sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Uma aventura no 7T

Salvo erro, hoje andei pela primeira vez de autocarro (municipal) em hora de ponta. E observei coisas que, para outros serão normais, mas que para mim não são. Coisas essas que vou enumerar aqui.
Comecemos, portanto, pelo momento em que me encontrava ainda na paragem à espera do autocarro. Oito da manhã, frio de certo modo intenso e eis que passa um gajo com um ar que eu descrevo como “putinha”. Mas atenção que esta putinha não era uma putinha qualquer. Era uma putinha rija. Toda a gente meio encasacada devido ao frio e este menino com a seguinte indumentária: Ténis (normal), calcinha justa à meia canela e uma camisola de alças. Ah pois é, se é para ser maricas é para ser maricas à homem. Isso de usar casacos é para maricas sem o tão afamado orgulho gay.
Passado isto, chega o autocarro e lá vamos. Sento-me num dos quatro lugares conjuntos, perto de uma rapariga e, gradualmente, ao fim de umas paragens acabei junto de três senhoras de meia-idade. Mal se sentam, as três senhoras começam a conversar sobre a vida umas das outras até que a conversa de uma se começa a sobrepor com um assunto extremamente interessante: o filho que ficava a jogar computador até tarde e que andava a pedir um cão.
“… é que já eram dez da noite (acho eu, não percebi a hora que a senhora disse) e ele agarrado ao computador a jogar e eu: ‘então Jorge Miguel? (nome inventado)’ – está sempre agarrado àquela porcaria. E agora deu-lhe para querer um cão – ‘oh mãe quero um cão, oh mãe quero um cão’ – mas nós não temos espaço para ter um cão lá em casa…” e até aqui tudo, mais ou menos, bem… tirando o facto de o puto estar atrás de mim a ouvir a conversa toda. Mas atenção que esta pérola melhora…
“… mas ele em casa do padrinho não é assim, ele lá cumpre bem as regras, como tem lá o pai… – e é neste momento que eu achei um pouco demais o nível de cusquice. Virando-se agora para a senhora ao lado dela – é que sabe, eu estou separada…”
Por esta altura eu só já via os lábios a mexer. Já não conseguia ouvir o que ela dizia dado estar a ruminar o facto de aquela senhora ter contado tais factos sobre a vida do filho (com ele lá ao lado) a uma completa desconhecida. “Mas olha que lá porque a outra senhora não sabia que ela era divorciada não quer dizer que não se conheciam” dirão os defensores dos fracos e oprimidos. É verdade, mas a indiferença da ouvinte dirigido a tal detalhe foi tanta, que eu quase que apostava o meu rim esquerdo em como elas não se conheciam.


E pronto, foi isto. Aposto que estavam à espera de mais. Eu também, mas entretanto apercebi-me que não tinha visto assim tanta coisa caricata. Fica para uma próxima. Na semana que vem vou ter de apanhar o mesmo autocarro e provavelmente presenciarei novas cenas dignas de nota. Até lá, vão partilhando os meus lindos textos para ver se passo dos 61 seguidores…

Sem comentários:

Enviar um comentário