quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Uma viagem à volta do meu nome 2

Afonso Luís Inácio Bonito. Desta vez o objeto de observação é outro. Afonso. E esta é uma mensagem para todas as futuras mães para que pensem bem no nome que deverão dar às suas crias.
Apesar de gostar do nome Afonso, foi nome que de bom pouco me trouxe. Na escola chegava a ser frustrante.

Prof.: Vai ser um trabalho de grupos.
Turma: YEY
Prof.: Os grupos são por ordem alfabética.

E lá ficava eu com um grupo só de Anas… Que, numa turma de 25, chegavam a ser 53.
Depois, uma coisa muito gira, que eram os testes. Eram entregues por ordem alfabética. Tudo muito bem. Mas só os podíamos virar quando a turma toda tivesse teste, ou seja, era igual. No fim, eram recolhidos por ordem alfabética mas aí toda a gente cagava para o pousar a caneta para haver igualdade. E pronto, lá ficava o Afonso com menos tempo para acabar o teste do que os outros.
Mais tarde no ensino superior também era muito giro. Testes orais e avaliações práticas também era sempre eu que ficava nos cornos do touro. Claro que, se chegasse cá fora e não dissesse o que se tinha passado lá dentro, deixava de ser o Afonso e passava a ser o Filho da Puta (talvez assim passasse a ficar no meio da lista). E assim todos já sabiam mais ou menos ao que iam quando entravam. Todos menos o Afonso e os do grupo dele.
Claro que sempre pensei que isto na idade adulta tivesse os seus privilégios. E qual não é o meu espanto quando não há um único estabelecimento em que o atendimento seja feito por ordem alfabética! Nem um! Ou por ordem de chegada, ou o raio das grávidas e dos velhos! Mas isto é o quê? Anda um gajo uma vida académica inteira a ser o primeiro em tudo e mais alguma coisa para depois chegar ao mundo real e ter de esperar na fila como os outros?!


Claro que um gajo chamar-se Zacarias também não é nada bom. Já o pessoal se foi todo embora porque fez a oral e ainda lá está o desgraçado, farto de ouvir que perguntas se fazem lá dentro, à espera que seja a vez dele para também poder ir embora. Portanto, nem oito nem oitenta. É tudo uma questão de bom senso e equilíbrio.