quarta-feira, 8 de julho de 2015

Caligrafia, Inc

Há algumas semanas fui ao médico e, ao sair, tive de assinar uns papéis. Ia eu a assinar quando a minha rica mãe decide tecer um comentário completamente despropositado sobre a minha caligrafia. Algo como “quando é que melhoras essa letra?” ao que a funcionária do consultório decide dizer “eles agora escrevem pouco, é só nos computadores e as caligrafias tendem a piorar”. Não sei se foram estas as palavras exatas mas a intenção era esta. Perante esta situação eu fiquei com vontade de agarrar na respetiva caneta e enfiá-la pelo nariz da funcionária obrigando-a a fazer uma operação semelhante à que me levou a ir àquela consulta. E qual a razão deste meu impulso (reprimido)?
Ao contrário do que a maioria das pessoas demonstra pensar, a minha caligrafia não é má devido às novas tecnologias. Não foi preciso os computadores ficarem na moda para a minha letra parecer ter sido feita por um macaco maneta com parkinson e cataratas. Eu comecei a aprender a escrever há quase 17 anos e desde que me lembro que a minha letra está no top 3 das caligrafias mais feias da turma, provavelmente nunca tendo saído do primeiro lugar.
Eu não tenho a letra feia por escrever muito mais no computador do que à mão. Eu escrevo muito mais a computador do que à mão porque tenho a letra feia.
Se eu tivesse uma letra bonita, todos estes posts geniais que vocês podem ler neste blog genial seriam fotografias de folhas com a minha letra espetacular com estes mesmos textos. Ok, talvez isso fosse ridículo. Mas não era, certamente, tão ridículo como o Kanye West a cantar a Bohemian Rhapsody dos Queen.


“Mas não tinhas nada mais interessante para escrever do que a tua caligrafia?” Não. Não tinha. E orgulho-me de escrever sobre a minha lendária caligrafia. 

Sem comentários:

Enviar um comentário