Publicidade
é mau. Publicidade “camuflada” é pior. Televendas é o degredo.
Ver e ouvir
um anúncio como “Clonten faz o meu cabelo suave e sedoso com apenas uma
passagem. Eu uso e abuso de Clonten!” enquanto uma celebridade internacional
qualquer movimenta os lábios em inglês e o som sai na nossa língua nacional, é
estúpido, mas ao menos não há rodeios. É aquilo e é para aquilo que ali estão e
acabou.
Giro, giro é
quando, a meio de uma novela ou algo parecido, se forma um diálogo como:
- Então e já
mudaste para a Bufas&gases, como eu te falei?
- Já! Fui lá
há bocado de manhã para mudar o contrato! São mesmo simpáticos, tinhas razão!
- E não
fazem entrega ao domicílio como te falei?
- Sim! E
ainda têm agora esta promoção em que oferecem um fogão de campismo, uma garrafa
de gás, uma tenaz, um par de pantufas e um gato morto! É fantástico!
- Eu
disse-te que eles são bons.
- Obrigado
por mos teres recomendado!
Gente… Por
favor… Já bastam os intervalos de 20 minutos, não bombardeiem o pessoal com
mais publicidade durante a programação. É que além de estúpido, é irritante. Eu
sei que esses tipos de programa são de ficção, mas não exagerem. Ninguém, em
lado nenhum, debita todas as promoções e qualidades de um serviço de rajada
numa conversa casual.
Ainda nesta
categoria está aquele pessoal da publicidade em redes sociais:
“Quando a
minha viatura tem algum problema vou sempre ao Autobots&Transformers. Sou
sempre muito bem atendido, o carro fica como novo e o atendimento é rápido,
simpático e muito eficaz!” – isto como descrição de uma foto em que o dono do
perfil da rede social está ao lado do responsável pelo estabelecimento
publicitado, abraçados de forma extremamente desconfortável. Nada transmite
mais confiança e viabilidade num serviço do que um abraço forçado do seu
fornecedor.
Mas, mesmo
com tudo isto, não existe nada, nada, nada, NADA! pior do que televendas. A
energumenia (palavra por mim tão bem inventada) saliente em todas as pessoas
presentes nestes anúncios perante tarefas básicas do dia-a-dia de qualquer pessoa
é assombrosa e, até mesmo, dolorosa. Isso e todo um novo nível de lábios em
línguas estrangeiras a proferirem palavras em português. Palavras essas que são
também elas hilariantes. Desde um senhor a agitar molho de tomate numa
frigideira porque o diverte até uma senhora que diz que essa mesma frigideira
“tem piada”.
E aquele
senhor que todos os meses, ou coisa assim, apresenta um produto novo? Ele é
pantufas, ele é malas francesas, ele é joias com a senhora de Fátima, ele é
tudo e mais alguma coisa. Aquilo é uma alegria. E toda a classe e
homossexualidade com que ele fala de cada produto são deveras dignos de nota.
Para
finalizar, vou mencionar a única coisa que se consegue equiparar às televendas:
Os anúncios a estimulantes sexuais protagonizados pelo Futre. Juro que não sei
qual dos dois me dá mais vontade de lavar os olhos com ácido.
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