segunda-feira, 27 de julho de 2015

Cecil, o Leão

Estava eu, felizmente, a acabar de almoçar quando passa na televisão uma notícia que me tiraria a vontade de continuar a comer caso fosse a meio da refeição. O “título” da notícia era Cecil. Segundo o pivot do canal, este era o nome de um dos mais famosos leões do mundo. “Era”.

O felino era famoso devido à rara característica, entre a espécie, de se deixar fotografar a distâncias estranhamente curtas. Além da estranha atitude do leão em relação aos humanos, ele era ainda o maior da sua zona (até mesmo do país, penso eu, mas como não tenho a certeza…) e, como tal, era o manda-chuva da espécie. Já tinha copulado com 3 fémeas e dado ao mundo várias crias. Até aqui está tudo muito bonito. A parte revoltante vem agora.
O grande gato foi morto por um grupo de caçadores furtivos, decapitado e esfolado. Foi atraído para fora do parque com uma presa morta a fazer de isco e, depois disso, atacado com flechas para ser enfraquecido e por fim morto a tiro. Isto à primeira vista revolta apenas aqueles com especial gosto por animais. Mas, se aprofundarmos bem a questão, descobrimos que aquele grupinho de imbecis fez muito mais merda do que provavelmente sabe.
As crias de Cecil, não tendo agora o progenitor para marcar posição e as proteger, serão mortas pelos outros leões para que as fêmeas aceitem procriar novamente. Mas não fica por aqui. Devido às raras características do leão, o Zimbabué tinha ali um ponto turístico que contribuía fortemente para a economia do país.
Vamos então resumir. Aqueles caras de vómito mataram um leão por dinheiro, acabaram com uma dinastia de excelente qualidade (tamanho e provavelmente comportamento, também) e danificaram uma fonte de dinheiro do Zimbabué.

Na minha opinião, o castigo ideal para os senhores espertinhos era obrigá-los a irem salvar as crias do Cecil dos outros leões quando eles os quisessem matar. Se, por algum milagre, eles saíssem de lá vivos era ataca-los com arco e flechas e quando já estivessem sem forças e a engasgarem-se no próprio sangue eram esfolados e no fim decapitados. Não, não tinham direito a tiro de misericórdia.

(para quem quiser mais informações sobre a notícia basta ir ao google e procurar Cecil)

domingo, 26 de julho de 2015

Oiça tudo com Mini Som!

Então como vão? Está tudo bem? A família está boa? Ainda bem. “Mas eu disse que a minha mãe tem ébola…”

AINDA!


BEM!



Hoje vou contar a minha mais recente aventura social (se é que se pode chamar social).
Como aqueles que me conhecem já devem ter reparado, eu tenho uma pequena deficiência na língua (isto é, na maneira de falar), deficiência essa que se revela nos R’s. Para aqueles habituados a lidar comigo não é grande problema, mas, para pessoas que me ouvem falar pela primeira vez, pode ser um pouco complicado perceber tudo à primeira.
A primeira parte da introdução está feita. Vamos à segunda. Como tantos outros mortais, costumo pedir fatura com o número de contribuinte quando compro determinadas coisas. Como em tudo na vida, até nisto tenho sorte. O número tem um 3 seguido de um 8 e um 0. Normalmente, para facilitar, costumo dizer 380 (trezentos e oitenta). Devido à deficiência em questão, a grande maioria dos empregados de caixa percebem 280 (duzentos e oitenta), o que, por vezes, se torna inconveniente porque é preciso repetir o número todo dado ter sido mal registado ou algo parecido.
Agora vamos então à história propriamente dita. Hoje decidi mudar de estratégia. “Hoje já não me encavam!” antecipei eu.
- Deseja fatura com contribuinte?
- Sim, se faz favor.
- Então pode dizer o número, por favor.
- ****** três, oito, zero. *sou genial!* - pensei eu.
- ****** três, oito, sete, certo?
-……………………………


Eu começo a pensar que o mal não é só meu. Se calhar os senhores da Mini Som, ou o raio que os parta, já começavam a fazer distribuição de material por locais de venda. 

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Já tinham saudades minhas! II

Ora cá estou eu novamente de volta de umas férias, desta vez um pouco mais agradáveis do que da primeira.
Uma vez mais aconteceram coisas ao longo destes últimos dias dignas de serem mencionadas por um escritor de renome como eu. Mas, tal como disse, estive de férias e não tive acesso à internet nestes dias.
Então comecemos pelo mais interessante. Lembram-se do motivo das minhas primeiras “férias”? Estudar para um exame. Pois é. Chumbei. “Ai que burro!” eu e mais 26 gajos (mais coisa menos coisa). Num grupo de quase 30 alunos, passou um! Não é fantástico? Eu acho que é.

Agora passemos a algo que realmente vos possa interessar. A Rainha Isabel II de Inglaterra envolvida em imagens escandalosas. Felizmente não envolve nudez. Parece que apareceu um vídeo da senhora, quando tinha sete anos, a fazer a saudação nazi. Que horror!
Foram feitas entrevistas pelas ruas e há gente a apoiar que a senhora devia ser de alguma forma penalizada pelo seu gesto de saudação ao Hitler feito há oito décadas.

OITO DÉCADAS!!! ESTÃO A QUERER PENALIZAR UMA RAINHA POR UM GESTO FEITO AOS SETE ANOS DE IDADE NUM VÍDEO FILMADO HÁ MAIS DE OITENTA ANOS!!!


A pobre criança nem devia saber o que eram judeus, na altura em que fez o gesto, ensinado no momento pelo tio, quanto mais que eles andavam a morrer aos magotes porque “tinham piolhos”.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

"Fazia cá falta o Salazar"

“Fazia cá falta o Salazar!” Esta foi a frase com que me senti presenteado na minha penúltima visita a Coimbra.
Ia eu a caminho do carro com a minha mãe, a minha namorada e uma amiga quando oiço esta frase vinda de uma senhora idosa que se encontrava numa paragem de autocarro. Não tenho a certeza se a observação foi dirigida a mim, mas não ia mais ninguém a passar e a frase foi vociferada no momento em que eu ia a passar. Vou então enumerar os fatores da nossa aparência no momento que poderiam contribuir ou não para termos sido os alvos de tamanha barbaridade (como devem compreender, não me lembro totalmente das nossas indumentárias e, como tal, não serei específico em diversas situações):

A minha mãe ia de saia ou calças de ganga, sendo que o mais provável seria esta última, e uma camisola normal (nada de decotes ou roupa rasgada).
A minha namorada seguia um estilo semelhante: calças de ganga e camisola pouco ou nada provocadora.
A rapariga que nos acompanhava também não passava muito disso. Calças justas, como toda a gente usa agora, e uma t-shirt ou algo parecido.
Eu ia de calções, uma t-shirt um pouco comprida (nada de mais), óculos escuros, boné (pala para trás porque estava muito sol e eu tenho uma pele sensível) e sapatilhas (nem sequer ia de chinelos).
(“Ai que egocêntrico, mal se lembra da roupa de quem o acompanhava e da dele quase a descreveu ao pormenor!” Dado o comentário, tive especial atenção à minha vestimenta pensado ter sido essa a fonte de desagrado da senhora.)

Vamos agora tentar repartir toda a minha aparência por partes e avaliar em que aspetos poderá esta ter ofendido a avozinha:

Calções: não vejo qualquer ataque ao pudor da senhora ao usar calções. Nem sequer faço a depilação. Normalmente os antigos defendem que depilação só mulheres e maricas. Este não era o caso.

Sapatilhas: como estava de calções, levava daquelas meias pelo tornozelo (pezinhos) que às vezes não se vêm porque fogem para dentro do calçado. A senhora pode ter pensado que eu não levava meias e, ao achar isso uma badalhoquice, achou por bem invocar o Salazar para ele me vir cá obrigar a usar meias. Se é por aí, pode estar descansada, que eu levava meias.

T-shirt: admito que esta poderia ser um pouco grande para o meu tamanho e que tinha uma imagem um pouco agressiva. A imagem é, para quem conhece, uma “caricatura” exagerada do Joker (Némesis do Batman). Mas, para quem não conhece, é quase uma personificação de um ser maligno enviado para destruir todo o planeta terra de forma atroz enquanto se ri com gargalhadas maléficas. Ou então o símbolo de alguma banda demoníaca que canta orações a Belzebu e que sacrifica carneirinhos e come os seus corações ainda palpitantes para servir o Demónio. Caso não tenham percebido bem a ideia eu deixo aqui a imagem da t-shirt para cada um tirar as suas próprias conclusões.



“Tanta descrição para no fim pores uma imagem da t-shirt!” É, eu sou assim. Um romântico. “Mas isso não tem nada a ver com romantismo!” Pois não. E eu não sou romântico.

Passemos agora à parte avaliativa deste elemento. A camisola pode ter ofendido a senhora e até mesmo assustado. Mas, sinceramente, não estou a ver o que é que o Salazar ia fazer em relação a isso. “Lei nº 329, artigo 4º - Não são permitidas, neste país, quaisquer peças de roupa que façam alusão ao filme ‘The Dark Knight’ ou que ofendam a dona Serafina dos Anjos que mora no 2º esquerdo – Rua dos Combatentes, Coimbra.” Não ia fazer muito sentido, mas arrancar unhas aos jovens que eram do partido em oposição ao Salazar também não fazia sentido e eles faziam-no. (P.S.: aposto que a senhora é esposa ou viúva de um ex-elemento da PIDE)

Óculos de sol e boné: os óculos são dos que refletem (mal e porcamente porque foram comprados a 10€ na Pull&Bear). Possivelmente a senhora achou intragável não poder ver-me os olhos e, no lugar destes, ver o seu próprio reflexo. Afinal de contas os olhos são as janelas para a alma, ou qualquer coisa assim. “Haviam de tos furar. Se é para andarem escondidos mais vale não os teres!” Isto é aquilo que eu imagino ter passado na cabeça da senhora quando ela muito controladamente apenas disse “Fazia cá falta o Salazar!”.
O boné não ia inteiramente enfiado na cabeça e ia de pala para trás. Mas tenho uma justificação plausível para ambas as situações. Ia apenas apoiado na cabeça, não porque está na moda, mas porque me está pequeno e me aperta muito os miolos e, como tal, ia apenas pousado. A pala ia para trás porque, como eu já referi, estava muito sol e eu tenho uma pele sensível.

“Ela achou é que tu tinhas ar de bicha e não esteve com papas na língua!” É uma hipótese.

Querem saber a parte mais estranha? Nós já tínhamos passado por ela uma vez quando íamos almoçar (a senhora esteve à espera do autocarro todo o tempo que nós demoramos a almoçar num restaurante. Pensado bem ela se calhar só queria o Salazar para ele arranjar um serviço de transportes públicos mais eficiente que os SMTUC. Se assim for também apoio o regresso do Salazar. Mas só para isso. Depois podia voltar para o buraco de onde tinha vindo. Literalmente…).

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Caligrafia, Inc

Há algumas semanas fui ao médico e, ao sair, tive de assinar uns papéis. Ia eu a assinar quando a minha rica mãe decide tecer um comentário completamente despropositado sobre a minha caligrafia. Algo como “quando é que melhoras essa letra?” ao que a funcionária do consultório decide dizer “eles agora escrevem pouco, é só nos computadores e as caligrafias tendem a piorar”. Não sei se foram estas as palavras exatas mas a intenção era esta. Perante esta situação eu fiquei com vontade de agarrar na respetiva caneta e enfiá-la pelo nariz da funcionária obrigando-a a fazer uma operação semelhante à que me levou a ir àquela consulta. E qual a razão deste meu impulso (reprimido)?
Ao contrário do que a maioria das pessoas demonstra pensar, a minha caligrafia não é má devido às novas tecnologias. Não foi preciso os computadores ficarem na moda para a minha letra parecer ter sido feita por um macaco maneta com parkinson e cataratas. Eu comecei a aprender a escrever há quase 17 anos e desde que me lembro que a minha letra está no top 3 das caligrafias mais feias da turma, provavelmente nunca tendo saído do primeiro lugar.
Eu não tenho a letra feia por escrever muito mais no computador do que à mão. Eu escrevo muito mais a computador do que à mão porque tenho a letra feia.
Se eu tivesse uma letra bonita, todos estes posts geniais que vocês podem ler neste blog genial seriam fotografias de folhas com a minha letra espetacular com estes mesmos textos. Ok, talvez isso fosse ridículo. Mas não era, certamente, tão ridículo como o Kanye West a cantar a Bohemian Rhapsody dos Queen.


“Mas não tinhas nada mais interessante para escrever do que a tua caligrafia?” Não. Não tinha. E orgulho-me de escrever sobre a minha lendária caligrafia. 

sábado, 4 de julho de 2015

Em homenagem a um herói nacional!

Esta é a história de algo que muitas vezes nos acompanhou nos momentos mais solitários.
Estava eu a jantar quando tento visualizar uma série que comecei a seguir recentemente. O site dava erro. Com esperança pensei “lá está esta merda outra vez com erro”. Tentei várias vezes, mas o erro permanecia. Erro 504, se não me engano. Na minha ingenuidade pensei “agora não tenho nada para ver enquanto como por causa destes tansos que estão sempre com problemas no site”. Procurei a série noutros sites, mas nenhum tinha a qualidade e simplicidade já tão familiares no predileto.
Umas horas mais tarde veio a triste, triste notícia. O wareztuga tinha chegado ao fim. O nosso tão querido site de pirataria fácil e gratuita finalmente sucumbiu. É com pesar na alma que, por várias vezes, penso “Cabrões, agora que eu andava a seguir uma série brutal é que eles decidem acabar com a porcaria do site!”.
O nosso jovem companheiro teve fim com apenas 4 anos de existência. Uma carreira tão bem sucedida, mas, ainda assim, tão curta.
Já me aconselharam sites e programas semelhantes mas nenhum tem a simplicidade, velocidade e qualidade do defunto wareztuga.


Na Eterna Saudade de Fãs e Seguidores

WAREZTUGA




Agora a sério. Aquele site era das melhores coisas para pessoas preguiçosas e comodistas como eu. Poupava-me o trabalho de sacar o filme ou a série, ainda ir procurar a porcaria das legendas e, com azar, ter de as sincronizar com as imagens. E ainda por cima o motivo dos administradores para o término do site é “sucesso a mais”. Isto já quase faz lembrar a mãe do Cristiano Ronaldo que foi multada por excesso de dinheiro no aeroporto. Eu ainda estou com esperança que o dia das mentiras tenha sido mudado para 3/4 de julho (não, não é três quartos de julho. É mesmo três “barra” quatro).


Eu já não ficava tão frustrado desde que recebi as notas no fim do último semestre…

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Já tinham saudades minhas?

“Então o que é que se passa? Há tanto tempo que não fazes um dos teus posts que nós, teus fãs e seguidores, tanto gostamos de ler!” Pois é. Nesta última semana andei um pouco ocupado. Ainda dizem que vida de estudante é fácil. Tive um exame ontem (deveria ser “hoje”, mas como já passa da meia-noite fica “ontem”) e, como tal, só agora é que tive tempo para abrir o Word sem ser para estudar os resumos.

Nesta última semana muita coisa comentável aconteceu. Mas a mais falada é, sem dúvida, a legalização do casamento gay nos EUA. “Eh, que seca! Já está toda a gente está farta desse assunto!” E com razão, mas eu tenho que me atualizar. Mas também não me vou alongar muito. Vou só fazer uma pequena crítica à moda da foto de perfil do facebook com o filtro da bandeira dos gays. É estúpido e aposto que há pelo menos um otário ou outro que o fizeram sem saber o significado. E é isto.
Posso ainda falar de um outro assunto, também ele muito na moda. O gato das festas de S. João. Ironicamente, o meu último post foi precisamente sobre abandono dos animais. Em como isso era uma crueldade. E agora, como quem diz “vai levar nas nalgas que já és grande”, aparecem estes merdas com outra “tradição” espetacular. Já não bastava usar touros como almofadinha de agulhas, agora também se faz churrasco de gato vivo. É que nem os chineses fazem essa merda, e olhem que os chineses são uns variados! E como de costume há sempre os sábios: “É tradição!” “O gato nem sequer se queima!” Então claro que não se queima! Está dentro de um pote em chamas, ou lá o que é, mas não se queima.
Eu já uma vez falei disto num sítio qualquer e volto a falar. Eu sou a favor de voltarmos a abrir arenas e respetivos torneios de gladiadores. Era uma tradição tão bonita e não percebo porque é que acabaram com ela. Entretinha o povo, controlava a superpopulação (não, não é uma população com visão laser nem com poder de voar. É mesmo gente a mais), era um modo divertido de condenar pessoas à morte e ainda havia carninha fresca para os jardins zoológicos. Eram só vantagens. E, acima de tudo, o motivo mais lógico para se fazer: é tradição.
Quando eu penso neste tipo de “tradições” pergunto-me quem é que terá sido o idiota que se lembrou das inventar? “Oh pessoal, lembrei-me agora duma cena muita gira para fazermos todos os anos por esta altura. Vejam lá se não é alta ideia. Metemos um gato num pote, pomos o pote a arder, levantamos o pote bem alto, com uma grua ou coisa parecida, e no fim mandamos o sacaninha a arder por aí abaixo até ele bater no chão e acabar todo fod…” e depois, igualmente mau ou pior, foram os imbecis que disseram “bela ideia, bora fazer isso”.
E já algum de vocês tentou argumentar com alguém que defenda este tipo de “tradição”? É que eu já, e aposto em como conseguia obter respostas mais bem fundamentadas vindas de uma sandália velha.

Como, de momento, não me lembro de mais nenhum assunto que valha a pena e até já são quase 5 da manhã, vou ficar por aqui.

Agora vem a conversa cliché. Se gostaram partilhem, se não gostaram digam porque é que não gostaram, se acham que falta dizer alguma coisa façam favor de dizer, etc..