domingo, 31 de julho de 2016

Santa Privacidade

Uma grande questão que assola a humanidade é o que é que nos acontece depois de morrermos: reencarnação, céu e inferno, se ficamos na terra a assolar os vivos, vazio total, etc..
Uma coisa que todos nós gostamos de dizer em situações importantes das vidas de quem nos rodeia quando essa pessoa tem um ou mais entes queridos falecidos é “esteja onde estiver ele/a está contigo/está a observar-te e está muito orgulhoso/a”. Coerentemente, se dizemos isto aos outros, é porque acreditamos que o mesmo se passa connosco e os nossos entes queridos já falecidos. Agora peço-vos que pensem um pouco: se quando fazemos algo de importante nas nossas vidas eles nos estão a observar, será que não estarão também durante o resto do tempo? Será que apenas escolhem ver os momentos gloriosos e não dão uma espreitadela quando estamos a dançar ou cantar sozinhos à frente do espelho com uma escova do cabelo a fazer de microfone? E quem diz os nossos familiares e amigos que já morreram, diz os nossos inimigos que já morreram. Imaginem aquela pessoa, que até não gostavam muito, a observar-vos enquanto estão a praguejar e vermelhos que nem tomates porque o cocó está muito duro e não quer sair. Ou até mesmo quando estiverem a dar a brelaitada das vossas vidas e parecerem babuínos tresloucados a gritar todo o vosso deleite cá para fora. Aposto que se alguma vez acreditaram que os vossos familiares e amigos vos estão a observar, nunca mais vão fazer nada privado completamente à vontade, depois de verem as coisas desta forma.
“Mas mesmo que assim seja, nós estamos vivos e eles estão mortos. Não há interação entre nós e eles, por isso nem sequer há com que nos preocuparmos”. Primeiro: se tiverem um stalker que vos anda a espiar também não há interação e é absolutamente perturbador; segundo: e quando vocês morrerem? Como é que vai ser encarar as caras conhecidas sabendo que eles vos viram a fazer tudo e mais alguma coisa enquanto eram vivos?
Das duas uma: Ou no “outro mundo” já toda a gente é extremamente mais avançada e mente aberta às coisas estranhas uns dos outros, ou quando lá chegarem (sim, vocês homens que se vestem de mulher e vocês mulheres que saltam em tronco nu à frente do espelho para verem as gémeas a saltitar) vão ser o motivo da chacota lá da zona. E olhem que já morreu mesmo muita gente, portanto vai ser MESMO humilhante…

Isto sou só eu a ser amigo e a avisar-vos para essa pequena hipótese de desfecho final da vida humana como a conhecemos. Agora cada um faça como quiser. Depois não digam que ninguém vos avisou.

domingo, 24 de julho de 2016

Pokémon Go!

Pokémon Go! E agora, aqueles que não me conhecem assim tão bem estão na dúvida: Será que ele vai dizer mal? Será que vai apoiar? Sou bué misterioso, eu. Mas é mesmo só para os que não me conhecem bem, porque os que conhecem sabem perfeitamente que já tenho aquilo instalado no telemóvel e ando feito tonto pela rua a ver de bichinhos virtuais. Bichinhos virtuais esses que tantas manhãs me entretiveram, a mim e a tantos outros milhares de crianças que agora têm mais de 20 anos e andam por aí a fazer a mesma figura que eu.
Um jogo com estas dimensões já seria de esperar que causasse grande polémica. Muitas críticas e muitos julgamentos da parte de quem não se identifica com o jogo e, claro, muita gente a defender a qualidade e vantagens do jogo. Então vamos lá analisar as coisas e dizer o que já toda a gente disse: Dantes, os pais queixavam-se “estás sempre enfiado em casa a jogar computador/consola já nem te deves lembrar de que cor é o céu”, agora queixam-se “ando por aí na rua é só tontinhos com os telemóveis na mão à procura daqueles bonecos virtuais”. Vamos a analisar isto como deve ser e há aqui uma certa falta de coerência. E agora alguém diz “Então e porque é que não deixam de jogar jogos virtuais de uma vez? Assim as pessoas já não se queixavam!”, mentira. As pessoas arranjam sempre maneira de se queixarem. Mas, pondo as queixas de parte, os jogos virtuais estão a ganhar cada vez mais poder como forma de entretenimento e já há gente a ganhar milhares (se não milhões) por jogar em grandes competições dos mesmos. “Então se é assim porque é que vocês não vão também para essas grandes competições?” da mesma maneira que por eu ir jogar à bola com uns amigos ali para o ringue da vila não me dá aptidão para ir jogar pelo Benfica ou pelo Sporting. E já estou a sair completamente do contexto pretendido, mas esta temática dá-me vontade de bater em pessoas e, para não bater em pessoas, escrevo sobre o assunto para ver se me acalmo.
Voltando ao assunto Pokémon Go. Falando das vantagens do jogo, opiniões à parte: Sabem aquele jovem que realmente está sempre em casa, normalmente no computador, e nunca sai, mas porque não tem qualquer interesse no mundo exterior? De um modo geral essas pessoas têm um reduzido número de amigos e todos se encaixam na descrição acima relatada. Este jogo está a puxar essas pessoas para fora de casa. Está a fazer com que crominhos do PC e os brutamontes do desporto (falando nos estereótipos extremos) tenham um assunto em comum para usarem como tema de conversa e, quem sabe, a partir daí descobrirem mais interesses partilhados que até agora não tinham como descobrir. Esta parte é apenas em termos de socialização. Agora vamos para a saúde física. Estão a ver os tais jovens sempre em casa, etc. etc., tirando os que têm a sorte de ter uma boa genética (e mesmo esses) já pensaram em como aqueles corpinhos devem estar enferrujados e cheios de porcaria lá dentro? Este jogo obriga os interessados a saírem de casa e andar se quiserem alguma coisa feita. “Mas para os que têm a carta ou amigos com carta acabam por não fazer nada”, dirão os leigos na matéria. O jogo tem objetivos que apenas podem ser cumpridos com baixas velocidades, ou seja, se forem de carro o jogo manda-os ir levar na anilha que já têm idade.
Além de tudo isto, ainda há um fator cultural. O jogo usa pontos (normalmente) turísticos (monumentos, edifícios municipais e outros locais considerados importantes) como Pokéstops que são sítios ondem se podem ganhar itens para um bom aproveitamento do jogo.

É claro que também sei reconhecer as desvantagens do jogo, pelo menos as maiores: é que, como em tudo, há extremismos e certos “treinadores” de Pokémons esquecem-se de ver por onde andam (causando acidentes a si próprios e aos que os rodeiam) e, pior que isso, os que partem para a violência sem qualquer necessidade disso. Neste último caso já sou da opinião de lhe carimbarem a ferros quentes na testa “POKÉSTÚPIDO”. Assim as pessoas já sabiam o que esperar de tais pessoas.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Homossexualidade e outras doenças sexualmente transmissíveis

“Eh, que besta ignorante! Em pleno século XXI já toda a gente sabe que a homossexualidade não se transmite sexualmente e nem sequer é considerado uma doença!” Será a reação dos juízes da internet. E com toda a razão. A questão é: títulos estúpidos atraem gente como vocês e isso é publicidade gratuita. Mesmo que nem cheguem a abrir o texto para ler.
Este texto vai ter como alvo uma questão bastante falada nos últimos anos e, como tal poderia gerar alguma controvérsia, caso houvesse gente suficiente para isso a ler isto. Coisa que não há.
Hoje em dia a homossexualidade já é aceite em quase todo o lado. Casais homossexuais podem casar e adotar filhos e, com jeitinho, até podem andar na rua de mãos dadas sem serem alvo de chacota por parte dos restantes cidadãos. Até aqui tudo bem. Agora vamos para a parte da controvérsia. Que sejam ajustadas as coisas para que cidadãos homossexuais tenham direitos iguais aos outros, tudo bem. Não concordo é quando me dizem que a homossexualidade é normal. A homossexualidade é tão normal como a zoofilia ou a atração sexual por crianças. “Já estás a ser labrego e a comparar coisas que não têm nada a ver!” ai não? Já ouvi muita gente dizer “para mim, ser gay é uma característica como a altura ou a cor dos olhos de uma pessoa. Tu não escolhes como nasces” e têm toda a razão no que estão a dizer, mas acham que os zoófilos e os pedófilos escolheram gostar de ir ao rabinho a cães e crianças, respetivamente, em vez de a pessoas da idade deles? Eu cá, acho que não. Obviamente que não estou a dizer que por isso se deve aceitar e legalizar esse tipo de relações. Isso seria uma imagem bastante perturbadora de se presenciar. Mas não me venham dizer que a homossexualidade é normal e a pedofilia (espero que, quando eu digo pedofilia, as pessoas percebam que me refiro à atração sexual por crianças e não ao ato de lhes comer o cuzinho em si) e zoofilia não são. Tem de haver um consenso: ou é tudo normal e compreensível (volto a frisar: compreensível a atração, não o facto de se ser fraco e ceder à tentação), ou é tudo um distúrbio sexual.
Vá, digam lá: “És uma besta homofóbica, preconceituosa e retrógrada que devia viver no século XV!” Pronto, estão contentes?


P.S.: Há sempre a teoria da homossexualidade ser a forma da Natureza se defender da população a mais e, contra essa, nada tenho a argumentar.