Pokémon Go!
E agora, aqueles que não me conhecem assim tão bem estão na dúvida: Será que
ele vai dizer mal? Será que vai apoiar? Sou bué misterioso, eu. Mas é mesmo só
para os que não me conhecem bem, porque os que conhecem sabem perfeitamente que
já tenho aquilo instalado no telemóvel e ando feito tonto pela rua a ver de
bichinhos virtuais. Bichinhos virtuais esses que tantas manhãs me entretiveram,
a mim e a tantos outros milhares de crianças que agora têm mais de 20 anos e
andam por aí a fazer a mesma figura que eu.
Um jogo com
estas dimensões já seria de esperar que causasse grande polémica. Muitas
críticas e muitos julgamentos da parte de quem não se identifica com o jogo e,
claro, muita gente a defender a qualidade e vantagens do jogo. Então vamos lá
analisar as coisas e dizer o que já toda a gente disse: Dantes, os pais
queixavam-se “estás sempre enfiado em casa a jogar computador/consola já nem te
deves lembrar de que cor é o céu”, agora queixam-se “ando por aí na rua é só
tontinhos com os telemóveis na mão à procura daqueles bonecos virtuais”. Vamos
a analisar isto como deve ser e há aqui uma certa falta de coerência. E agora
alguém diz “Então e porque é que não deixam de jogar jogos virtuais de uma vez?
Assim as pessoas já não se queixavam!”, mentira. As pessoas arranjam sempre
maneira de se queixarem. Mas, pondo as queixas de parte, os jogos virtuais
estão a ganhar cada vez mais poder como forma de entretenimento e já há gente a
ganhar milhares (se não milhões) por jogar em grandes competições dos mesmos.
“Então se é assim porque é que vocês não vão também para essas grandes
competições?” da mesma maneira que por eu ir jogar à bola com uns amigos ali
para o ringue da vila não me dá aptidão para ir jogar pelo Benfica ou pelo
Sporting. E já estou a sair completamente do contexto pretendido, mas esta
temática dá-me vontade de bater em pessoas e, para não bater em pessoas,
escrevo sobre o assunto para ver se me acalmo.
Voltando ao
assunto Pokémon Go. Falando das vantagens do jogo, opiniões à parte: Sabem
aquele jovem que realmente está sempre em casa, normalmente no computador, e
nunca sai, mas porque não tem qualquer interesse no mundo exterior? De um modo
geral essas pessoas têm um reduzido número de amigos e todos se encaixam na
descrição acima relatada. Este jogo está a puxar essas pessoas para fora de
casa. Está a fazer com que crominhos do PC e os brutamontes do desporto
(falando nos estereótipos extremos) tenham um assunto em comum para usarem como
tema de conversa e, quem sabe, a partir daí descobrirem mais interesses
partilhados que até agora não tinham como descobrir. Esta parte é apenas em
termos de socialização. Agora vamos para a saúde física. Estão a ver os tais
jovens sempre em casa, etc. etc., tirando os que têm a sorte de ter uma boa
genética (e mesmo esses) já pensaram em como aqueles corpinhos devem estar
enferrujados e cheios de porcaria lá dentro? Este jogo obriga os interessados a
saírem de casa e andar se quiserem alguma coisa feita. “Mas para os que têm a
carta ou amigos com carta acabam por não fazer nada”, dirão os leigos na
matéria. O jogo tem objetivos que apenas podem ser cumpridos com baixas
velocidades, ou seja, se forem de carro o jogo manda-os ir levar na anilha que
já têm idade.
Além de tudo
isto, ainda há um fator cultural. O jogo usa pontos (normalmente) turísticos
(monumentos, edifícios municipais e outros locais considerados importantes)
como Pokéstops que são sítios ondem se podem ganhar itens para um bom
aproveitamento do jogo.
É claro que
também sei reconhecer as desvantagens do jogo, pelo menos as maiores: é que,
como em tudo, há extremismos e certos “treinadores” de Pokémons esquecem-se de
ver por onde andam (causando acidentes a si próprios e aos que os rodeiam) e,
pior que isso, os que partem para a violência sem qualquer necessidade disso.
Neste último caso já sou da opinião de lhe carimbarem a ferros quentes na testa
“POKÉSTÚPIDO”. Assim as pessoas já sabiam o que esperar de tais pessoas.
Sem comentários:
Enviar um comentário