Chorar é bom
e eu gosto de estar triste. Por esta altura estarão alguns já a concluir “este
é tonto… gosta que lhe aconteçam tragédias.” Obviamente que não é isso, meus gorgulhos
de estrume. E se vocês não forem parvos dão-me uma oportunidade.
Claro que este
texto não vou ser eu a ser poético ou profundo. Vou ser eu a queixar-me de
coisas.
Para quem me
conhece sabe que sou extremamente apologista e apreciador de humor negro, o que,
por vezes, pode levar os que me rodeiam a pensar que sou insensível no que envolve
esses assuntos. No que me toca tive duas grandes perdas na vida: o meu pai e um
amigo. E mesmo assim sou capaz de fazer piadas sobre isso, o que não quer dizer
que não me tenha custado e ainda custe a perda de duas pessoas importantes na
minha vida. E, como tal, pontualmente, ainda tenho “quebras” no que toca ao
assunto. Quando uma das pessoas é tema de conversa, quando surge uma fotografia,
quando há um momento mais nostálgico e essas mariquices. Onde é que eu quero
chegar com isto? Eu explico: Quando um desses momentos ocorre, a reação geral
das pessoas é só uma: “Vá, não penses nisso. Não chores”. VÃO À MERDA! EU QUERO
PENSAR NO ASSUNTO E CHORAR POR ISSO! Chorar sabe bem. Desanuviar um bocado. Descarregar!
Ironicamente motivos semelhantes aos que me levam a fazer piadas sobre o tema.
Este é um
dos casos em que meio termo não é bom. Se faço uma piada sobre uma morte sou
insensível, tenho falta de bom senso, por aí fora. Se choro por causa da mesma
morte “Não chores…”. Afinal em que é que ficamos? É melhor reprimir que
aconteceu? Ou só é justificável falarmos no assunto em datas “especiais”? (Aniversário
do defunto ou dia do ano em que morreu).
Portanto,
aqui fica o conselho para quem o quiser acatar. Se alguma vez me apanharem a
chorar por este motivo não me digam para parar de chorar ou pensar noutra
coisa. Ou se mantêm calados, ou vão embora, ou choram comigo. Podem dar um
abraço e fazer festinhas na cabeça, tipo gato. Mas só se forem gajas… Se forem
homens basta uma palmadinha nas costas. Era só estranho ter um homem a fazer-me
festas na cabeça…
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