domingo, 4 de março de 2018

Publicidade é mau


Publicidade é mau. Publicidade “camuflada” é pior. Televendas é o degredo.
Ver e ouvir um anúncio como “Clonten faz o meu cabelo suave e sedoso com apenas uma passagem. Eu uso e abuso de Clonten!” enquanto uma celebridade internacional qualquer movimenta os lábios em inglês e o som sai na nossa língua nacional, é estúpido, mas ao menos não há rodeios. É aquilo e é para aquilo que ali estão e acabou.
Giro, giro é quando, a meio de uma novela ou algo parecido, se forma um diálogo como:

- Então e já mudaste para a Bufas&gases, como eu te falei?
- Já! Fui lá há bocado de manhã para mudar o contrato! São mesmo simpáticos, tinhas razão!
- E não fazem entrega ao domicílio como te falei?
- Sim! E ainda têm agora esta promoção em que oferecem um fogão de campismo, uma garrafa de gás, uma tenaz, um par de pantufas e um gato morto! É fantástico!
- Eu disse-te que eles são bons.
- Obrigado por mos teres recomendado!

Gente… Por favor… Já bastam os intervalos de 20 minutos, não bombardeiem o pessoal com mais publicidade durante a programação. É que além de estúpido, é irritante. Eu sei que esses tipos de programa são de ficção, mas não exagerem. Ninguém, em lado nenhum, debita todas as promoções e qualidades de um serviço de rajada numa conversa casual.
Ainda nesta categoria está aquele pessoal da publicidade em redes sociais:
“Quando a minha viatura tem algum problema vou sempre ao Autobots&Transformers. Sou sempre muito bem atendido, o carro fica como novo e o atendimento é rápido, simpático e muito eficaz!” – isto como descrição de uma foto em que o dono do perfil da rede social está ao lado do responsável pelo estabelecimento publicitado, abraçados de forma extremamente desconfortável. Nada transmite mais confiança e viabilidade num serviço do que um abraço forçado do seu fornecedor.
Mas, mesmo com tudo isto, não existe nada, nada, nada, NADA! pior do que televendas. A energumenia (palavra por mim tão bem inventada) saliente em todas as pessoas presentes nestes anúncios perante tarefas básicas do dia-a-dia de qualquer pessoa é assombrosa e, até mesmo, dolorosa. Isso e todo um novo nível de lábios em línguas estrangeiras a proferirem palavras em português. Palavras essas que são também elas hilariantes. Desde um senhor a agitar molho de tomate numa frigideira porque o diverte até uma senhora que diz que essa mesma frigideira “tem piada”.
E aquele senhor que todos os meses, ou coisa assim, apresenta um produto novo? Ele é pantufas, ele é malas francesas, ele é joias com a senhora de Fátima, ele é tudo e mais alguma coisa. Aquilo é uma alegria. E toda a classe e homossexualidade com que ele fala de cada produto são deveras dignos de nota.

Para finalizar, vou mencionar a única coisa que se consegue equiparar às televendas: Os anúncios a estimulantes sexuais protagonizados pelo Futre. Juro que não sei qual dos dois me dá mais vontade de lavar os olhos com ácido.

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