Há algumas
semanas fui ao médico e, ao sair, tive de assinar uns papéis. Ia eu a assinar
quando a minha rica mãe decide tecer um comentário completamente despropositado
sobre a minha caligrafia. Algo como “quando é que melhoras essa letra?” ao que
a funcionária do consultório decide dizer “eles agora escrevem pouco, é só nos
computadores e as caligrafias tendem a piorar”. Não sei se foram estas as
palavras exatas mas a intenção era esta. Perante esta situação eu fiquei com
vontade de agarrar na respetiva caneta e enfiá-la pelo nariz da funcionária
obrigando-a a fazer uma operação semelhante à que me levou a ir àquela
consulta. E qual a razão deste meu impulso (reprimido)?
Ao contrário
do que a maioria das pessoas demonstra pensar, a minha caligrafia não é má
devido às novas tecnologias. Não foi preciso os computadores ficarem na moda
para a minha letra parecer ter sido feita por um macaco maneta com parkinson e
cataratas. Eu comecei a aprender a escrever há quase 17 anos e desde que me
lembro que a minha letra está no top 3 das caligrafias mais feias da turma, provavelmente
nunca tendo saído do primeiro lugar.
Eu não tenho
a letra feia por escrever muito mais no computador do que à mão. Eu escrevo muito
mais a computador do que à mão porque tenho a letra feia.
Se eu
tivesse uma letra bonita, todos estes posts geniais que vocês podem ler neste
blog genial seriam fotografias de folhas com a minha letra espetacular com
estes mesmos textos. Ok, talvez isso fosse ridículo. Mas não era, certamente,
tão ridículo como o Kanye West a cantar a Bohemian Rhapsody dos Queen.
“Mas não
tinhas nada mais interessante para escrever do que a tua caligrafia?” Não. Não
tinha. E orgulho-me de escrever sobre a minha lendária caligrafia.
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