quarta-feira, 25 de abril de 2018

Liberdade


Liberdade. Liberdade é um tema que dá para dizer tanta merda que nem sei como é que não me lembrei mais cedo de falar sobre isto. É espetacular!
A definição de liberdade é, há muito, motivo de discussão e discórdia entre todos os que se julgam no direito de expressar a sua opinião. Direta e indiretamente.
“A tua liberdade acaba onde começa a do outro” frase tantas vezes dita por filósofos de taberna. Isso é muito bonito, a questão é que esse mesmo limite difere de pessoa para pessoa.

Pessoas iluminadas, com visão privilegiada para o sentido da vida, felizmente para nós meros mortais, são as que mais prazer têm em se fazer notar.
- “Vai trabalhar durante oito horas para pagares uma casa que deixas vazia o dia inteiro!”
- “Vivemos numa sociedade que nos oprime com a obrigação de arranjar um emprego para pagar impostos e quem quiser viver de maneira diferente é posto de parte!”
- “Livres são os que vivem um dia de cada vez sem sofrerem com as preocupações do amanhã!”

Epá, bardamerda! Juntem os trapinhos e vão viver para o mato. O alcance das imposições da sociedade não chega lá. É claro que, de mãos dadas com as imposições, estão também os confortos. Julgo eu na minha ingenuidade que, ver a novela na televisão será, certamente, mais sedutor que ver a novela num eucalipto. Até porque no eucalipto não dá para ver a novela. Na melhor das hipóteses veem o BBC Vida Selvagem ao vivo… mas sem narrador… todos os dias. Assim serão vividos todos os dias um de cada vez. Até porque se caçarem para o mês todo, ao fim de dois dias já a carninha está boa para produzir asticot para irem pescar. Um dia de cada vez para a carne não se estragar!

Nos dias que vivemos, em países ditos desenvolvidos, a liberdade que está mais notoriamente ameaçada é a de expressão. Grupos “revolucionários” modernos que lutam pela “liberdade” e pela “igualdade” defendem políticas como “Não podes dizer isso porque oprimes a liberdade desta minoria”. Ãh…?
Quando a liberdade de uns para ser algo é priorizada em detrimento da liberdade de outros de expressarem a sua opinião em relação a isso, o Salazar e o Hitler dão cada um uma voltinha de alegria nas suas respetivas campas.
E por falar em Salazar, algo que cativa a minha admiração hoje em dia, são as pessoas que dizem coisas como “Fazia cá falta o Salazar”. A sério… a hipocrisia nessa frase não é explícita?
Estão a ver quando se veem obrigados a dialogar com uma formosa moça que tem em sua posse avultados e bem formados seios, brindados com um enaltecedor decote e têm que manter o olhar focado nos olhos da jovem? Esta frase pode ser representada pela bonita moça e, a hipocrisia que referi, pelos protuberantes seios por ela exibidos. Não dá para ignorar.
A lógica é algo que eu admiro bastante e, como tal, farei o melhor uso dela que me for possível para expor o meu ponto de vista: O António sentiu-se ofendido. Ao se sentir ofendido achou que no tempo em que ninguém era ofendido é que era bom. Dado isso pensou e disse “No tempo do Salazar é que era!”. Ao dizer isso, o António, não se apercebeu que só o pôde fazer porque não existe um outro “Salazar” no poder que mande arrancar as unhas de quem enaltecer o Salazar original. E que no tempo que ele tanto almejava viver, não só não era permitido emitir ideias ofensivas, como também não era permitido demonstrar-se ofendido pelas ideias impostas pelo governo. Daí a escassez de ofendidos contemporâneos de Salazar.

O objetivo deste texto não era este. Não era mesmo nada este… Isto é falta de prática.

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