quinta-feira, 30 de junho de 2011

O que é bom é p’ra se ver

Mulher jovem que mostrais

O teu corpo de flor,

Pensa se o mostrares demais,

Perdes p’ro homem o valor.

 

O que é bom é p’ra se ver,

Mas só enquanto apetece;

Todos ouvimos dizer

Que o que é demais aborrece.

João Rebocho Velez (1911-2002)

Pois é meninas, toca a ouvir a voz dos antigos.

Que muitas de vocês têm uns corpinhos bonitos, é verdade, mas se os mostrarem todo o santo dia, sem qualquer pudor, começam a perder o interesse e torna-se banal. Quanto mais reservadas forem (sem exageros, claro), mais curiosidade desperta no sexo masculino, e ao fim ao cabo, é isso que vocês pretendem quando se andam por aí a pavonear pelas ruas.

Deixando por agora as lições de moral de lado, este poema foi obra de um homem que além de que, caso fosse vivo, teria 100 anos, era analfabeto. Exactamente! O autor deste poema (e de tantos outros) não sabia ler nem escrever. Era a sua neta que escrevia os poemas por ele ditados.

Como já devem ter percebido, acabaram de receber uma lição de moral de um homem que nasceu há cem anos e não sabia ler nem escrever…

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