segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Foda-se!

Foda-se!
Um verbo que nos apoia nos momentos mais difíceis, permitindo-nos expelir parte da frustração que nos preenche. Um verbo que nos acolhe quando estamos desconsolados. Um verbo que partilha connosco as nossas maiores alegrias. Um verbo que está sempre lá para nós. Um verbo que, de uma forma ou de outra, tanto prazer nos dá. Um verbo, por nós, tantas vezes insultado.
Pois é, meus amigos. Um verbo, cada vez mais, conjugado de forma escrita, ofendido pelos labregos desta vida que, por coincidência ou não, são os que mais uso fazem do mesmo. Passo a mostrar o que pretendo:

“Fodasse, vai-te fuder!”

Esta frase demonstra tudo o que há de mal no uso deste vernáculo, de forma escrita, nos dias de hoje. Qualquer um dos dois é a conjugação de um verbo. O verbo “foder”. Este verbo, como podem ver, termina em “ER”, o que significa que o mais parecido com “fodasse” que existe é “fodesse” (como em “Rezei para que ele se fodesse à grande”). Neste tempo, a terminação “asse” seria para verbos terminados em “AR” – tais como julgar (julgasse), atacar (atacasse), atrofiar (atrofiasse), cagar (cagasse), etc. – e não para quaisquer outros verbos regulares.
Passemos ao segundo erro. Ora vamos pensar durante dois segundos: Já alguma vez viram/ouviram alguém a dizer “fuda-se”? Não, pois não? Então porque é que “foder” havia de ser escrito com “U”? Não faz grande sentido, pois não? Eu, pelo menos acho que não.

Como podem perceber, a frase escolhida não é dita por ninguém com um mínimo de capacidade comunicativa. Qualquer doutor preferiria uma das expressões “Foda-se, vai p’ó caralho” ou “Caralho, vai-te foder” em detrimento da enunciada “Foda-se, vai-te foder” (aqui ortograficamente correta). “Foda-se, vai-te foder” demonstra uma certa redundância de pensamento, característica essa, comum em pessoas de baixa capacidade intelectual, pessoas essas que escreveriam “Fodasse, vai-te fuder”, ou até mesmo “Fodasse, vaite fuder”.

A todos aqueles que apreciam o quanto este verbo nos é querido, por favor agradeçam-lhe todo o seu apoio. Não o escrevam mal. Escrever mal uma palavra que tanto nos ajuda é como eu ir agradecer ao meu grande amigo Lopo pela ajuda que ele me deu com a tese de fim de mestrado e ele me responder “o meu nome não é Lopo, é Dagoberto”.

Seria chato…

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Se és religioso, desculpa...

A religião é uma farsolice! Já pensaram bem?
Para bem deste texto vamos todos assumir que Deus realmente existe e que as religiões estão corretas. Todas elas. Vamos explorar este assunto sem ter em conta quaisquer contradições entre religiões e crenças.
Imaginem um gajo extremamente bondoso, amigo dos outros, simpático, filantropo – mesmo que não tenha muito para dar – honesto, humilde, e todos esses clichés. Qualquer pessoa avaliaria isto como alguém digno e merecedor de ir para o céu/paraíso/seja onde for de bom. MAS! Esse gajo pinou com uma gaja e não eram casados… Inferno com ele. Ambos consentiram o ato, ele nem sequer era comprometido com outra mulher nem ela com outro homem, ambos tiveram imenso prazer no que fizeram, não prejudicaram nem magoaram ninguém. Mas como não assinaram contrato, vão os dois para o inferno que é para não serem espertos. Vão para o inferno, ou são destruídos, ou têm qualquer outro destino não muito agradável aos olhos de alguém que goste de viver. “Ah, mas isso foram leis impostas para proteger os humanos de doenças sexualmente transmissíveis!” Meus amigos, os preservativos fazem essa merda há anos e não mandam ninguém para uma fornalha ardente para o resto da eternidade!

Mateus 5:28 diz qualquer coisa como: se olhares para uma gaja que não seja a tua e ficares de pau feito porque te armaste em porco e te puseste a imaginar coisas que não devias com a senhora, já estás a praticar adultério no teu coração!
O que é que isto quer dizer? Que se bateres uma a pensar numa gaja que não seja a tua (NO PAPEL! NÃO É CÁ ESSAS MODERNICES DOS NAMOROS) já estás a pecar…
Mas isto é para quê? “Ah, é indecente pensar numa mulher nesses termos…” Indecente? Indecente é andar a cuscar onde é que um gajo mete a pila ou deixa de meter e em quem é que pensa quando se masturba! Isso é que é indecente! (Quem diz um gajo, diz uma gaja…)

- NÃO TE DEVES MASTURBAAAAAAR!!!! *voz trovejante*
- Mas porquê?
- PORQUE SENÃO MOOOOOORRES!!!
- Morro? Mas morro porquê?
- PORQUE EU TE MAAAAAATOO!!!

Mas que raio de lógica é esta?
Já para não falar no tremendo machismo que esta passagem apresenta. Então e as senhoras? Já podem cobiçar homem alheio? Já não vão para o inferno por causa disso? Ou senhora nem olhar para homem alheio pode? Qual é aqui a situação?

“Ah, e tal, os homossexuais vão todos ser destruídos, e o catano…”
Mas qual é a questão? Por meterem a pila dentro uns dos outros? Quem é que quer saber dessa merda? Eles estão a magoar alguém? Quanto muito magoam-se uns aos outros no rabo, mas isso também os casais heterossexuais fazem…
“Isso é anti natura!” Também um carro à prova de bala chamado papamobile é anti natura e ninguém diz que o papa vai para o inferno por causa dessa merda… A homossexualidade são só os anticorpos do planeta Terra a fazer com que nós paremos de nos reproduzir porque somos uns parasitas que aqui andam.

“SE NÃO ME AMARES E ADORARES EXCLUSIVAMENTE DESTRUO-TE/PEGO-TE FOGO!” quer dizer, se for eu a dizer isto a uma gaja, sou possessivo, ciumento, doentio e ainda me acusam de ameaça à integridade física dela ou qualquer coisa assim parecida, como é Deus a dizer, bora lá adorá-lo que é um Deus bondoso e misericordioso… Misericordioso sou eu, que tenho um cabrão dum gato que me acorda com beijos na boca e não enfio com ele no forno aceso acusado de zoofilia inversa!

E os meninos que mandaram os aviõezinhos contra as torres gémeas? E os que estouraram com o Charlie Hebdo?

Deus: Estás a ver aqueles filhos da puta todos?
Terrorista: Sim, o que é que têm?
D: Arrebenta com aquela merda toda e eu deixo-te ir para o paraíso com 7 virgens só para ti!
T: 7 virgens? Tu já alguma vez desvirginaste uma gaja? Aquela merda do espirito santo é treta! Estou a falar de seres tu a fazê-lo, sem ajuda de ninguém. Já? Sabes a trabalheira que é desvirginar só uma? Não deves saber, para me estares a querer dar 7! Vai lá tu marrar com os cornos para eles morrerem que eu tenho uma vida santa aqui na terra!
D: Se não fores vais para o inferno com 7 africanos pixudos e fazes tu de virgem…
T: Então e achas que dá para rebentar com as duas torres com o mesmo avião ou é preciso um para cada?


Como devem perceber há aqui mistura de crenças e fés. Mas para bem do humor vamos só apreciar o quanto eu não vou ser morto por algum crente pelo simples facto de não ter visibilidade suficiente para isso e ignorar o resto.

domingo, 3 de setembro de 2017

Criança até morrer!

No meu tempo de criança as brincadeiras eram muito à base de jogar à bola, à apanhada, ao lenço, à pata choca, etc.. Lá havia um puto ou outro no recreio com um Gameboy, mas pouco mais. Era tudo muito à base de atividade física. “Lá vem outro com a conversa de que os anos 90 é que eram bons e que agora os putos só brincam com tecnologias…” Enganam-se! Desta vez a questão é outra.
Para quem não sabe, eu segui carreira no desporto (licenciado, não sou desses abençoados com pezinhos/mãozinhas de ouro que ganham milhões…) e é disso que quero fazer vida. E o que é que uma coisa tem a ver com a outra? Eu explico: Estão a ver a parte da vida duma criança em que ela deixa de querer jogar à apanhada e passa a querer memorizar as particularidades electocardiográficas, interespecíficas, contidas naquilo que apenas consigo descrever como "quadros" mnemonicofóbicos, cuja capacidade de repulsão cerebral é apenas equiparável à repulsividade hídrica encontrada nos ácidos gordos de membranas fosfolipídicas? Estão? Pronto, passou-me um bocado ao lado. Quem diz memorizar as particularidades electocardiográficas, interespecíficas, contidas em "quadros" mnemonicofóbicos, cuja capacidade de repulsão cerebral é apenas equiparável à repulsividade hídrica encontrada nos ácidos gordos de membranas fosfolipídicas, diz querer sintetizar sequências de ADN para construírem vetores, modificando genes in vivo e in vitro, manipulando expressão genética e assim alcançarem a criação de organismos geneticamente modificados ou, até mesmo, verificar se um erro-vício, que é uma representação deficiente acerca de uma qualidade do objeto do negócio jurídico, foi induzido intencionalmente, e portanto estamos perante dois vícios da vontade que são o erro e o dolo, sendo que o erro releva como causa de anulabilidade se for essencial e próprio e se, tratando-se de um erro sobre o objeto, o destinatário da declaração conhecer a essencialidade do elemento sobre que incidiu o erro; e que o dolo releva como causa de anulabilidade da declaração se for essencial, no qual se não houvesse vício nunca se teria emitido a declaração de vontade, e malus/ilícito.

(- Epá, este gajo até é inteligente e culto! – Pensam vocês.
- Não, minha gente… quem tem internet tem tudo.
- Mas soubeste pesquisar e conseguiste encontrar conteúdo adequado e bem fundamentado para sustentares o teu texto!
- Errado outra vez. Usei a net para pedir ajudar a pessoas mais qualificadas que eu em cada uma das áreas referidas…
- Então és só um burro com amigos…
- Sim…

Continuando…)

Onde é que eu quero chegar com tudo isto? Ao seguinte facto: ainda hoje, se me perguntarem se prefiro praticar alguma atividade de cariz intelectual ou jogar à apanhada, eu continuo a preferir jogar à apanhada. Mas sem qualquer tipo de ponderação prévia. É direto!
É que um puto querer ir para engenheiro informático porque quer fazer jogos de computador, ainda se percebe… (é claro que a maioria desiste quando começa a ver as linhas de código a sugarem-lhes a vitalidade pelos olhos e acaba por se dedicar antes às linhas de coca) jogar computador/consola é fixe, logo fazer jogos também deve ser! Mesmo que se tenha que vender a alma ao Diabo para conseguir concluir uma licenciatura que dê acesso e conhecimento para tal profissão.
Agora, licenciaturas como Administração Público-Privada, Biologia Celular e Molecular, Engenharia de Micro e Nanotecnologias, Engenharia de Polímeros, Engenharia Mecatrónica ou qualquer outra merda que tenha “engenharia” no nome, dão-me ansias de preguiça e convulsões de procrastinação! (Esta última engenharia parece fundada para criar e sustentar uma nova raça de Transformers! Mecatrónica… porra!).

Dada toda esta vontade de jogar à apanhada, fui para Desporto e Lazer – que foi o mais perto disso que encontrei – e lá joguei à apanhada com as notas durante 3 anos: Elas fugiam e eu corria atrás delas meio a cambalear e de vez em quando a tropeçar e a dar com os cornos num exame por ter chumbado à cadeira por frequência. Foram 3 anos bem passados…



Mas agora a sério, a apanhada é um jogo muito menosprezado…