terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Quando uma barba deixa de ser masculina!

Passeava eu pela internet quando algo me chama a atenção:

Link> Entrevista <Link


Mas que merda é esta? Isto agora é assim? Já é para qualquer um? Agora apetece-me uma barba, vou ali à Implantes & Companhia e pronto, já está.
Isto é o reflexo do degredo da nossa sociedade! Agora já não é preciso esperar uns longos 20 e tal anos para se poder ter uma barba decente (20 e tal anos muitas vezes a partir do momento em que começam a ter o típico buço)… Vai-se ali à clínica da esquina e toma lá cabelo da zona occipital para fazer de barba.
Isto tira todo o mérito aos verdadeiros homens que se esforçam e esmeram por uma VERDADEIRA barba. Se a barba dantes era um símbolo de virilidade, agora é um símbolo de dinheiro, paneleirice e falta de bom senso. É que isto não vai denegrir apenas os que o fazem. Isto espezinha completamente qualquer um que realmente tenha tido a paciência que a sua barba viesse ao de cima naturalmente! Imaginem vocês, que são verdadeiros homens com uma verdadeira barba e que alguém vos aborda na rua devido à magnificência da vossa pilosidade facial. E entretanto pergunta: “Isso é natural ou fizeste implantes?” Isto é completamente ultrajante! O problema é que, a partir de agora, é uma pergunta legítima.
E como se isto não fosse já mau o suficiente, a senhora da clínica que está a ser entrevistada ainda diz com todo o seu ar de Cascais: “Nós já tivemos aqui um paciente, que tinha feito laser na face já há uns anos, porque não queria ter barba e depois agora com a moda da barba veio repor barba connosco”. Mas isto é o quê? Que putinha foi esta que fez a barba a laser (só por aí devia levar um par de murros nas ventas) e agora, como é moda, foi pedir implantes? Uma coisa eu lhe gabo: a cara de pau para voltar lá a pedir para repor a barba que tinha pedido para eliminar anteriormente. Mas era agarrar num pé-de-cabra e dar-lhe com ele no focinho até lhe crescer a barba.
Eu sei que, se calhar, sou um mau exemplo (eheh, mau exemplo) para falar, visto que pareço um vagabundo e não me visto particularmente bem, mas ir fazer implantes de barba e dizer que é porque está na moda ter barba, é de uma futilidade e mesquinhice soberbas. Obviamente que também não podíamos esperar muito mais de um “Danny”, mas por favor. Implantes na barba. Ainda não estou bem a acreditar nesta merda. Isto compreender-se-ia no caso de transsexuais. Devido à não naturalidade do seu género, pode haver dificuldades no crescimento da barba, e aí, sim senhor, um implante de barba seria aceitável. Já que é para transformar, transforma-se tudo até ao fim.

Ainda sou do tempo em que quem queria uma barba rapava a pouca que tinha até já não haver o que rapar na esperança que esta, quando voltasse, voltasse mais forte. Queríamos uma barba viril? Esforçávamo-nos para a ter. Tínhamos de ter paciência. Uma barba era sinal de paciência. Se uma mulher via um homem com uma barba farta sabia que ali iria encontrar um parceiro calmo e paciente. Com qualidades suficientes para a conseguir compreender e reconfortar nos seus momentos mais amargurados. Agora, quando uma mulher vê um homem de barba, tanto pode ser isso como pode ser um puto mimado que não lhe apeteceu esperar e teve de ter o que queria à força. 

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

A tua comida é a comida da minha comida

No passado dia 22 de novembro, deparei-me com algo, no facebook, cheio de potencial para um bom post de blog e, não sei porquê, em vez de o aproveitar logo, decidi antes dar a outros para que o aproveitassem (mandei um print screen da cena para uma página de facebook que costuma postar situações caricatas como esta). Hoje, dia 28 de novembro, às 3 e tal da manhã, apercebi-me que podia agarrar no tema e esventra-lo eu mesmo. Isto é o que dá ficar acordado até tarde a ver merda na internet.

Aqui vai:



Qual é a vossa opinião sobre isto? Exato! Não interessa porque o blog é meu, logo a opinião que interessa aqui é a minha. E eu vou exprimi-la agora mesmo: é parvo!
“Lá estás tu com os teus radicalismos em relação a coisas que não concordas…” Pois é. Mas eu justifico-me. Não venho para aqui ser radical só porque está na moda. Vou tentar mostrar todos os argumentos “contra” possíveis.
Comecemos pelas razões que levam alguém a ser vegetariano: Não apoiar os maus tratos a animais; alimentação mais saudável; não gostar de carne nem peixe (nem derivados, no caso dos vegans).
Ditos os possíveis motivos (e, por favor, enumerem-me mais se se lembrarem) vamos analisá-los cuidadosamente:

Não apoiar os maus tratos a animais: Sim senhor. Têm todo o meu apoio se é esta a causa que vos motiva. Eu não o faço, talvez hipocritamente, mas apoio totalmente a quem o faz.
E se apoio porque é que estou, então, a criticar este grupo? Ora vamos lá ver, se não comem carne porque não querem financiar e incentivar os maus tratos feitos aos animais em questão, não é um bocadinho parvo estarem a dar dinheiro a uma empresa que se sustenta na venda de carne? Mesmo que seja a comprar hambúrgueres vegetarianos? Eu acho que essa é capaz de não ser a melhor estratégia.

Alimentação mais saudável: Aqui não demonstro qualquer apoio porque não é a retirar a carne e o peixe do menu que se vai conseguir uma alimentação mais saudável. Mas pior que isso é ser-se vegetariano porque se quer ser mais saudável e ir comer ao McDonald’s. Isso não é ser hipócrita, é ser estúpido.

Não gostar de carne nem peixe: Então por alma de quem é que estão a pedir que falsifiquem usando comida de vaca, algo que é originalmente feito de carne? Se não gostam de carne, não chorem por algo parecido com carne mas feito de pasto!


É já quase um ditado popular o seguinte saber: “Ir ao Mac e pedir uma salada é o mesmo que ir às putas e pedir um abraço”. Agora começa a ser “Ir ao Mac pedir um hambúrguer vegetariano é o mesmo que ir às putas ver de uma boneca insuflável”.

sábado, 26 de novembro de 2016

Black Bieber

Eu sei que é uma comparação cliché e que já foi feita por outros, mas a sério, o que é que é pior? O apocalipse que é a Black Friday nos Estados Unidos, ou o acampamento cigano que foi feito para o concerto do Justin Bieber? Eu sei que, além de cliché, já venho um bocado fora de horas, mas por favor…
Vamos começar por analisar a sexta-feira negra (prefiro chamar-lhe assim): Vamos lá a ver… Aquilo é uma cambada de hipócritas. E porquê? “Deixa-me cá ir à sexta-feira negra que as coisas estão baratas e roubar ou comprar coisas no mercado negro é crime. Olha um puto com o iPhone que eu queria na mão! *biqueirada na boca do puto* Este já é meu! #fácil”. Percebem onde eu quero chegar?
Acho que não preciso dizer mais nada em relação a isso.
Acampamento cigano. Bem. Eu acho piada gozar com os americanos, porque são burros, fazem figuras tristes, são um povo com tradições pouco saudáveis e que vão buscar o que de mais selvagem há no ser humano, etc.. E depois vejo notícias sobre pessoas do meu país que acamparam de segunda a sexta à porta da MEO arena para poderem estar na fila da frente de um espetáculo do Justin Bieber. O que é que vocês acham que isto faz ao pouco amor patriótico que eu poderia ter? E, se isto já é mau, sabendo que essas mesmas pessoas estão a faltar a aulas para isso, dá-me vontade de chorar, no sofá, enquanto como gelado de uma balde de quilo com uma colher de sopa e me assoo à manga.

E, quem se riu quando uma menina se mostrou desapontada porque não havia condições, ponha a mão no ar. Realmente, que país mais atrasado, o nosso! Nem sequer há condições para as pessoas fazerem uma fila de espera de 5 dias no meio da rua. Isto há com cada coisa.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Publicidade enganosa

Gente, hoje vamos falar de publicidade enganosa: travestis! “Isso é homofobia!” Não, não é. Porque se fosse, querer que o meu hambúrguer do McDonald’s seja minimamente parecido ao do placar, também é.
Deixem-me explorar melhor o assunto: Imaginem um gay. Que se veste à gay, que fala como um gay, que se mexe com tiques gays. Em casos extremos, pode ser bastante irritante. Mas nunca vos faz pensar “que ganda gaja!”. Mas com os travestis a conversa já é outra. Para começar, eu nunca percebi muito bem a cena dos travestis. Eles são gays? São hétero? Gostam de se vestir de mulher porque se sentem bonitos? Gostam de trazer ao de cima o seu lado mais feminino e excitam o seu lado mais masculino com isso? Não entendo, mas aqui o ponto também não é esse. Os travestis são publicidade enganosa da mais perigosa que por aí pode haver. É claro que há sempre as matrafonas que, ainda nem percebemos que estão vestidos de mulher, e já percebemos que são homens. Mas há travestis mais “femininos” e bem arranjados, que muitas mulheres. E isso irrita-me. Sinto-me enganado e manipulado. Já toda a gente conhece a velha história do garanhão que foi sair à noite, engatou uma gaja e quando chegou ao quarto o jantar era alheira. Mas agora vamos falar de algo menos drástico, que já aconteceu comigo e, certamente, com tantos outros homens.
Estava eu a vaguear pelos caminhos matreiros da internet, quando me deparo com um espetacular cosplay (não sabem o que é? É preciso repetir o que têm de fazer? A cena do ir ao Google, e assim? Vá, já são crescidinhos) de princesa da Disney. Bonita, feminina, bem maquilhada, e com diversos cosplays todos nesse tema (princesas da Disney). Continuo a ver o post e chego à parte em que o autor do mesmo decide informar os leitores que aquela pessoa tem uma pila debaixo das saias. Tal como já disse, senti-me enganado e manipulado. A liberdade de expressão é muito bonita, mas já dizia a canção “Josezito, já te tenho dito que não é bonito andares-me a enganar”.

“Então e os gays que não parecem gays?” Aí também é publicidade enganosa mas já não é um problema que me afete ou incomode, portanto não me vou pronunciar. “Então e as lésbicas que não parecem lésbicas?” Essas podemos compara-las àquelas pastelarias que têm montras carregadas de bolos apetitosos, e depois quando entramos para perguntar o preço de um bolo especialmente ‘charmoso’ o empregado nos diz que são só para exposição. Dá vontade de dar chapada mas como não podemos tentamos auto consolar-nos olhando e pensando “que desperdício”. 

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Uma Mala

Olá, olá! Há tanto tempo!
Comecemos então pelo princípio (frase estúpida, não é? Claro que é): eu andava já há uns tempos para escrever qualquer coisa sobre malas de mulher a ocupar lugares para as pessoas se sentarem. E depois pensei “se calhar sou o único a embirrar com isso, mais vale estar quieto”. E eis que hoje de manhã, na rádio Comercial, estava a dar uma rubrica, ou coisa parecida, onde os participantes da mesma falavam de coisas que os irritavam. Qual não é a minha surpresa quando o César Mourão fala precisamente desse assunto e todos os homens em estúdio concordam (e a única mulher discordou, como seria de esperar). Como tal, vou aproveitar esta onda involuntária de motivação e fazer a minha própria queixa. Vamos a isso.
Vou começar por uma coisa que foi dita nessa mesma rubrica pelo Nuno Markl, salvo erro: “Por algum motivo se chama ‘ASSENTO’ e não ‘apoio para malas’” (não sei precisar se foram estas palavras, mas a ideia foi esta). Pois é. Os sofás, bancos, cadeiras, poltronas e restantes objetos semelhantes servem para ter pessoas em cima! Rabos! Não é malinhas. Mas o pior nem é isso! O pior, é que se nós, homens, precisamos de sítio para nos sentar e não há mais nenhum sem ser onde está a puta da mala, as meninas ainda ficam chateadas porque agarrámos naquela porcaria e a pusemos no chão. Porque as malinhas das senhoras não se podem sujar. Levam toda a merda lá dentro, mas pousar a basezinha no chão é que não que pode apanhar alguma infeção.
“Mas quando é para levar as vossas coisas que não querem levar nas mãos ou nos bolsos já dá jeito, não é?” (confesso que este ‘contra’ foi inspirado no que a dita senhora da Comercial disse. Vanda, se não me engano). E o que é que o cu tem a ver com as calças? Se calhar também vou ter de começar a ceder o meu lugar sentado ao senhor cabide porque ele me segura nos casacos! Por falar em cabide, sabem onde é que podem pôr as malinhas visto que não as querem pôr no chão? Exatamente! Na sanita! (Estou a brincar, é mesmo no cabide. Foi parvo, eu sei. Já passou. Desculpem).
E a história do cabide é já a ser compreensivo e simpático. Porque a questão não é “Se não queres pôr no chão, põe no cabide”. A questão é “porque raios é que não queres pôr esse saco do lixo às flores no chão?”. A mala não se constipa porque o chão está frio, não apanha infeções por estar em contacto com o lixo, não vai sujar ninguém porque ninguém vai andar a mexer na base de uma mala só porque sim, não vai choramingar porque prefere estar no sofá ao lado da dona, não vos vai empurrar da cama durante o sono para se vingar, não se vai recusar a dar-vos o que tem dentro também para se vingar… Eu não percebo qual é o vosso problema! “Mas suja-se e fica feio. E se for uma mala clara, nota-se muito a sujidade” Mas quanto é que vocês medem? Dois metros e meio? Quem é que vos vai andar a olhar para a parte de baixo da mala? Trabalham nalguma instituição de apoio a anões? Aliás, anãs? Porque os anões homens estão-se pouco cagando para se a vossa mala está suja ou não. Eles querem é sentar-se na porra do banco que está ocupado por ela.
Eu até inventava umas bases para as malas para não se sujarem quando são postas no chão, mas mais cedo ou mais tarde as mulheres iam deixar de as pousar no chão porque também se sujavam e depois era feio ter uma "base-para-mala" suja.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Make America Great Again!

O Trump é presidente dos Estados Unidos da América. Olha que lindo serviço. Isto é o que dá ter, no mesmo país, um dos maiores poderios nucleares do mundo e o povo mais estúpido que já alguma vez pisou o planeta. Agora temos um gorila cor-de-laranja com poder para nos mandar a todos co caral…. Bom, isso também não é o que mais interessa. Querem saber porquê? Eu digo-vos.
Para introduzir o tema, vou começar com uma das típicas observações do contra: “Vocês estão todos preocupados por causa do Trump ser presidente. Ainda não perceberam que ele não manda nada? Todas as decisões dele têm de ser aprovadas por um grupo de pessoas que são os que realmente mandam, e esses ninguém os elege!” (isto foi uma compilação de opiniões que vi na net, juntamente com alguma imaginação minha para dramatizar a cena.) Vamos então assumir que isto até é verdade. O Trump não manda. Só há um pequenino pormenor insignificante que todos ignoram: os apoiantes dele não sabem disso e eles chegam perfeitamente para estragar a vida a muita gente. E o que é que eu quero dizer com isto? Imaginando que vocês são lentinhos e não perceberam o que eu queria dizer, eu explico minuciosamente: Os americanos, auto proclamados povo livre, são racistas pa’ Hitler. Sendo os americanos racistas e sentindo-se apoiados pelo próprio presidente, vão ganhar “força” nas ruas. Quando eu digo “vão” quero dizer “já o estão a fazer”. Ou seja, já existem pessoas a serem vítimas de ataques físicos e verbais só porque são hispânicos ou usam hijab (“o que é hijab?” Google é o teu melhor amigo a seguir ao cão) ou qualquer outra coisa contra a qual o Trump se posicione.
Sinceramente, eu não tenho conhecimento suficiente para poder afirmar “A Hillary é pior” ou “O Trump é pior”, mas punhão, dá para perceber qual dos dois é que tem um efeito mais prejudicial no povo e, já dizia o Zeca Afonso: “o povo é quem mais ordena”! E querem saber o que é que ainda é mais estúpido que isto? Mesmo que não queiram eu digo: É que a falta de capacidade intelectual também afeta as “vítimas” do Trump. E depois são os apoiantes do Trump a ameaçar a segurança das minorias e as minorias a fazerem protestos, geralmente violentos, porque querem ser tão livres como os outros. E depois há ainda mais merda do que já havia antes e pronto. A América é “great again”. Thanks Obama.

Eu, de certo modo, admirava o Hitler pelo seu poder de persuasão no que tocava a pôr o pessoal a achar que matar resmas de gente em salas de gás era boa ideia. Mas acho que perdi essa pouca admiração que tinha por ele. Afinal o Trump fez uma merda parecida e nem se esforçou. E pior, o Trump fez isso em 2016, onde supostamente somos mais evoluídos.

Se calhar não somos…

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Carta aberta ao Presidente da República!!!

Uma menina indignada com a sua “não admissão” no ensino superior está a ser muito falada e eu também quero fazer parte da festa.
ATENÇÃO: Este texto vai ser escrito com base em porra nenhuma e sem qualquer tipo de fundamento credível ou aceitável! Portanto, se houver coisas que não fazem sentido ou que não coincidem com a realidade, é porque estou a fazer um bom serviço!

Ora bem. A primeira vez que vi a notícia da menina indignada, abri, olhei e pensei “isto é bué texto, caga nisso” e voltei a fechar. Só que como já vi o assunto a ser abordado, pelo menos, duas vezes nas redes sociais de forma humorística, decidi soltar a velha coscuvilheira que há em mim e vir fazer um pouco de corte e costura myself (“Porque é que disseste isso em inglês?” epá, porque posso. Chatos).
Agora que já li o texto da rapariga, já posso mandar um bitaite ou dois, embora nenhum com sabedoria suficiente para ser levado em conta seja por quem for. Primeiro bitaite: A gaja é rica e mimada quase de certeza. A maneira como ela fala da vida, é porque não passou pelas normais adversidades que um comum plebeu passa.
“O que me dói é ver o meu pai, que sempre se esforçou por me mostrar a sorte que tenho em viver neste país, lindo, limpo, seguro, organizado, e me incentivou a agradecer cada dia por tremenda bênção, questionar a sua justeza.” Desculpa? País limpo, seguro e organizado? E é novidade questionar-se a justeza deste país? Eu sei que podia ter pior sorte. Estar a viver perdido no meio de uma guerra qualquer sem saber se iria viver para ver os próximos 4 minutos. Mas calma lá. Deixa lá ver por onde começar: a primeira acertaste. O país realmente é lindo.
Limpo. Limpo. Limpo… Já alguma vez olhaste, por exemplo, para o rio Mondego? Cá me cheira que não. Novamente, podia ser pior. Podíamos andar a lavar-nos nas águas do Ganges (não sabem o que é? Eu sabia o que era e não sabia o nome. Façam como eu e procurem). Mas lá porque há pior, não quer dizer que estejamos bem.
Continuando: seguro. A menina não é da Amadora, com certeza. Não estamos em guerra nem fomos vítimas de atentados terroristas, mas essa carinha laroca não iria passar impune pelos vigilantes dessa tão segura cidade.
Seguinte: Organizado. O simples facto de termos o hábito de chegar sempre atrasados a tudo mostra o quão organizados somos. “Mas nós não somos conhecidos por chegarmos sempre atrasados!” Esta é aquela frase que eu tenho esperança que nenhum leitor tenha o descaramento de pensar, porque se acontecer, das duas uma: ou é dos imbecis que chega sempre atrasado e não vê mal nisso, ou vive no mesmo mundo perfeito e cheio de arcos-íris que a menina da carta aberta.
E, por fim, a menina parece, no mínimo, admirada com o facto de se questionar a justeza deste país. A jovem tem televisão em casa? Tem visto as notícias que têm passado sobre certos e determinados salários? E sabendo isso, sabe quanto é o salário mínimo no nosso país? “Olha lá, mas ela está a queixar-se é em termos de acesso ao ensino superior” Ok, têm razão. E a menina sabe a quantidade de gente que quer, como a menina, seguir o seu sonho de ir estudar para ser médico ou outra porcaria qualquer e os papás não têm dinheirinho para lhes sustentar os estudos? Isso não é injusto? Isso não é pior do que não entrar em medicina por uma questão de 3 décimas? É que as 3 décimas podem não estar lá para o ano, mas a falta de dinheiro para pagar ensino superior aos filhos dificilmente vai mudar.

Outra questão que eu não percebi muito bem no texto da jovem foi ela queixar-se que as médias são desumanamente altas. Se são altas, é porque houve gente à bruta a conseguir atingi-las e superá-las. Podiam abrir mais vagas para mais gente poder entrar? E quantas vagas teriam de abrir até chegar à média que tu atingiste? Numa coisa concordo plenamente com a rapariga: Não é um exame de 2 horas que incide exclusivamente em conteúdos científicos que vai decidir se o aluno é mais ou menos adequado para determinada área profissional. Um aluno não prova que pode vir a ser melhor médico que outro através de trigonometria ou probabilidades. Mas vá lá. Há tanta coisa errada neste país, a menina vai reclamar porque não entrou no ensino superior? Reforço o que já disse: a menina é mimada e parece-me que foi a primeira vez na vida que lhe disseram “não”. Ou então sou só eu que estou com vontade de embirrar e a rapariga até já passou por bastantes adversidades e esta foi só a maneira que ela arranjou de ultrapassar mais uma. Mas lá está, este blog não tem qualquer objetivo produtivo. Se se rirem um bocado, melhor, se não, é porque não têm sentido de humor e têm hálito a cebola podre!

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Educação Física vai voltar a contar para a média!

Educação física vai voltar a contar para a média! Olha que coisa tão inteligente. Realmente não sei como é que nunca ninguém se lembrou disso. Ah, esperem… Pois, se calhar não é uma ideia assim tão original.
Eu realmente não percebo bem o que é que ia nas cabeças dos senhores que decidiram que Educação Física devia deixar de contar para a média, mas deve ter sido qualquer coisa assim:

Gajo 1: O nosso país tem uma média escolar de saída do secundário muito baixa! E nós temos de fazer qualquer coisa em relação a isso!
Gajo 2: E que tal baixarmos a carga horária?
Gajo 3: E se baixarmos nos trabalhos de casa?
Gajo 4: Tenho uma ideia melhor! Vamos tirar Educação Física da média de acesso ao ensino superior!
Gajo 2: Mas em que é que isso vai ajudar? Os putos nem precisam de estudar para essa merda...
Gajo 4: Opá, pois não, mas como somos um país de gordos e lambões Educação Física só serve para baixar a média…
Gajo 1: O Gajo 4 tem razão! Aprovado!
*Restantes gajos aplaudem satisfeitos*

Agora a sério, eu sei que Educação Física estar a contar para a média de entrada, por exemplo, de engenharia informática, é um bocado parvo, mas também Filosofia contar para a média de Ciências do Desporto é parvo (ou até mesmo para engenharia informática) e ninguém pôs a hipótese de tirar Filosofia da média de acesso ao ensino superior.
Minha gente, o povo português já é remolgo o suficiente sem incentivos à prática desportiva. Tirar EF (já estou farto de escrever o nome todo da disciplina, porra) só incentiva os putos a se esforçarem ainda menos nestas aulas do que já esforçavam anteriormente. Qualquer dia abrimos uma disciplina chamada “Confecionamento de Comida Plástica”, onde, como o nome indica, os nossos jovens aprendem a preparar refeições dignas da McDonald’s.

Pronto, já parei. Os senhores até estão a querer voltar atrás com a decisão parva, não é preciso estar a esfregar mais limão na ferida. 

terça-feira, 20 de setembro de 2016

O REI FAZ ANOS HOJE!

O meu pai faria anos hoje. Seriam setenta e quatro. Dado isso, gostava de celebrar esse evento escrevendo uma pequena homenagem com setenta e quatro palavras. Uma coisa curta mas que desse para transmitir, de forma simples, o simbolismo dela mesma. Setenta e quatro palavras para celebrar os setenta e quatro anos que passaram desde o nascimento de uma pequena lenda. E cá está o pretendido: um pequeno texto de setenta e quatro palavras.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA: Eu a elogiar a Bófia!

Só pelo título já dá para perceber que algo de estranho se passou. Normalmente eu passo o tempo a criticar os desgraçados, mas não desta vez. Desta vez tenho uma palavrinha de apoio e agradecimento. Vamos saber porquê? Vamos pois!
Ontem, estava eu perto de Aveiro, na festa do S. Paio, quando decidimos ir para um bar com bom ambiente, na praia. Fomos, dançámos, bebemos, dançámos mais, empurrámo-nos uns aos outros ao chão, rimo-nos muito e foi muito giro. Até que eu, juntamente com dois amigos meus, decidimos ir até à beira mar despejar o que tínhamos estado a beber (pelo sítio certo, não foi vomitado). Lá fomos, e no meio de muita piada parva e gargalhada, quando me volto para trás sou agarrado no braço por um sujeito que eu não conhecia de lado nenhum. Deparado com tal situação, pensei “este está bêbado e está a meter-se connosco” ao que procedi a um “oh meu, larga-me” suave e amigável. Ao que a resposta do sujeito é “Tu, anda comigo” ao que respondo, ainda de forma calma, qualquer coisa como “mas vou contigo onde? Não vou nada, larga-me”. Vendo que ele continuava a insistir naquilo e agarrar-me cada vez com mais força comecei a perceber que de amigável aquele indivíduo não tinha nada. Apercebo-me entretanto que estavam mais 3 matarruanos com conversas parecidas dirigindo-se aos restantes elementos do meu grupo. Dado a falta de amabilidade dos jovens, comecei eu próprio com uma abordagem mais agressiva (tudo o que aqui está transcrito é uma aproximação da realidade visto que não me lembro das coisas com clareza) “Já te disse, larga-me. Não vou contigo a lado nenhum!”. Perante a minha reação agressiva (talvez inesperada, para eles), o rapaz soltou-me e o amigo tentou tomar conta da situação. E aqui é que vem a parte mais interessante da história: aponta-me uma pequenina pistola e manda-me ajoelhar. Apanhado de surpresa e, ainda por cima, com o raciocínio meio tolhido pelo álcool, o meu pensamento foi qualquer coisa como “mais depressa me dás um tiro do que me fazes ajoelhar”. Estúpido, eu sei, mas numa situação de pressão como esta uma pessoa nunca pensa nada de inteligente. E, dado tal pensamento, fiquei apenas a olhar para a pequena arma. Perante a minha “indiferença”, o jovem assaltante decidiu levar a ameaça para um nível ainda mais elevado: “deita-te no chão! Todos deitados no chão”. Querem tentar adivinhar a minha reação? Pois, continuei a olhar para a puta da pistola, a tentar perceber se era verdadeira e eu podia ficar com um buraco na testa a qualquer momento ou se era de água e eu podia ficar com a cara molhada a qualquer momento. O pequeno gatuno continuou sem saber como reagir à minha falta de reação. Decidiu optar por mais ameaças: “olha que eu disparo!” e foi após este momento, que uma qualquer pessoa com o raciocínio desimpedido teria percebido que aquilo era, de facto, um brinquedo: o anormal fingiu puxar a culatra da arma como quem a põe “mais pronta” para disparar. Obviamente que aquilo para mim não foi o suficiente para pensar “é falsa e tu vais sair daqui com ela enfiada no cu” e partir para a bofetada. Já farto daquele impasse do “faz isto – não faço” decidi perceber o que eles realmente queriam (lerdo): “mas o que é que vocês querem?!” ao que o gajo da pistola me responde “dinheiro” com um tom de voz forçadamente ameaçador. A minha reação a isto também não foi muito inteligente, mas tive sorte que eles, alem de serem nabos a assaltar, também eram nabos a pensar:

Eu: Não temos dinheiro (resposta de um engenho espetacular)
Assaltante da arma: De certeza?
Eu: Absoluta

E com esta conversa lá nos fomos afastando deles. Assim que nos aproximámos da festa, os nossos raciocínios em relação à arma aclararam-se e ficamos com vontade de vingança. Chamámos um 4º elemento do nosso grupo que tinha ficado na festa (para ficarmos equilibrados em número) e fomos atrás dos assaltantes chamando-os, como bons cidadãos civilizados que somos. Já bem longe de nós e numa zona mais luminosa (toda a cena anterior foi quase sem luz visto estarmos longe da festa), acharam que era boa ideia não voltarem para trás. Acabámos por desistir da nossa vendetta e voltámos para a festa. Para quem me conhece, sabe perfeitamente que eu voltei para a festa mas mais me apetecia ir atrás dos arruaceiros. E aqui, surgiu uma, estranhamente, boa ideia no seio do nosso grupo: vamos falar com as autoridades. Os primeiros a quem nos dirigimos foram os seguranças da festa que, de imediato, nos disseram que não podiam fazer nada e que tínhamos de recorrer às autoridades (nós pensávamos que eles eram as autoridades. Só depois de falarmos com eles é que percebemos que eram só seguranças). Agradecemos e fomos perguntar a uma rapariga que trabalhava no bar onde podíamos encontrar as autoridades. Ela indicou-nos o que pretendíamos e lá fomos nós procura-los. Pelo que me lembro da expressão facial do primeiro GNR a quem me dirigi aposto que o pensamento dele foi algo como “Lá vem o par de bêbados dizer merda…”. Pedi-lhe que baixasse o vidro da carrinha em que se encontrava e lá lhe expliquei a situação. Que tínhamos sido abordados por 4 jovens na praia, que tinham uma arma que achávamos ser falsa, mas ainda assim uma arma, e que eles podiam andar a fazer o mesmo a mais pessoas. Nisto, começo a ver GNR’s a aparecerem de trás dos dois ou três veículos que lá se encontravam como se fossem gatos assassinos a sair dos baldes do lixo de um beco. Dado não conseguirmos descrever bem os assaltantes, o agente que falou connosco pediu-nos para irmos para a zona onde os tínhamos visto a última vez e, caso os encontrássemos, um ficar na zona a controlar para onde eles iam, e o outro ir chamá-los (aos GNR’s) rapidamente (isto enquanto eles iam dar uma volta pela zona para o caso de os apanharem em flagrante). Assim fizemos. Poucos minutos depois de iniciarmos a procura encontramos um que me pareceu o primeiro que me agarrou na praia: boné, casaco com carapuço por cima do boné e cores de roupa semelhantes as do da praia. Eu fui chamar os agentes, enquanto o meu amigo ficou na zona a ver se eles ficavam por ali. Encontrei as autoridades, orientei-os para a zona onde estava o grupo de quem nós suspeitávamos e indiquei o sujeito que pensava (com 99.99% de certeza) ser o que me tinha agarrado na praia. Eu mal tive tempo de perceber o que estava a acontecer quando vejo um dos agentes a agarrar no badameco com um braço meio torcido atrás das costas e a levá-lo para uma parede onde o interrogaram. Naturalmente que sem certezas nossas, seria difícil apanhar os culpados, mas alguns foram interrogados enquanto um dos agentes conversava connosco na tentativa de conseguir alguma informação útil para a identificação dos assaltantes.
Como podem ver isto sou eu a elogiar o bom trabalho de GNR’s (forças de intervenção, se não me engano).

MAS!


Pode parecer mentira mas tenho mais a dizer: quero destacar a prontidão, eficácia, simpatia, compreensão e flexibilidade (no sentido figurativo. Era estúpido agora estar aqui a elogiar a boa espargata ou espetacular ponte que um dos agentes conseguia executar) que todos os agentes demonstraram perante a situação. Obviamente, tratando-se de um caso em que assaltantes andam armados (quer seja uma arma a sério ou uma imitação barata) a tentar sacar dinheiro às pessoas na festa, eles não podiam ficar indiferentes, mas a forma como trataram de todo o caso e como nos abordaram, tendo em conta a nossa falta de precisão na descrição dos sujeitos, foi deveras digno de destaque.

E convenhamos, seria um pouco hipócrita (não sei se será a palavra que melhor se aplica aqui, mas vocês vão perceber a ideia) passar o tempo a cascar nos senhores das autoridades quando os vejo a serem inúteis e não dar uma palavrinha de apreço quando os vejo a ser úteis e empenhados no seu trabalho de proteção do civil.

domingo, 4 de setembro de 2016

Um dia em Castro Laboreiro

Eu juro que estes posts todos seguidos não têm nada a ver com o facto de ter tido um com muito sucesso. Adiante.
Estou, de momento, com a minha namorada a passar o fim-de-semana em Castro Laboreiro. E tenho a dizer que vale bastante a pena (eu sei que isto está a parecer um texto chato e desinteressante mas eu não vos vou desiludir, acreditem). Hoje começámos o dia com Canyoning, atividade bastante emocionante e com vistas espetaculares. Almoçámos, eu um belo cachorro quente com pão rustico e ela um hambúrguer muito bem servido. Pela tarde fomos de forma autónoma (quero com isto dizer, sem qualquer tipo de guia ou acompanhante) ao Castelo de Castro Laboreiro, caminhada pelo meio da natureza, sem qualquer incómodo (dado ser uma zona sem pessoas), com vistas espetaculares, até ao castelo a, aproximadamente, 1025 metros de altitude (salvo erro) onde pudemos ver coisas deslumbrantes. À noite, decidimos ir visitar uma piscina natural com água quente, sobre a qual ouvimos um monitor da atividade matinal a falar com uma das participantes. Segundo o jovem, era algo que valeria mais a pena ser visitada à noite devido à elevada temperatura da água. Curiosos, lá fomos. Jantámos num restaurante perto da dita nascente e seguimos caminho para descobrir do que se tratava a mesma. Chegados ao local, vimos uma piscina com aproximadamente 15 metros de comprimento, algumas pessoas lá dentro e muito vapor a sair. Prepáramos as nossas coisinhas e lá fomos. Estava espetacular. Noite fresca, água quente (daquela em que custa a entrar mas depois também custa a sair), pouca luz, o que nos permitia ver as estrelas relativamente bem, dado ser ao ar livre, e, como não podia faltar, um par de irmãos, com idades perto dos 25, a ouvir quizomba e música eletrónica com uma coluna que permitia a toda a gente que estivesse num raio de 25 metros ouvir as suas escolhas musicais.

Estão a ver este parágrafo que acabei de fazer? Significa que a conversa vai mudar. Sabem como? Exato. Vou entrar na minha “praia” de escrita agora: a crítica. E normalmente não é construtiva.
O que é que passa pela cabeça de alguém que obriga quem o rodeia a ouvir o mesmo excremento musical que eles querem ouvir? Será que não pensam? Será que não lhes passa pela cabeça “há aqui pessoas que podem não gostar de ouvir isto e eu não estou no direito de as obrigar a tal”? E mais! Como já disse, fomos lá de noite.


UM DELES ESTAVA DE BONÉ! NINGUÉM VAI PARA UMA PISCINA DE ÁGUA QUENTE NATURAL À NOITE E BONÉ!


Eu podia ter acabado o dia da melhor forma. Um dia espetacular que foi e podia ter sido até ao fim. Mas não foi. Porque dois cagalhões com braços, pernas e uma coluna decidiram que era boa ideia imporem os seus gostos musicais a todos os que quisessem desfrutar da água quente da nascente.

Pronto, já desabafei. Mas continuo com vontade de matar toda a gente que obriga as pessoas à sua volta a ouvirem a sua música que, ainda por cima, é quase sempre horrível (para não dizer “sempre”).

sábado, 3 de setembro de 2016

Táxis, os bullies do asfalto

Olá olá olá! Tanto textinho em tão pouco tempinho! Já vão perceber.
Se não me engano, já por mais de uma vez que aqui desabafei sobre o meu ódio generalista em relação a taxistas. E o que aqui escrevo hoje é o cúmulo dessa revolta. Como a grande maioria das pessoas já sabe, os taxistas andam de birra por causa da Uber (não sabem o que é a Uber? Vão ver ao Google). Manifestações e coisas do género são já comuns por parte dos mesmos, mas agora estão a chegar ao limite da estupidez humana. Ora vejam:


Já não bastava andarem a chorar por causa da preferência do cliente para com a opção menos vigarista, agora também se tornaram agressivos para com os condutores da concorrência. Para quem tiver paciência para ler tudo o que a senhora escreveu, ou esperteza para passar as apresentações à frente, é provável que eu aqui repita algumas coisas, mas não se chateiem. Porque se se chatearem eu atiro-vos um pote de merda acima (não perceberam a referência? Deixem de ser remolgos e vão ver o link que pus lá em cima que passam a perceber).
Eu juro que nunca pensei que um povo “civilizado” conseguisse ser tão primitivo. Vou tentar mostrar o meu ponto de vista de uma forma mais prática para ser mais fácil de entender e, quiçá, mais divertido:

- Cliente: Boa tarde, que trajeto é que o senhor leva daqui (Lisboa) ao Algarve?
- Taxista: Ora boa tarde. Isso é muito simples: passamos pelo Porto, depois Minho, Coimbra, Ribatejo, Alentejo e pouco depois chegamos ao Algarve.
- Cliente: E mais ou menos quanto fica isso?
- Taxista: Não é muito. Deixe-me só fazer as contas: Taxa de rotação dos pneus, mais a taxa de emissões de CO2, mais o imposto de circulação por nacionais, mais 5€ por minuto, mais a taxa de lavagem das meias sujas dá qualquer coisa como o seu salário, mais a reforma dos seus avós e a pensão de viuvez da sua tia.
- Cliente: Ok, obrigado. Então eu vou só ver as minhas outras hipóteses e já venho.
- Taxista: Outras hipóteses? Só se for montado na mãe do Luís Filipe Vieira eheheheheh. Porque ela é uma égua, percebeu? Eheheheh. (eu sei que é uma coisa forçada, mas eu não tenho jeito para inventar piadas futebolísticas)

- Cliente: Boa tarde, que trajeto é que o senhor leva daqui (Lisboa) ao Algarve?
- Funcionário Uber: Boa tarde. Daqui ao Algarve é só passar o Alentejo e estamos lá. Mas ainda é um esticãozinho.
- Cliente: E quanto é que isso fica, mais ou menos?
- Funcionário Uber: Se formos pela auto-estrada são 100€, se formos pela nacional são 80€.
- Cliente: Ok, então eu venho já.
- Funcionário Uber: Com certeza.

- Cliente: Olá outra vez, senhor taxista. Venho só avisá-lo que vou antes usar os serviços da Uber.
- Taxista: O QUÊ? ESSES GATUNOS? QUE TRABALHAM DE FORMA ILEGAR E DESONESTA? COM JOGO SUJO PARA COM OS TAXISTAS SEM QUALQUER TIPO DE FAIRPLAY? O SENHOR DEVE ESTAR A BRINCAR COMIGO!
- Cliente: Não, mas fica mais barato e demoro menos tempo. É só por isso…
- Taxista: VAMOS VER ENTÃO SE DEMORA MENOS TEMPO COM UM CONDUTOR COM A CABEÇA ABERTA AO MEIO! *saca de um taco de basebol da mala do carro e vai direito ao funcionário Uber*

Agora seria a parte em que eu diria que estou a exagerar. O problema é que o único exagero nesta história é o trajeto que o cliente queria percorrer de táxi/uber.

Eu sei que vocês já apanharam a ideia, mas eu vou fazer ainda outra metáfora:

- Táxi: Mãe, posso comer duas pizzas?
- Mãe: Não, só uma. A mãe só tem dinheiro para duas e o teu irmão mais novo também precisa de comer.
- Táxi: *espeta faca na testa do pequeno irmão, Uber* Mas eu sou filho único.


Agora provavelmente ficaram mais confusos e perturbados. Se este for o caso, ignorem esta última parte. Se não, acho que conseguem realmente compreender a minha revolta neste tema.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Um macaco, uma avestruz e uma espingarda

Ontem, durante uma pacífica viagem de carro, ouvi a seguinte notícia na rádio: "Trump afirma que realmente tenciona construir o muro na fronteira com o México. Afirma ainda que serão os mexicanos a pagar a construção do muro." Ora bem, eu não sei se esta última parte é verdade visto que passaram gravações do homem a dizer que realmente era para construir o muro mas nada de serem os Mexicanos a pagá-lo. Mas, para bem deste texto, vamos assumir que tudo é verdade.
Meninos e meninas, estão a ver porque é que nunca se deve dar uma espingarda a um macaco? É que ele até pode vir a aprender a manobrar a arma, mas nunca vai aprender para onde é que a deve apontar. E este é o caso do Trump. Ele sabe que se vier a ser presidente vai ter poder para fazer coisas, mas não sabe que coisas é que deve fazer para melhorar o país. Mas o que me preocupa mais, não é o macaco que quer a espingarda. É a quantidade de anormais que querem dar a espingarda ao macaco. Eu sei que a outra grande hipótese é dar a espingarda a uma avestruz, mas de certeza que com tempo, paciência e bom senso conseguiam arranjar uma terceira alternativa que não pusesse a 3ª guerra mundial tão próxima da realidade.
Uma coisa que eu não percebo nesta situação em concreto é que o mundo inteiro parece perceber que pôr o Trump à frente de uma das maiores potências mundiais é estúpido, exceto os norte-americanos. Ou pelo menos a maior parte deles. Ou seja, os únicos que têm poder para não dar a espingarda ao macaco, são também os únicos que acham boa ideia dar a espingarda ao macaco.

Vá lá, gente. Esta história do muro já aconteceu uma vez e, bem ou mal, todos sabemos que deu merda. Porque é que agora há-de correr bem? Eu sei que não devemos desistir das coisas à primeira, mas se dar um tiro no pé esquerdo doeu e não serviu de nada, ir dar um tiro no direito não vai ser melhor. 

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Programas da Manhã! Uma bomba de excremento cerebral!

Querem ver uma coisa bué gira? Eu, que odeio política e políticos de um modo geral, a defender um político em relação aos cães da SIC. E para verem o quão empenhado estou nisto, estou a escrever sobre o tema, apenas 2 ou 3 horas após o acontecimento e alguns minutos após ter tido conhecimento do mesmo.
Pois é. O Senhor Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor foi ao programa Queridas Manhãs, na SIC, apresentado pela, já tão bem afamada, Júlia Pinheiro e pelo João Paulo Rodrigues. Nesta “entrevista” pudemos também contar com a excelente participação do Dr. Hernâni Carvalho. Acho que nem vale a pena dizer o motivo de tal “entrevista”. Ok, é melhor prevenir possíveis leitores que vivam debaixo de uma pedra ou com capacidade dedutiva reduzida: Foi por causa do caso dos dois meninos iraquianos terem espancado o menino de Ponte de Sor.
Do pouco que conhecia, eu até tinha uma boa impressão do senhor Hernâni, mas depois de hoje, o único frequentador assíduo daquele programa de quem continuo com boa impressão é o João Paulo Rodrigues e foi porque ele não abriu a boca durante a entrevista toda.
Ora vamos estudar bem esta entrevista. Para começar, uma das primeiras questões que a senhora Júlia coloca é: “O Sr. Presidente da Câmara fez muita questão de estar connosco aqui para nos ajudar a entender o que é que se passa na sua cidade, onde acontecem estas coisas, às três/quatro da manhã. Quer-nos explicar?” Isto tudo, dito com uma cara de cabra do liceu que só visto é que é credível. E para quem é mais bom-de-coração e gosta de não ver más intenções nas pessoas, ela mais à frente reforça a ideia mesmo como quem diz “Eu estou mesmo a ser cabra, não foi só impressão”. E faz isso da seguinte forma: “Eu esperava que nos viesse dizer como é que estas coisas acontecem na sua cidade.” Ora bem, ela não está a falar com o Batman. Senhora Júlia, a função de um presidente da câmara não é andar à noite pelas ruas a defender os fracos enquanto grita aos vilões: “Em nome do município, declaro-te inimigo da sociedade!”.
Mas há mais. Claro que há mais, estamos a falar de um programa da manhã. Nem podia ser de outra forma. Durante o pouco tempo de antena que o Presidente de Ponte de Sor consegue falar sem grandes interrupções, a Júlia pergunta-lhe o que é que tem sido feito para prevenir o tipo de situações em questão, ao que o Presidente responde com a nova força de segurança em ação na nossa cidade: GNR’s de bicicleta. E como é que a Júlia reage a isto? “Neste caso com os iraquianos ia ser complicado, eles andavam de carro…”. Portanto… Eu não sei se a senhora acha que está a apresentar um programa de comédia tipo roast (em que o objetivo é unicamente enxovalhar o convidado) ou se tem um atraso mental que devia ser estudado por veterinários de alta patente.
Eventualmente, durante a conversa, o Hernâni começa a meter-se suavemente, mas em pouco tempo transforma essa suavidade em “ATÉ TE CHUPO O TUTANO DOS OSSOS!”. E quem ouve isto, inocentemente tal como eu, pensa que o Sr. Hernâni deu uma real sova de moral e informação económica ao nosso presidente mas, após assistirem ao “debate” em questão, percebem que o Hernâni é só um perito na arte do bom “não deixar falar” (arte essa que, como todos sabem, a Júlia Pinheiro é a campeã).
Mas, no meio de toda aquela selva de comentários, o que mais me deu vontade de trocar de lugar com o Presidente e enfiar um par de lambadas a cada um dos dois (Júlia e Hernâni) enquanto soava o “Eye of the tiger” de fundo, foi o seguinte:

Presidente: (algures pelo meio de demasiada gente a falar por cima uns dos outros): só fui vice-presidente.

Eventualmente, depois de muito lixo falado, acontece isto perto do minuto 22:00:

Hernâni: Então acha que eu falei da câmara de Ponte de Sor?
Presidente: Falou.
Hernâni: Tenho mais que fazer.
Presidente: Quer que eu lhe leia?
Hernâni: Quero.
Presidente: Então eu vou ler: “Ponte de Sor tem um ar completamente diferente do de Tires…”
Hernâni (interrompendo): E então? É proibido dizer isso?

Vamos lá Dr. Hernâni. Pediu ao homem para ler aquilo que o Dr. disse e, antes de ser acabada de ler a primeira frase, já está a interromper? Mas que manipulação barata da conversa é essa? E quando é que o Presidente disse que o senhor tinha dito alguma coisa proibida? O que ele disse não foi que o senhor tinha falado do município de Ponte de Sor? Bem, continuemos então para eu chegar ao ponto fulcral da questão que nem sequer é este.

Júlia: Deixe lá o Sr. Presidente acabar de falar com os seus munícipes. (acho eu que foi o que ela disse, visto que, para variar, está uma confusão de vozes que mais parece um debate futebolístico)
Presidente: Eu não vim aqui para falar com os meus munícipes. Vim aqui para esclarecer…
Hernâni: (Adivinhem o que aconteceu aqui! Acertaram! Ele interrompeu-o novamente) Ah pois não… Então vinha aqui dizer que tinha rebentado 35% do orçamento no aeródromo?

*muita conversa palha pelo meio que não me apetece transcrever por isso vão ver ao link que eu mandei e não me chateiem*

Presidente: O senhor sabe que a SIC em 2010 entregou um prémio como autarquia do ano à Câmara Municipal de Ponte de Sor? A nível social?
Hernâni: Sim, e então?
Presidente: “E então?” o senhor não sabe! A dizer que só gasto dinheiro no aeródromo… Como é que uma autarquia com uma dimensão tão restrita, naquilo que é a sua atividade e o seu orçamento, consegue ser a autarquia do ano em serviço social.
Hernâni: (ao mesmo tempo que o Presidente dizia o que transcrevi imediatamente acima) É verdade, em 2010. O senhor está cá em 2016. O que é que o senhor tem a ver com isso?
Presidente: O que é que eu tenho a ver com isso?! O Senhor não disse que eu era vice-presidente da câmara?
Hernâni: Então foi ou não foi?! *mesmo como quem diz: “já te apanhei”*

E aqui podemos ver a cara do Sr. Presidente com todo um choque que, traduzindo o que ele realmente sentiu naquele momento no seu íntimo, deve ter sido qualquer coisa como “Foda-se, mas este gajo tá bêbado ou também foi atropelado por iraquianos antes de vir para aqui?”

Presidente: “Fui ou não fui?!”
Hernâni: Isto apanha-se mais depressa um distraído do que um coxo (aqui tenho que gabar a agilidade de palavras do Hernâni para não chamar mentiroso ao Presidente descaradamente).


E assim terminam a entrevista, sem nada ter sido esclarecido como deve ser porque a ideia da apresentadora e do comentador nunca foi esclarecer as coisas, mas sim enxovalhar um político porque ele próprio se propôs a ir lá (pelo que eu percebi) e porque enxovalhar políticos dá audiências, porque fica sempre bem escarrar mais uma vez em alguém que já tem a fama de ser uma grande parte do excremento da sociedade. Atenção que não estou a defender os políticos de um modo geral, mas há que ter dois dedos de testa e ver quando é que uma pessoa tem motivos para ser criticada e quando é que não tem sequer qualquer tipo de relação com os problemas que acontecem.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Imunidade Diplomática

Nunca eu pensei que a minha rica terrinha andasse tanto nas bocas do mundo. Claro que por maus motivos, mas isso não interessa.
Uma vez mais deveria ter escrito sobre isto mais cedo (visto que tive conhecimento do ocorrido no dia a seguir ao mesmo) mas como sou preguiçoso, não escrevi.
Para quem ainda não percebeu do que estou a falar, é do menino que levou uma remodelação facial involuntária por parte de dois outros meninos, dois anos mais velhos, que, por sua vez, são filhos do embaixador do Iraque em Portugal e, como tal, beneficiam de imunidade diplomática.
É tão reconfortante saber que um qualquer par de putos de 17 anos pode chegar ao pé de nós e malhar-nos de tal forma que ficamos em perigo de vida sem que nenhuma repercussão caia sobre eles.
E toda a gente tem pena do pobre coitado que foi espancado (e com razão. O ter pena, não o ser espancado), mas, na minha opinião, quem deve estar a sofrer mais com isto são os pais da vítima. Ora experimentem a imaginar-se na posição deles. Apetecer-vos esganar os cabrõezinhos que deixaram a vossa cria com cara de pintura do Pollock e nem sequer terem o prazer de os ver sofrer um bocadinho que seja. Porquê? Porque existe uma lei, que ninguém sabe porque é que foi inventada, que diz que se nasceres na família certa podes fazer o que quiseres sem quaisquer consequências. “Ah, mas isso não é bem assim porque ainda estão a averiguar o caso…” e entretanto as bestas podem por-se na alheta. E só se faz alguma coisa se o governo iraquiano ou a própria família do embaixador levantar a imunidade. Que obviamente o vão fazer.

*Dlim dlão*
- Olhe, os seus dois filhos acabaram de atropelar e espancar um outro miúdo, dois anos mais novo que eles, deixando-o em estado grave num hospital.
- Então e agora?
- Agora precisamos da sua autorização para os poder castigar.
- Da minha autorização?
- Sim, se o senhor ou o seu país não levantarem o direito à imunidade diplomática não podemos fazer nada.
- Hmm, então esperem aqui só um bocadinho.
*Porta fecha-se*
- *vozes altas dentro de casa*: Rapazes, entrem no carro, vamos voltar para o Iraque antes que isto dê mais merda!

Mas no fim disto tudo eu ainda acho que essa imunidade devia ser testada. Como? Mandar os gémeos para os pais e amigos da vítima e ver se a imunidade dá mesmo para tudo. Ah! E, já agora, gravar para o jovem hospitalizado mais tarde poder apreciar a festa.

domingo, 14 de agosto de 2016

Pokémon Go 2

Estava a pensar em algo para escrever e apetecia-me reclamar com alguma coisa (não me perguntem porquê que não sei), mas não me lembrava de nada e o que mais me tem irritado ultimamente são, de facto, os haters do Pokémon Go. Eu sei que já escrevi sobre isso, mas escrevi de forma defensiva. Hoje estou mesmo com vontade de escrever de forma ofensiva. E o mais certo é isto dar merda.
Vou tentar pegar nos argumentos mais usados para criticar o jogo e explicar-vos porque é que são absurdos.
Então cá vamos.

“Que sentido é que isto faz? Sempre agarrados aos telemóveis pelas ruas que nem veem nada à frente?” Só ao escrever isto é que me apercebi do quão imbecil este argumento é. A sério, hoje em dia, que as redes sociais dominam tudo e mais alguma coisa, ainda há gente que diz que foi o Pokémon Go que provocou isso?
Este tema ainda leva a um ponto mais avançado que é o facto de haver pessoas que realmente não veem por onde andam e chegam mesmo a ter acidentes graves devido a isso. Minha gente, isso não é provocado pelo jogo, é provocado pela estupidez humana. Ainda há uns tempos (um/dois anos) apareceu nas notícias que uma ou duas crianças (não me recordo) ficaram órfãs de ambos os pais porque estes caíram de uma falésia a tirar uma fotografia. E nessa altura ninguém disse “olha esta moda parva agora de andar a tirar fotografias!”, pois não? E como este exemplo há muitos. Mas eu já vou explorar mais a estupidez humana noutras áreas.

“Isto é mesmo uma loucura, até já houve violência e mesmo assassinatos por causa do jogo.” Têm toda a razão neste aspeto, mas agora respondam-me a uma pergunta simples: onde é que isso é novidade? Em que mundo é que vocês vivem para estranharem haver violência por causa de coisas mesquinhas? Eu vou só escrever uma palavrinha aqui e vocês depois refletem sobre isso: futebol. Apanharam a ideia? Não? Pensem um bocadinho e se não perceberem a associação venham falar comigo que eu explico (dica: lembram-se da cena da estupidez humana? Tentem associar aqui…)

“Este jogo é um perigo. As pessoas vão para sítios isolados à procura dos Pokémons e depois são assaltadas ou até mesmo raptadas e violadas.” Também têm razão aqui, mas se formos por aí, passear o cão também é perigoso. Porque, sejamos sinceros, ninguém vai deliberadamente para um sítio isolado só para apanhar Pokémons, visto que o jogo não indica direções, apenas diz se os há por perto. Um jogador só vai para determinado sítio se tiver por hábito ir lá. Esta questão envolve ainda a possibilidade de haver quem tente ludibriar crianças através do jogo. Mas vão culpar o jogo por isso? Já pensaram que se isso acontecer pode ser por falta de cuidado dos pais? Não? Então quem é que não se lembra da velha história da carrinha branca que diz “temos doces”? Aí a culpa também era dos doces? “Olha filho, cuidado que os doces fazem cáries nos dentes, lombrigas no estômago e alargam-te o olhinho do cu! E com jeitinho também te vendem os órgãos no mercado negro…” Não faz muito sentido pois não? Foi o que eu pensei.

“E as figuras que os jogadores fazem? Parecem uns tontinhos à procura de coisas fictícias! E o pior é que há mais adultos a fazer isso do que crianças!” Mas toda a gente gosta de ver um bom filme, e até são capazes de chorar se puxar ao sentimento, certo? Mas porquê? É fictício. E sabem o que é que também é ridículo e há muitos homens e mulheres adultos a fazer? Andar de calça folclórica justa a enfiar farpas num touro. E aí é tudo ridículo, desde a vestimenta até ao facto de ficarem felizes porque enganaram e torturaram um animal por pura diversão. Eu sei que aqui estou a atacar um grupo em específico e que há sempre os que são contra as touradas que também acham parvo andar a apanhar Pokémons, mas pelo menos os Pokémons são virtuais. Não sentem qualquer tipo de dor, medo ou frustração.

“Isto é tudo um negócio. Ganha quem fez isto e ganha o resto da malta esperta que se aproveita disto para enganar o Zé-povinho e fazer mais dinheiro.” Sabem o que é que também é um negócio onde as pessoas se aproveitam para extorquir dinheiro aos menos astutos? Fátima. Não, não é o programa das manhãs (“a Fátima já não apresenta nenhum programa da manhã!” nas nalgas, ninguém quer saber), é mesmo a cidade de Fátima onde se usa a crença e ingenuidade das pessoas para se fazer dinheiro de toda a forma e feitio. Por amor de Deus, até santas que brilham no escuro! Essa merda é para quê? Para condizer com os néons do carro do filho azeiteiro que anda a fazer corridas de carros ilegais?
“Já estás a misturar duas coisas que não têm ligação e a desrespeitar as crenças dos outros” (eu tento sempre prever qual é o contra argumento do possível leitor que não concorde comigo, caso não tenham já percebido). Primeiro, não estou. Estou a pôr em causa o oportunismo do ser humano para se aproveitar do próximo. E segundo… Não, há segundo, respondi às duas coisas só com o primeiro ponto. Sou tão prático! E bonito! Ok, já estou a avacalhar…


E por agora, são os que me lembro. Se me lembrar de mais, eu digo, não se preocupem.

sábado, 13 de agosto de 2016

São Marcos da Serra no seu melhor

Ontem à noite fomos à festa da terrinha da avó. À chegada ao recinto da mesma encontramos um "porteiro" e um papelinho que indicava "Homens 3€ / Mulheres 2€"ao que a minha mãe pergunta para o ar "Porque é que as mulheres pagam menos?". Ao ouvir isto o dito "porteiro" intervém prontamente e segue-se a seguinte conversa:


Porteiro: Não pagam, não! Pagam 2€!
Eu: Então, mas os homens pagam 3...
Porteiro: Sim...
Eu: Então as mulheres pagam menos...
Porteiro: Sim...
Eu: Pronto
Porteiro: :)


Passado isto seguimos para o recinto onde íamos jantar. Iniciamos a refeição e, já mesmo no fim da mesma, deixei cair um pedacinho de pão com molho de frango em cima dos calções que tinham sido comprados nessa mesma tarde. Entrei em euforia. Mal me conseguia controlar. Mas a aventura não fica por aqui.
Durante o jantar fomos servidos por um senhor que certamente bebia um golezito de cada imperial que tirava. Como tal, para o fim da noite, ao servir a penúltima rodada de imperiais decidiu desabafar um pouco sobre a sua atribulada vida. E foi algo parecido com:
"Se eu vos contar uma coisa, vocês não acreditam. A minha profissão é muito complicada. Hoje foi um dia muito complicado. Esta semana foi muito complicada (eu aqui já quase adivinhava que o mês dele tinha sido muito complicado, mas enganei-me).Às sete da manhã já tinha a camisa toda molhada. Às oito cheguei a casa. Ao meio dia almocei. Às oito já aqui estava. A vida de distribuição é muito complicada."
Ora bem... Não é que eu não acredite no que o homem disse. Não percebi foi ponta de corno. Lado positivo: pagou-nos a última rodada da noite. Já não foi mau.

domingo, 31 de julho de 2016

Santa Privacidade

Uma grande questão que assola a humanidade é o que é que nos acontece depois de morrermos: reencarnação, céu e inferno, se ficamos na terra a assolar os vivos, vazio total, etc..
Uma coisa que todos nós gostamos de dizer em situações importantes das vidas de quem nos rodeia quando essa pessoa tem um ou mais entes queridos falecidos é “esteja onde estiver ele/a está contigo/está a observar-te e está muito orgulhoso/a”. Coerentemente, se dizemos isto aos outros, é porque acreditamos que o mesmo se passa connosco e os nossos entes queridos já falecidos. Agora peço-vos que pensem um pouco: se quando fazemos algo de importante nas nossas vidas eles nos estão a observar, será que não estarão também durante o resto do tempo? Será que apenas escolhem ver os momentos gloriosos e não dão uma espreitadela quando estamos a dançar ou cantar sozinhos à frente do espelho com uma escova do cabelo a fazer de microfone? E quem diz os nossos familiares e amigos que já morreram, diz os nossos inimigos que já morreram. Imaginem aquela pessoa, que até não gostavam muito, a observar-vos enquanto estão a praguejar e vermelhos que nem tomates porque o cocó está muito duro e não quer sair. Ou até mesmo quando estiverem a dar a brelaitada das vossas vidas e parecerem babuínos tresloucados a gritar todo o vosso deleite cá para fora. Aposto que se alguma vez acreditaram que os vossos familiares e amigos vos estão a observar, nunca mais vão fazer nada privado completamente à vontade, depois de verem as coisas desta forma.
“Mas mesmo que assim seja, nós estamos vivos e eles estão mortos. Não há interação entre nós e eles, por isso nem sequer há com que nos preocuparmos”. Primeiro: se tiverem um stalker que vos anda a espiar também não há interação e é absolutamente perturbador; segundo: e quando vocês morrerem? Como é que vai ser encarar as caras conhecidas sabendo que eles vos viram a fazer tudo e mais alguma coisa enquanto eram vivos?
Das duas uma: Ou no “outro mundo” já toda a gente é extremamente mais avançada e mente aberta às coisas estranhas uns dos outros, ou quando lá chegarem (sim, vocês homens que se vestem de mulher e vocês mulheres que saltam em tronco nu à frente do espelho para verem as gémeas a saltitar) vão ser o motivo da chacota lá da zona. E olhem que já morreu mesmo muita gente, portanto vai ser MESMO humilhante…

Isto sou só eu a ser amigo e a avisar-vos para essa pequena hipótese de desfecho final da vida humana como a conhecemos. Agora cada um faça como quiser. Depois não digam que ninguém vos avisou.

domingo, 24 de julho de 2016

Pokémon Go!

Pokémon Go! E agora, aqueles que não me conhecem assim tão bem estão na dúvida: Será que ele vai dizer mal? Será que vai apoiar? Sou bué misterioso, eu. Mas é mesmo só para os que não me conhecem bem, porque os que conhecem sabem perfeitamente que já tenho aquilo instalado no telemóvel e ando feito tonto pela rua a ver de bichinhos virtuais. Bichinhos virtuais esses que tantas manhãs me entretiveram, a mim e a tantos outros milhares de crianças que agora têm mais de 20 anos e andam por aí a fazer a mesma figura que eu.
Um jogo com estas dimensões já seria de esperar que causasse grande polémica. Muitas críticas e muitos julgamentos da parte de quem não se identifica com o jogo e, claro, muita gente a defender a qualidade e vantagens do jogo. Então vamos lá analisar as coisas e dizer o que já toda a gente disse: Dantes, os pais queixavam-se “estás sempre enfiado em casa a jogar computador/consola já nem te deves lembrar de que cor é o céu”, agora queixam-se “ando por aí na rua é só tontinhos com os telemóveis na mão à procura daqueles bonecos virtuais”. Vamos a analisar isto como deve ser e há aqui uma certa falta de coerência. E agora alguém diz “Então e porque é que não deixam de jogar jogos virtuais de uma vez? Assim as pessoas já não se queixavam!”, mentira. As pessoas arranjam sempre maneira de se queixarem. Mas, pondo as queixas de parte, os jogos virtuais estão a ganhar cada vez mais poder como forma de entretenimento e já há gente a ganhar milhares (se não milhões) por jogar em grandes competições dos mesmos. “Então se é assim porque é que vocês não vão também para essas grandes competições?” da mesma maneira que por eu ir jogar à bola com uns amigos ali para o ringue da vila não me dá aptidão para ir jogar pelo Benfica ou pelo Sporting. E já estou a sair completamente do contexto pretendido, mas esta temática dá-me vontade de bater em pessoas e, para não bater em pessoas, escrevo sobre o assunto para ver se me acalmo.
Voltando ao assunto Pokémon Go. Falando das vantagens do jogo, opiniões à parte: Sabem aquele jovem que realmente está sempre em casa, normalmente no computador, e nunca sai, mas porque não tem qualquer interesse no mundo exterior? De um modo geral essas pessoas têm um reduzido número de amigos e todos se encaixam na descrição acima relatada. Este jogo está a puxar essas pessoas para fora de casa. Está a fazer com que crominhos do PC e os brutamontes do desporto (falando nos estereótipos extremos) tenham um assunto em comum para usarem como tema de conversa e, quem sabe, a partir daí descobrirem mais interesses partilhados que até agora não tinham como descobrir. Esta parte é apenas em termos de socialização. Agora vamos para a saúde física. Estão a ver os tais jovens sempre em casa, etc. etc., tirando os que têm a sorte de ter uma boa genética (e mesmo esses) já pensaram em como aqueles corpinhos devem estar enferrujados e cheios de porcaria lá dentro? Este jogo obriga os interessados a saírem de casa e andar se quiserem alguma coisa feita. “Mas para os que têm a carta ou amigos com carta acabam por não fazer nada”, dirão os leigos na matéria. O jogo tem objetivos que apenas podem ser cumpridos com baixas velocidades, ou seja, se forem de carro o jogo manda-os ir levar na anilha que já têm idade.
Além de tudo isto, ainda há um fator cultural. O jogo usa pontos (normalmente) turísticos (monumentos, edifícios municipais e outros locais considerados importantes) como Pokéstops que são sítios ondem se podem ganhar itens para um bom aproveitamento do jogo.

É claro que também sei reconhecer as desvantagens do jogo, pelo menos as maiores: é que, como em tudo, há extremismos e certos “treinadores” de Pokémons esquecem-se de ver por onde andam (causando acidentes a si próprios e aos que os rodeiam) e, pior que isso, os que partem para a violência sem qualquer necessidade disso. Neste último caso já sou da opinião de lhe carimbarem a ferros quentes na testa “POKÉSTÚPIDO”. Assim as pessoas já sabiam o que esperar de tais pessoas.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Homossexualidade e outras doenças sexualmente transmissíveis

“Eh, que besta ignorante! Em pleno século XXI já toda a gente sabe que a homossexualidade não se transmite sexualmente e nem sequer é considerado uma doença!” Será a reação dos juízes da internet. E com toda a razão. A questão é: títulos estúpidos atraem gente como vocês e isso é publicidade gratuita. Mesmo que nem cheguem a abrir o texto para ler.
Este texto vai ter como alvo uma questão bastante falada nos últimos anos e, como tal poderia gerar alguma controvérsia, caso houvesse gente suficiente para isso a ler isto. Coisa que não há.
Hoje em dia a homossexualidade já é aceite em quase todo o lado. Casais homossexuais podem casar e adotar filhos e, com jeitinho, até podem andar na rua de mãos dadas sem serem alvo de chacota por parte dos restantes cidadãos. Até aqui tudo bem. Agora vamos para a parte da controvérsia. Que sejam ajustadas as coisas para que cidadãos homossexuais tenham direitos iguais aos outros, tudo bem. Não concordo é quando me dizem que a homossexualidade é normal. A homossexualidade é tão normal como a zoofilia ou a atração sexual por crianças. “Já estás a ser labrego e a comparar coisas que não têm nada a ver!” ai não? Já ouvi muita gente dizer “para mim, ser gay é uma característica como a altura ou a cor dos olhos de uma pessoa. Tu não escolhes como nasces” e têm toda a razão no que estão a dizer, mas acham que os zoófilos e os pedófilos escolheram gostar de ir ao rabinho a cães e crianças, respetivamente, em vez de a pessoas da idade deles? Eu cá, acho que não. Obviamente que não estou a dizer que por isso se deve aceitar e legalizar esse tipo de relações. Isso seria uma imagem bastante perturbadora de se presenciar. Mas não me venham dizer que a homossexualidade é normal e a pedofilia (espero que, quando eu digo pedofilia, as pessoas percebam que me refiro à atração sexual por crianças e não ao ato de lhes comer o cuzinho em si) e zoofilia não são. Tem de haver um consenso: ou é tudo normal e compreensível (volto a frisar: compreensível a atração, não o facto de se ser fraco e ceder à tentação), ou é tudo um distúrbio sexual.
Vá, digam lá: “És uma besta homofóbica, preconceituosa e retrógrada que devia viver no século XV!” Pronto, estão contentes?


P.S.: Há sempre a teoria da homossexualidade ser a forma da Natureza se defender da população a mais e, contra essa, nada tenho a argumentar.

terça-feira, 3 de maio de 2016

SMTUC parte 3 - Outra aventura no 7T


Estão a ver quando planeiam fazer uma coisa mas vão adiando porque para fazer essa coisa é preciso fazer uma outra coisa que vocês pensam sempre “faço depois”? Pronto. Este texto é o exemplo perfeito. O que eu vou aqui relatar passou-se, provavelmente, há uns 4 ou 5 meses (sim, “provavelmente” e não “aproximadamente” porque não faço ideia de há quanto tempo foi. Só sei que foi o semestre passado). E porque é que não o relatei mais cedo no blog? Porque para isso era necessário passar uma fotografia do telemóvel para o computador (já vão ver qual) e até hoje nunca me dei a esse trabalho. Razão válida, não é? Claro que é.

Passemos então ao que interessa.
O acontecimento teve lugar no autocarro que costumava apanhar para ir para a escola. Como lambão e antissocial que sou, sempre que podia, sentava-me no lugar mais à frente do autocarro visto ser um lugar sem parceiro do lado. Devido a estar próximo da entrada do autocarro, por diversas vezes que presenciei situações caricatas, mas a que vos vou contar chamou-me a atenção em particular.
Vou então partilhar a tal fotografia que tanto me fez adiar este relato:


Os objetos marcados pelos círculos vermelhos são, como devem calcular, os sensores para quem entra no autocarro “picar” o passe. Qualquer pessoa com uma qualidade de visão superior ao de uma orelha consegue perceber que, se há sítio para passar o passe, é ali. Ou pelo menos era o que eu pensava até este dia.
(Esta história está a ser bem mais difícil de contar do que eu estava à espera. Como estou há demasiado tempo a tentar arranjar palavras para contar isto de forma, no mínimo, apelativa e estou a falhar redondamente, vou simplesmente enumerar os acontecimentos por ordem cronológica.) Autocarro para numa paragem; grupo de pessoas entra; um senhor destaca-se; com a confiança de quem já faz isto há anos, esse senhor passa o pequeno cartão pelo sensor; bem… quase. Ora vejam onde o senhor passou o cartão.


Fiquei com dúvidas. Das duas uma: ou o senhor era meio patego, ou arranjou uma bela forma de andar de autocarro à borla. O que é certo é que ele entrou sem pagar e eu fui, provavelmente, a única pessoa a reparar nisso.


P.S.: Acabei de me aperceber que, indo ao telemóvel ver as informações da foto, talvez possa saber exatamente o dia em que isto tudo aconteceu. Mas lá está… Não me apetece.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Bofetada, mortos e casacos foleiros

Um dos assuntos do momento é o lutador português que morreu após perder o combate por KO técnico. E até ficava mal eu não vir mandar o meu bitaite. E sobre o que é o meu bitaite? Sobre o acontecimento em si e quais os possíveis motivos da morte do lutador? Não. Sobre os bitaites da comunicação social. “Lá vai ele malhar no correio da manhã!” Como diria o Ricardo Araujo Pereira “Mesmo nas nalgas”. Pois é. O Correio da Manhã volta a atacar. Mas desta vez não vem sozinho. Desta vez tem a ajuda da, igualmente bem conceituada, TVI. Os dois, lado a lado, a dar biqueiradas na realidade como se ela tivesse acabado de violar as suas mães.
Então vamos primeiro ter a certeza que sabem do que estamos a falar: aqui podem encontrar o vídeo do combate em questão. Não é um vídeo longo portanto vejam lá.
Vídeo visto e podemos passar ao passo seguinte. Notícia do Correio da Manhã. Eu sei que não dá para ler, pelo menos as pessoas com bom senso que não são assinantes do mesmo. Mas também não é preciso. Eles mandam uma patada mesmo nos genitais da realidade só no título: “Árbitro deixa matar português”. Bumba com toda a força em letras grandes. Se o arbitro podia ter parado o combate meio segundo mais cedo? Podia, mas não o ter feito não foi nenhuma atrocidade profissional. Quem estiver interessado, que faça uma pesquisa de vídeos de UFC (maior campeonato de MMA do mundo) no youtube e que verifique por si mesmo que há árbitros de renome a deixar esticar bem mais a corda e, como não há mortes, ninguém os critica.
Pronto, o Correio da Manhã já está tratado, agora vamos à TVI. Ora vejam o vídeo onde a TVI fez o seu belo papel. Obra prima, não é?
“Na Tailândia têm jogos de Muay Thai, têm jogos que são tradicionais, são ancestrais, são artes marciais ancestrais onde eles praticam golpes violentíssimos mas onde praticamente quase simulam o golpe…”





Ai sim? Pois… e sintam-se livres para procurar mais uns quantos vídeos que hão-de encontrar pérolas ainda melhores. Na minha opinião era pôr este senhor a treinar Muay Thai na Tailândia durante uns mesinhos e ver se no fim ele continuava a dizer o mesmo. Ou se dizia alguma coisa de todo.

“Oooooooooooh wrestling. Que é americano. Aquilo parece que é tudo verdade mas no fundo é tudo combinado, não é?” Não, minha marrã desmamada, não é. Aquilo de que a senhora Cristina estava a falar era, provavelmente, WWE, que é sigla para world wrestling entertainment. Porque wrestling (o verdadeiro wrestling) tem tanto de combinado como os casacos do Goucha têm com a moda atual. Portanto, isto não é para mostrar que a opinião deles sobre a morte do atleta está errada (dado que a mesma nem sequer é revelada no vídeo). Isto é para mostrar que eles percebem tanto do assunto como o estilista do Goucha percebe de moda (desculpem, esta já foi um pouco forçada. Não volta a acontecer).

E pronto, já desabafei sobre a ignorância dos portugueses no que toca a MMA e outras artes marciais. Mas há que vender, não é? Por isso vale tudo. Até arrancar olhos.


(P.S.: Já ouvi uns zum zuns sobre terem comparado MMA com touradas. Se isso se revelar verdade, vão voltar a ouvir falar de mim brevemente)