo!”


“E o que é que ser gorda tem a ver com a resposta que ele deu?” perguntam vocês em coro uma terceira vez. É que toda a gente prefere comer um coelho com muita chichinha por onde escolher…
Escusado será dizer que a rapariga ficou sem argumentos. Comeu e calou.
Como podem ver, atitude é tudo, meus amigos. Se não forem bons a improvisar respostas afiadas, ensaiem em casa para depois brilharem na escola (ou seja lá onde for).
Gente estúpida sempre vai existir, e mais vale que nos saibamos defender do que andarmos a chorar porque as pessoas são más e não gostam de nós.
Se alguém não gostar de vocês, já sabem: Esfreguem-nos com alho e sal, enfiem-lhes um ramo de salsa no cu e forno com eles. Se eles forem espertos, a certo ponto chutam as suas últimas palavras: Aqui está quase! Podem pôr as batatas a fritar!

terça-feira, 13 de junho de 2017

Uma viagem à volta do meu nome

Afonso Luís Inácio Bonito. Provavelmente, as quatro palavrinhas que me acompanham há mais tempo na minha fabulosa vida. E adivinhem sobre o qual desses quatro nomes é que eu vou falar? Não é complicado, pois não? Claro que não. Bonito! Um nome relativamente incomum e que desperta o comediante que há dentro de cada uma das pessoas a quem eu o digo. É pena é parecer que todas as pessoas têm o mesmo comediante dentro delas. É que as piadas são sempre as mesmas… Não sei se isto é uma espécie de Truman Show em que toda a gente combinou fazer as mesmas piadas sempre que me conhecessem, tipo experiência social, ou se são todos só um tanto limitados no que toca ao humor.

- És Afonso quê? Para eu guardar aqui o teu número…
- Bonito.
- Pffff, Bonito? Devia ser era Feio!
- Piada engraçada essa… Por acaso é nova, nunca tinha ouvido…

E como esta há mais duas ou três. É que o dito humorista que parece estar dentro de toda a gente nem sequer é muito imaginativo. Só escreveu três ou quatro piadas e todas de fraco gosto. Ora confiram:

- Afonso Bonito? Devia ser era Afonso Feio! (Já referida)
- Bonito? Com essa cara?
- Quem é que te disse que eras bonito?
- Bonito só mesmo de nome…

E pronto… É isto. Agora imaginem o que é 23 anos sempre a ouvir as mesmas quatro ou cinco piadas (pode estar a escapar-me alguma) sempre que revelo o meu último nome a alguém…
E isto para não falar nos meus antepassados, que também certamente foram obsequiados com tais obras humorísticas tão rebuscadas e geniais.

E melhor do que as pessoas que fazem piadas com o meu nome, são aquelas que acham que eu estou a gozar e que digo que me chamo Bonito porque acho que isso era uma brincadeira agradável para ter com os amigos…

História verdadeira:
Estava eu a entrar para um estágio de Karate, quando à entrada me perguntam o nome:

Eu: Afonso Bonito
Marmelo: *levanta os olhos da folha onde estava a apontar os nomes e olha para mim*
Eu: J
Marmelo: Mas é mesmo?!
Eu: *com vontade de esconder a cara nas mãos desiludido com a humanidade* É!

História verdadeira dois:
Um colega de escola costumava gozar com o meu nome todos os dias. Praticamente sempre que me via fazia uma piada qualquer relativa ao meu nome. Até que me fez a pergunta mais perspicaz que alguém podia fazer:

- Mas porque é que tens Afonso Bonito no Facebook?
- Epá, se calhar porque é o meu nome, não sei…
- Ah tu chamas-te mesmo Bonito?!
- …

Já vi gajos a amarrarem uns quantos explosivos à cintura e irem para um centro comercial brincar aos foguetes por menos…

Por favor, pessoal, um bocadinho de bom senso nunca fez mal a ninguém e ainda não inventaram uma taxa para a posse do mesmo…