No meu tempo
de criança as brincadeiras eram muito à base de jogar à bola, à apanhada, ao
lenço, à pata choca, etc.. Lá havia um puto ou outro no recreio com um Gameboy,
mas pouco mais. Era tudo muito à base de atividade física. “Lá vem outro com a
conversa de que os anos 90 é que eram bons e que agora os putos só brincam com
tecnologias…” Enganam-se! Desta vez a questão é outra.
Para quem
não sabe, eu segui carreira no desporto (licenciado, não sou desses abençoados
com pezinhos/mãozinhas de ouro que ganham milhões…) e é disso que quero fazer
vida. E o que é que uma coisa tem a ver com a outra? Eu explico: Estão a ver a parte
da vida duma criança em que ela deixa de querer jogar à apanhada e passa a
querer memorizar as particularidades electocardiográficas, interespecíficas,
contidas naquilo que apenas consigo descrever como "quadros"
mnemonicofóbicos, cuja capacidade de repulsão cerebral é apenas equiparável à repulsividade
hídrica encontrada nos ácidos gordos de membranas fosfolipídicas? Estão? Pronto,
passou-me um bocado ao lado. Quem diz memorizar as particularidades
electocardiográficas, interespecíficas, contidas em "quadros"
mnemonicofóbicos, cuja capacidade de repulsão cerebral é apenas equiparável à repulsividade
hídrica encontrada nos ácidos gordos de membranas fosfolipídicas, diz querer sintetizar
sequências de ADN para construírem vetores, modificando genes in vivo e in vitro, manipulando expressão genética e assim alcançarem a
criação de organismos geneticamente modificados ou, até mesmo, verificar se um
erro-vício, que é uma representação deficiente acerca de uma qualidade do objeto
do negócio jurídico, foi induzido intencionalmente, e portanto estamos perante
dois vícios da vontade que são o erro e o dolo, sendo que o erro releva como
causa de anulabilidade se for essencial e próprio e se, tratando-se de um erro
sobre o objeto, o destinatário da declaração conhecer a essencialidade do
elemento sobre que incidiu o erro; e que o dolo releva como causa de
anulabilidade da declaração se for essencial, no qual se não houvesse vício
nunca se teria emitido a declaração de vontade, e malus/ilícito.
(- Epá, este
gajo até é inteligente e culto! – Pensam vocês.
- Não, minha
gente… quem tem internet tem tudo.
- Mas
soubeste pesquisar e conseguiste encontrar conteúdo adequado e bem fundamentado
para sustentares o teu texto!
- Errado
outra vez. Usei a net para pedir ajudar a pessoas mais qualificadas que eu em
cada uma das áreas referidas…
- Então és
só um burro com amigos…
- Sim…
Continuando…)
Onde é que eu
quero chegar com tudo isto? Ao seguinte facto: ainda hoje, se me perguntarem se
prefiro praticar alguma atividade de cariz intelectual ou jogar à apanhada, eu
continuo a preferir jogar à apanhada. Mas sem qualquer tipo de ponderação
prévia. É direto!
É que um
puto querer ir para engenheiro informático porque quer fazer jogos de
computador, ainda se percebe… (é claro que a maioria desiste quando começa a
ver as linhas de código a sugarem-lhes a vitalidade pelos olhos e acaba por se
dedicar antes às linhas de coca) jogar computador/consola é fixe, logo fazer jogos
também deve ser! Mesmo que se tenha que vender a alma ao Diabo para conseguir
concluir uma licenciatura que dê acesso e conhecimento para tal profissão.
Agora,
licenciaturas como Administração Público-Privada, Biologia Celular e Molecular,
Engenharia de Micro e Nanotecnologias, Engenharia de Polímeros, Engenharia
Mecatrónica ou qualquer outra merda que tenha “engenharia” no nome, dão-me
ansias de preguiça e convulsões de procrastinação! (Esta última engenharia
parece fundada para criar e sustentar uma nova raça de Transformers!
Mecatrónica… porra!).
Dada toda
esta vontade de jogar à apanhada, fui para Desporto e Lazer – que foi o mais
perto disso que encontrei – e lá joguei à apanhada com as notas durante 3 anos:
Elas fugiam e eu corria atrás delas meio a cambalear e de vez em quando a
tropeçar e a dar com os cornos num exame por ter chumbado à cadeira por
frequência. Foram 3 anos bem passados…
Mas agora a
sério, a apanhada é um jogo muito menosprezado…
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