segunda-feira, 22 de junho de 2015

Um amigo de quatro patas vale mais que quatro amigos de duas patas!

Este texto vem a propósito de um post feito por um escritor (bloguista) que eu admiro bastante. Ele fez um texto que começava por representar a carta de um cão abandonado que ainda não tinha percebido a sua situação. O mais certo é não haver qualquer tipo de comentário cómico neste texto. Como de costume vou deixar o link no fim do post.

Eu posso quase concordar com tudo o que ele diz. Aliás, eu concordo com tudo o que ele diz. Há apenas um “senão”. No texto publicado por ele há uma parte em que parece que quem mata os seus “amigos” de estimação tem um leve perdão. Na minha opinião não tem. Não há qualquer desculpa para quem adquire um animal de estimação e o deixa/mata seja por que razão for (excetuando o bem-estar do próprio animal). Se alguém aceita a responsabilidade de cuidar de um animal, deve levá-la até ao fim. Não é porque quer passar férias “descansado” ou porque não tinha dinheiro para levar o Pantufa ou o Farrusco que tem direito a deixa-lo sozinho no meio do nada. E neste texto não me vou conter seja em que aspeto for.
Certa vez, houve alguém que me contou que havia um vizinho que pôs sandes no passeio com um conteúdo suspeito que se veio a revelar veneno. Dessa mesma vez, um velho amigo disse-me: “se o apanho a fazer isso, ou é ele ou sou eu. Não há hipótese.” Faço minhas as palavras dele. Qualquer monte de merda que eu veja a abandonar um cão ou um gato (ou qualquer outro animal de estimação, embora me pareça pouco provável), seja por que razão for, terá de prestar justificações. Não só a mim, mas a alguma autoridade com habilitações para tal. Se não temos condições para cuidar de um amigo, entregamo-lo às entidades mais competentes possíveis. Não o deixamos sozinho, no meio do desconhecido, para morrer. Não o abandonamos ao deus dará para que tenha boa sorte. Não nos desapegamos dele assim tão facilmente. Há quem coma metade de uma refeição para poder dar a outra metade a um amigo de quatro patas. De certeza que, quem tem dinheiro para ir de férias, tem dinheiro para alimentar um membro da família, mesmo que ele roa os sofás. Não conseguem educar um animal para não estragar a mobília lá de casa ou para cagar no quintal? Em primeiro lugar não deviam ter adquirido um. Em segundo lugar encontrem alguém disposto a tratá-los bem, mesmo com os seus “maus comportamentos”.

A sério que não me consigo expressar no que toca a animais abandonados.
Atualmente tenho uma cadela, um cão e dois gatos. A minha avó tem dois gatos, ambos por minha causa. A minha cadela foi encontrada pelas ruas de Coimbra, sem qualquer sinal de dono, e apegou-se imediatamente a mim. O meu cão (o mais antigo da casa) foi encontrado na casa de uma colega da minha mãe, com tudo a que tinha direito: alcofa, brinquedos, caderneta, etc.. Ainda assim, abandonado. Os gatos foram ambos adotados para que não se pusesse sequer a hipótese de serem abatidos por não terem donos. Os gatos que estão na minha avó foram adotados porque não tinham progenitores vivos ou, pelo menos, por perto, e, como tal, não tinham como se safar. É fácil tê-los e cuidar deles? Nem sempre. Vou falar do exemplo mais fácil de mostrar o meu ponto de vista: a Fiora (minha cadela) durante muito tempo estragou roupa, calçado, material de oficina e coisas parecidas devido a falta de atenção ou coisa parecida (a minha mãe estava no estrangeiro a trabalhar e eu estudo fora da zona). Qual foi a atitude tomada? Tentamos educá-la, arranjámos-lhe brinquedos, tomamos medidas para não haver mais estragos na casa, mas nunca, NUNCA houve sequer a hipótese de abandono. Não é um brinquedo, não é um bocado de mobília que fica bem lá em casa. É um ser vivo, um amigo, um membro da família que tem sentimentos e que nos ama mais do que nós a eles, e disso não há qualquer dúvida. Ainda não houve um período de férias desde que a Fiora pertence à família. Vai ser o primeiro este ano. As hipóteses são: levá-la connosco nas férias, a minha avó vir cuidar dela a minha casa (como fez enquanto nem eu nem a minha mãe estávamos presentes), alguém amigo cuidar dela, levá-la para uma instituição própria para animais “em férias”.
Se, por acaso, houver algum animal pelo caminho até ao destino de férias que aparente ser abandonado, o mais certo é agarrarmos nele e tentarmos arranjar-lhe um novo dono, que não o abandone por conveniência.
Não, não me estou a fazer passar por boa pessoa, super herói ou o raio que vos parta. Eles merecem o nosso amor e carinho mais do que muitos humanos. Eles confiam mais em nós do que os nossos amigos e amam-nos mais que os nossos familiares. Não os deixem a confiar até já não terem qualquer réstia de vida. Não os submetam a sofrimento quando a única coisa que eles vos deram foi alegria.
Qualquer filho da puta que não tenha, pelo menos, respeito pelos animais não merece respeito da parte de outros seres humanos.
Eles gostam de comer, de sair à rua, de brincar, de conviver com outros da sua espécie, de mijar em todo o lado para marcar território. Mas, se há coisa que eles amam, é estar ao pé de quem lhes permite fazer tudo isso. É serem amados por quem cuida deles, por quem eles amam.


Se falta alguma coisa neste texto, quase de certeza que está aqui (texto referido no início do post). Caso achem que falta nos dois, é só acrescentarem nos comentários…

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