quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Carta aberta ao Presidente da República!!!

Uma menina indignada com a sua “não admissão” no ensino superior está a ser muito falada e eu também quero fazer parte da festa.
ATENÇÃO: Este texto vai ser escrito com base em porra nenhuma e sem qualquer tipo de fundamento credível ou aceitável! Portanto, se houver coisas que não fazem sentido ou que não coincidem com a realidade, é porque estou a fazer um bom serviço!

Ora bem. A primeira vez que vi a notícia da menina indignada, abri, olhei e pensei “isto é bué texto, caga nisso” e voltei a fechar. Só que como já vi o assunto a ser abordado, pelo menos, duas vezes nas redes sociais de forma humorística, decidi soltar a velha coscuvilheira que há em mim e vir fazer um pouco de corte e costura myself (“Porque é que disseste isso em inglês?” epá, porque posso. Chatos).
Agora que já li o texto da rapariga, já posso mandar um bitaite ou dois, embora nenhum com sabedoria suficiente para ser levado em conta seja por quem for. Primeiro bitaite: A gaja é rica e mimada quase de certeza. A maneira como ela fala da vida, é porque não passou pelas normais adversidades que um comum plebeu passa.
“O que me dói é ver o meu pai, que sempre se esforçou por me mostrar a sorte que tenho em viver neste país, lindo, limpo, seguro, organizado, e me incentivou a agradecer cada dia por tremenda bênção, questionar a sua justeza.” Desculpa? País limpo, seguro e organizado? E é novidade questionar-se a justeza deste país? Eu sei que podia ter pior sorte. Estar a viver perdido no meio de uma guerra qualquer sem saber se iria viver para ver os próximos 4 minutos. Mas calma lá. Deixa lá ver por onde começar: a primeira acertaste. O país realmente é lindo.
Limpo. Limpo. Limpo… Já alguma vez olhaste, por exemplo, para o rio Mondego? Cá me cheira que não. Novamente, podia ser pior. Podíamos andar a lavar-nos nas águas do Ganges (não sabem o que é? Eu sabia o que era e não sabia o nome. Façam como eu e procurem). Mas lá porque há pior, não quer dizer que estejamos bem.
Continuando: seguro. A menina não é da Amadora, com certeza. Não estamos em guerra nem fomos vítimas de atentados terroristas, mas essa carinha laroca não iria passar impune pelos vigilantes dessa tão segura cidade.
Seguinte: Organizado. O simples facto de termos o hábito de chegar sempre atrasados a tudo mostra o quão organizados somos. “Mas nós não somos conhecidos por chegarmos sempre atrasados!” Esta é aquela frase que eu tenho esperança que nenhum leitor tenha o descaramento de pensar, porque se acontecer, das duas uma: ou é dos imbecis que chega sempre atrasado e não vê mal nisso, ou vive no mesmo mundo perfeito e cheio de arcos-íris que a menina da carta aberta.
E, por fim, a menina parece, no mínimo, admirada com o facto de se questionar a justeza deste país. A jovem tem televisão em casa? Tem visto as notícias que têm passado sobre certos e determinados salários? E sabendo isso, sabe quanto é o salário mínimo no nosso país? “Olha lá, mas ela está a queixar-se é em termos de acesso ao ensino superior” Ok, têm razão. E a menina sabe a quantidade de gente que quer, como a menina, seguir o seu sonho de ir estudar para ser médico ou outra porcaria qualquer e os papás não têm dinheirinho para lhes sustentar os estudos? Isso não é injusto? Isso não é pior do que não entrar em medicina por uma questão de 3 décimas? É que as 3 décimas podem não estar lá para o ano, mas a falta de dinheiro para pagar ensino superior aos filhos dificilmente vai mudar.

Outra questão que eu não percebi muito bem no texto da jovem foi ela queixar-se que as médias são desumanamente altas. Se são altas, é porque houve gente à bruta a conseguir atingi-las e superá-las. Podiam abrir mais vagas para mais gente poder entrar? E quantas vagas teriam de abrir até chegar à média que tu atingiste? Numa coisa concordo plenamente com a rapariga: Não é um exame de 2 horas que incide exclusivamente em conteúdos científicos que vai decidir se o aluno é mais ou menos adequado para determinada área profissional. Um aluno não prova que pode vir a ser melhor médico que outro através de trigonometria ou probabilidades. Mas vá lá. Há tanta coisa errada neste país, a menina vai reclamar porque não entrou no ensino superior? Reforço o que já disse: a menina é mimada e parece-me que foi a primeira vez na vida que lhe disseram “não”. Ou então sou só eu que estou com vontade de embirrar e a rapariga até já passou por bastantes adversidades e esta foi só a maneira que ela arranjou de ultrapassar mais uma. Mas lá está, este blog não tem qualquer objetivo produtivo. Se se rirem um bocado, melhor, se não, é porque não têm sentido de humor e têm hálito a cebola podre!

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Educação Física vai voltar a contar para a média!

Educação física vai voltar a contar para a média! Olha que coisa tão inteligente. Realmente não sei como é que nunca ninguém se lembrou disso. Ah, esperem… Pois, se calhar não é uma ideia assim tão original.
Eu realmente não percebo bem o que é que ia nas cabeças dos senhores que decidiram que Educação Física devia deixar de contar para a média, mas deve ter sido qualquer coisa assim:

Gajo 1: O nosso país tem uma média escolar de saída do secundário muito baixa! E nós temos de fazer qualquer coisa em relação a isso!
Gajo 2: E que tal baixarmos a carga horária?
Gajo 3: E se baixarmos nos trabalhos de casa?
Gajo 4: Tenho uma ideia melhor! Vamos tirar Educação Física da média de acesso ao ensino superior!
Gajo 2: Mas em que é que isso vai ajudar? Os putos nem precisam de estudar para essa merda...
Gajo 4: Opá, pois não, mas como somos um país de gordos e lambões Educação Física só serve para baixar a média…
Gajo 1: O Gajo 4 tem razão! Aprovado!
*Restantes gajos aplaudem satisfeitos*

Agora a sério, eu sei que Educação Física estar a contar para a média de entrada, por exemplo, de engenharia informática, é um bocado parvo, mas também Filosofia contar para a média de Ciências do Desporto é parvo (ou até mesmo para engenharia informática) e ninguém pôs a hipótese de tirar Filosofia da média de acesso ao ensino superior.
Minha gente, o povo português já é remolgo o suficiente sem incentivos à prática desportiva. Tirar EF (já estou farto de escrever o nome todo da disciplina, porra) só incentiva os putos a se esforçarem ainda menos nestas aulas do que já esforçavam anteriormente. Qualquer dia abrimos uma disciplina chamada “Confecionamento de Comida Plástica”, onde, como o nome indica, os nossos jovens aprendem a preparar refeições dignas da McDonald’s.

Pronto, já parei. Os senhores até estão a querer voltar atrás com a decisão parva, não é preciso estar a esfregar mais limão na ferida.